Diogo Agostinho
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26 Mai 2020 | 09:00

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Diogo Agostinho

Não há desculpas. E mais uma vez os sportinguistas vão renovar a esperança de que para o ano é que é. Estamos cansados de promessas. Queremos mesmo ver uma equipa com raça e vontade.

O futebol vai começar. É uma realidade. Ora, já nem entrando na questão de ser correcto terminar o campeonato, mesmo que sem espectadores (é incrível a incoerência, sector a sector), temos jornadas por disputar. No meio disto tudo, com o Sporting fora da corrida do título, o que podemos e devemos exigir é que lute pelo que é ainda possível alcançar. Nesse sentido, um clube que gasta dez milhões de euros num Treinador de um clube que, curiosamente, está um lugar acima, deve ambicionar que, no mínimo, alcance o terceiro lugar. Será essa a única meta possível neste quadro actual. Essa meta com mais um propósito: preparar a próxima época. Hoje coloco pressão em Rúben Amorim, penso que o Sporting não pode nunca viver um dia sem pressão, e quem trabalhe no clube deve encarar esta pressão, de adeptos, mas também de Direcção, como algo absolutamente normal. Quem acompanha os jornais desportivos vai lendo sobre os elogios ao método do treinador e a capacidade de motivar os seus jogadores. Ouvimos também, da boca do Presidente Frederico Varandas, que a escolha de Rúben Amorim foi pensada e que dentro de três ou quatro anos o nosso actual Treinador será pretendido pelos grandes clubes europeus. Espero que sim. Espero mesmo. Seria sinal de que venceu em Alvalade. Não há, sem sombra de dúvida, desafio maior do que treinar um clube como o Sporting Clube de Portugal. Por tudo. Pela sua história, pela sua grandeza, pelo seu passado mais recente, quase esquizofrénico, pela dificuldade inerente ao cargo. Por isso, Rúben Amorim tem agora dez jornadas de pré-época. Começa agora, até com reforços dos nossos jovens da formação, um período que deve aproveitar da melhor forma. Na próxima época (e estou cansado de pensar apenas no próximo ano), já não haverá desculpas. Nem este período de pandemia é desculpa. Tem mão-de-obra ao dispor. Tem a responsabilidade de transformar jovens em titulares e futuros activos. Tem a obrigação de colocar a equipa a jogar futebol, algo que não vemos desde o primeiro ano de Jorge Jesus. Não há desculpas. E mais uma vez os sportinguistas vão renovar a esperança de que para o ano é que é. Estamos cansados de promessas. Queremos mesmo ver uma equipa com raça e vontade.


O autor escreve de acordo com a antiga ortografia*


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