O palmarés que faz do Sporting a maior potência desportiva nacional

No dia 1 de julho de 1906 nasceu oficialmente o Sporting. O Clube idealizado por José Alvalade - que foi eleito Presidente em 1910 - tornou-se na grande paixão dos mais de 3 milhões de adeptos espalhados pelo mundo. Os verdes e brancos não só têm um palmarés invejável, como têm uma história marcada pela vontade de vencer.

Como nasceu o Sporting

Para contar a história do Sporting, tem de se recuar no tempo. Em 1904, existia o Sport Club de Belas, que dois anos depois passou a ter o nome Campo Grande de Football Clube, numa Assembleia Geral que ficou marcada pela histórica frase de José Alvalade: “Vou ter com o meu avô e ele dar-me-á dinheiro para fazer outro clube”.

No Campo Grande de Football Clube jogava-se futebol, mas também se dançava e conversava, o que não bastava para jovens como José Alvalade, que queriam vencer, competir e conquistar títulos. Assim, Visconde de Alvalade, avô do jovem inconformado, apoiou o neto, oferecendo-lhe dinheiro e terreno.

Os fundadores

Desta forma, ficam registados outros nomes, que impulsionados pelo histórico José Alvalade, fundaram o Sporting: José Maria Gavazzo, Frederico Seguro Ferreira, Alfredo Augusto das Neves Holtreman (visconde de Alvalade), Fernando Soares Cardoso Barbosa, José Stromp, Henrique Almeida, Leite Júnior, João H. Scarlet, Francisco Quintela Mendonça e Alfredo Botelho. 

Apesar da data oficial de fundação do Sporting ser 1 de julho de 1906, o processo começou muito antes. As ideias, os encontros e os debates começaram no final de 1905. Mas foi nesse dia que tudo ficou decidido, com estatutos aprovados e uma identidade clara. José Alvalade deixou mais uma mensagem marcante: "Queremos que o Sporting seja um grande Clube, tão grande quanto os maiores da Europa".

O Visconde de Alvalade, que tutelou a criação do Clube e até disponibilizou os terrenos para os campos de jogos na sua quinta, tornou-se também no primeiro Presidente do Sporting, a 8 de maio de 1906. Nesta data, reuniu-se a Assembleia Geral para eleger a primeira direção. De acordo com as normas que ficaram estabelecidas na altura pelos 10 fundadores, a quota mensal a ter um custo de 500 reis e uma joia de 2000 reis.

Um legado invejável

O Clube representado pelo leão, o símbolo escolhido pelos fundadores por revelar coragem e realeza, desde então já conta com mais de 300 núcleos, filiais e delegações espalhados pelos cinco continentes, para além dos mais de 17.500 títulos olímpicos, mundiais, europeus, nacionais e regionais. Os verdes e brancos venceram ainda, o primeiro dérbi da história frente, que foi disputado no dia 1 de dezembro de 1907 e culminou num 2-1. O Sporting registou, em 2025, 179.208 associados, o maior número de sempre na história leonina, que não parece terminar por aqui. 

O Pavilhão João Rocha foi inaugurado no dia 21 de Junho de 2017, numa cerimónia onde estiveram presentes grandes figuras da história do Sporting. A festa da fundação da nova casa aconteceu precisamente 15 anos depois da abertura da Academia Sporting, que fica situada em Alcochete.

O dia da inauguração

A cerimónia de inauguração contou com várias figuras ligadas ao desporto e à cidade de Lisboa. O anfitrião foi o Presidente de então, Bruno de Carvalho, acompanhado por outros personalidades João Paulo Rebelo (Secretário do Estado do Desporto e da Juventude), Fernando Medina (Presidente da CML), Pedro Delgado Alves (Deputado do Partido Social), o arquiteto Andreas Moerschel e o engenheiro Horácio Preto, que liderou a obra.

No discurso na inauguração do Pavilhão João Rocha, Bruno de Carvalho destacou a importância da obra para o Sporting: "É um dia importante para nós, Sportinguistas. Como vai ser bom comemorar aqui títulos. Hoje, é o dia da concretização de um sonho de mais de 3,5 milhões de Sportinguistas. Este é o melhor, maior e mais bonito pavilhão de clube de Portugal".

"Passarem 13 anos e vários pavilhões nasceram. Em promessas. Durante todo esse tempo, jogámos fora da nossa casa, apesar de sermos bem tratados. Mas hoje, 15 anos depois de inaugurar a Academia, a casa do futebol, inauguramos hoje a casa das modalidades. Sabemos que sem os 22.956 Sportinguistas que contribuíram esta obra não seria possível", finalizou Bruno de Carvalho, então Presidente do Sporting.

Foi um momento importante para o Clube de Alvalade, que celebrou com grande entusiasmo esta conquista. O nome escolhido para o pavilhão presta homenagem a uma das figuras mais marcantes da história leonina, João Rocha, antigo Presidente com enorme legado nas modalidades do Sporting.

Um símbolo de união leonina

A nova casa dos leões representa, ainda, o esforço e a paixão de toda a família Sportinguista. Vários Sócios e adeptos contribuíram para a 'Missão Pavilhão'. Além disso, também estiveram envolvidos dirigentes, treinadores e atletas das modalidades, que são os principais utilizadores do novo espaço.

O Pavilhão João Rocha é o primeiro verdadeiramente planeado para o Sporting competir ao mais alto nível, com condições de excelência. Ao contrário de recintos anteriores, que serviram apenas como soluções temporárias para o Clube, este novo recinto foi pensado para durar e para ser uma referência na história dos leões.

O projeto foi mais além, criou-se um verdadeiro espaço do Sporting, onde se juntam várias estruturas ligadas ao Clube. Além do pavilhão, foram inauguradas a Rotunda Visconde de Alvalade, a Rua Professor Moniz Pereira e os campos com os nomes de três grandes figuras: Cristiano Ronaldo, Luís Figo e Peyroteo.

O primeiro golo na nova casa

No dia 6 de setembro de 2017, Tiago Rocha marcou aos 2 minutos e 10 segundos do jogo frente ao AC Fafe, a contar para a primeira jornada do Campeonato Nacional de Andebol e fez história. Foi a primeira vez que uma bola entrou numa das balizas do Pavilhão João Rocha, a nova casa das modalidades leoninas.

• No dia 23 de junho de 1989, Sousa Cintra - que falou recentemente sobre Frederico Varandas - foi eleito presidente do Sporting, depois de ver o Clube de Alvalade passar pela maior crise da sua história. O antigo líder dos leões venceu uma das eleições mais participadas de sempre, com 63,6% dos votos e derrotou com distinção todos os restantes concorrentes (Jorge Gonçalves, António Simões e Miguel Catela).

A razão da vitória

A escolha dos Sócios recaiu em Sousa Cintra, fundamentalmente, porque era uma figura que, apesar de desconhecida, tinha um currículo com sucesso. Foram necessários apenas seis dias de campanha para o empresário vencer a corrida. Neste curto período, o antigo presidente dos leões conseguiu provar que tinha uma grande fortuna e estava disposto a resolver a dívida do Sporting, que era estimada em 2,5 milhões de contos.

A crise anterior

A presidência de Jorge Gonçalves, o antecessor de Sousa Cintra, foi curta, mas ficou marcada por grandes mudanças e bastante agitação. Ele chegou ao cargo com o apoio de muitos Sportinguistas que queriam ver o Clube a voltar ao topo, numa altura em que os rivais estavam a atravessar uma grande fase. O presidente, eleito em 1988, foi visto como uma lufada de ar fresco, mas a verdade é que as coisas não correram nada bem.

Ao tentar romper com antigas estruturas e afastar-se das figuras mais tradicionais do Clube, Jorge Gonçalves criou uma divisão interna difícil de resolver. A aposta numa equipa forte esbarrou nos problemas financeiros, e quando o projeto começou a falhar, o antigo pilar ficou praticamente sozinho. Faltou apoio nos momentos mais complicados, o que acabou por fragilizar ainda mais a direção do Sporting.

As dificuldades ficaram evidentes numa assembleia geral muito tensa em outubro de 1988, que teve de ser interrompida devido a confrontos entre Sócios. Só meses depois se conseguiu retomar essa reunião, onde foram aprovadas mudanças importantes nos estatutos, embora a instabilidade continuasse. O ambiente no Clube verde e branco tornava-se cada vez mais difícil de gerir.

Com as contas a apertar e várias demissões a acontecer, o conselho fiscal acabou por sair, levantando sérias dúvidas sobre a gestão. O próprio Presidente da Assembleia Geral já considerava o projeto falhado e deu início ao processo para novas eleições. Apesar de tudo, Jorge Gonçalves ainda tentou resistir, mas a 16 de maio de 1989 toda a direção demitiu-se, ficando apenas para assegurar questões diárias do Clube até ao novo ato eleitoral, marcado para 23 de junho.

A tomada de posse

Sousa Cintra, após ter vencido as eleições, tomou posse no dia 1 de julho de 1989 e até acabou por ser reeleito em 1991 e 1993. Com isto, foram seis anos que ficaram marcados por um estilo popular e muito diferente daquilo que tinha sido visto nos dirigentes do Sporting até então, algo que entra em concordância com as suas raízes, que nada tinham a ver com a habitual linha aristocrática do Clube. Após o ataque à Academia, em 2018, o antigo Presidente dos leões assumiu, provisoriamente, a liderança do Clube, sendo que Frederico Varandas haveria de lhe suceder.

Confira os resultados das eleições de 1989 do Sporting:

Direção:

• Lista A - Miguel Catela: 1,25% (809 votos)
• Lista B - Sousa Cintra: 63,61% (40.898 votos)
• Lista C - António Simões: 24.98% (16.063 votos)
• Lista D - Jorge Gonçalves: 10,14% (6.522 votos)
• Votos brancos - 33
• Votos nulos - 22

Mesa da Assembleia Geral:

• Lista A - 1,27 % (814 votos)
• Lista B - 62,72 % (40019 votos)
• Lista C - 25,76 % (16438 votos)
• Lista D - 10,23 % (6529 votos)
• Votos brancos - 83
• Votos nulos - 26

Conselho Fiscal e Disciplinar:

• Lista A - 1,34 % (856 votos)
• Lista B - 62,87 % (40618 votos)
• Lista C - 25,59 % (16291 votos)
• Lista D - 10,38 % (6584 votos)
• Votos brancos - 89
• Votos nulos - 26