Ricardo Oliveira
Biografiado Autor

23 Set 2020 | 11:03

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Ricardo Oliveira

Chegados a este ponto, não posso deixar de me pronunciar sobre a credibilidade (actual) do nosso Sporting Clube de Portugal.

Nem há muito tempo, estava eu a folhear um velho dicionário e abrindo-o aleatoriamente dei com a palavra “Credibilidade”. Versava o livro, que o conceito seria de: confiabilidade, fiabilidade, confiança, crédito, certeza, segurança, insuspeição, fidedignidade, fidúcia.


Sem dúvida, a credibilidade é a característica de quem conquista ou consegue a confiança de alguém, e que, consequentemente, possui crédito, que é uma particularidade, idiossincrasia ou qualidade do que tomamos como crível.

O referido dicionário dava-nos ainda exemplos de frases onde tal conceito poderá ser utilizado, e tinha como exemplos: “só resolveu vender fiado porque acreditou na sua credibilidade”, e “acreditei nele porque tem, para comigo, credibilidade”.


Ora, não será este o espaço adequado, nem eu pretendo elaborar qualquer manuscrito onde se dissequem termos da língua portuguesa, nem porventura almejo exteriorizar quaisquer conhecimentos sobre quais, reconhecidamente, não tenho superioridade face à generalidade, nem, tão pouco, ninguém me encomendou tal sermão. Contudo, não posso deixar de referir que as instituições, à semelhança das pessoas, vivem, acima de tudo, da sua credibilidade, e é ela que nos separa de tantos outros que a não ostentam, e que não fazem questão de ser dela detentores e portadores.

Ora, sem falsas moralidades e éticas, acredito profundamente que devemos preservar o nosso bom nome e honra, pública e privada, e essa tarefa não se compadece com atitudes e condutas, mais do que erróneas, manifestamente erráticas, e que acabam por manchar a nossa credibilidade.


Chegados a este ponto, não posso deixar de me pronunciar sobre a credibilidade (actual) do nosso Sporting Clube de Portugal, à luz das mais recentes notícias com que a comunicação social (a boa e a má) nos bombardeia, nomeadamente tendo em consideração os actos e comportamentos dos seus mais proeminentes dirigentes, e que, no mínimo, abalam o bom nome e reputação desta grande instituição, colocando-a num patamar que, seguramente, não é aquele que qualquer Sportinguista pretende.

Diria mesmo que se não forem lamentáveis equívocos, corresponderá a uma actuação no mínimo pecaminosa, e recheada de uma desconcertante incompetência, manifestamente descoordenada, desorganizada, e desapontante, para todos os que vivem, sofrem, e se dedicam ao nosso clube, e que certamente não querem que se copiem certos modelos governativos, característicos dos nossos adversários (os quais nunca prezaram o seu bom nome para atingirem os seus mais obscuros fins).

Ora, a 15 de Abril de 2020, em entrevista à Sport TV+, o administrador financeiro (Francisco Salgado Zenha) da SAD do Sporting, garantiu que os leões não teriam qualquer penalização pelo incumprimento dos prazos de pagamento da primeira prestação ao Sporting Clube de Braga, referente à transferência do treinador Rúben Amorim, notícia esta veiculada, igualmente, e em primeira mão, pelo Diário de Notícias. Nesse sentido, o responsável pelas finanças dos leões garantiu que “de uma forma genérica, o Sporting não falhou nenhum pagamento relevante antes do covid-19 e antes do estado de emergência”, assumindo que “se por alguma razão o Sporting adiou o pagamento foi porque teve de alterar a sua postura” (por causa da pandemia), garantindo estar a ser feita uma “gestão responsável”.

Em complemento, o dito dirigente leonino considerava absolutamente ridículo falar de atraso de pagamentos, acrescentando que “a nossa situação actual permite-nos, em condições extremamente difíceis, passar por esta crise mitigando-a ao máximo”.

Confesso que quando li, no passado dia 16 de Abril de 2020, esta notícia, fiquei seguro de que nada de extraordinariamente negativo iria decorrer para a esfera jurídica patrimonial do Sporting, deste (não) atraso no pagamento do treinador Rúben Amorim.

Atentem na minha estupefacção, quando no dia 8 de Setembro passado (meros quatro meses depois da primeira notícia supra mencionada), sou surpreendido com o facto do meu Sporting e o Sporting de Braga terem chegado a acordo para o pagamento do treinador Rúben Amorim, o qual trocara, a 5 de Março deste ano, o emblema minhoto pelo Sporting Clube de Portugal, a troco de 10 milhões de euros. Ora, da informação que me foi possível recolher, o Sporting pagará uma penalização extra, por via do citado acordo, de 1.7 milhões de euros, pelo incumprimento de pagamento da dívida que tinha perante o Sporting de Braga, decorrente da aquisição do mencionado profissional (Ruben Amorim). Desta forma, o Sporting Clube de Portugal comprometeu-se a pagar até ao final da época de 2020/2021, o montante de 12.1 milhões de euros (ou seja, 10 milhões de euros da cláusula, mais a penalização de 1.23 milhões de euros pelo primeiro atraso, juros vencidos e vincendos de 850 mil euros).

Deste modo, e sem pretender discutir a bondade e mérito do negócio que envolveu Rúben Amorim, e a valia desse profissional - o qual, durante a sua carreira como jogador, demonstrou elevada qualidade, nomeadamente ao serviço do Belenenses, mas também do Benfica e do Braga -, afigura-se-me que a credibilidade do nosso clube saiu manchada por duas ordens de razões:

  1. por um lado, pelo posicionamento de mau pagador, que durante largos meses ostentou e continua a ostentar em praça pública;
  2. por outro lado, pela confrangedora conduta (sem que nos queiramos pronunciar sobre qualquer gestão danosa) que os seus mais elevados responsáveis directivos manifestaram no tratamento deste assunto, resvalando de uma posição de convicto não pagamento (por alteração de circunstâncias) para um acordo com penalização de 1.7 milhões de euros, que tanta falta nos faz nos dias que correm.
Ora vejamos por que razão aqueles que negoceiam, actualmente, com o nosso Sporting, levantam algumas suspeitas sobre a sua real predisposição e confiança negocial. Pois bem, em minha opinião trata-se de uma questão de credibilidade, a qual tanto custou conquistar ao longo dos anos, e que nos últimos tempos tem sido desbaratada, infelizmente nem sempre, tão só, por este elenco directivo.

Queremos (quero) um Sporting mais forte, mais competitivo, mais evoluído, mas sem nunca perder os mais elementares valores que, durante dezenas de anos, mais de cem, nos demarcaram de outros, sem quaisquer acções que diminuam a valia da nossa marca, e o que significa ser Sporting.

Quem quiser dirigir o Sporting, agora e no futuro, não poderá dar o dito por não dito, e andar a fazer experiências com aquilo que não lhe pertence e sem assumir as responsabilidades, que não podem passar apenas por um “assumo a responsabilidade” e daí não advirem consequências.

Quem quiser dirigir o Sporting terá que ter Credibilidade perante os Sportinguistas primeiro, perante as centenas de agentes ao redor do Sporting, perante as instituições financeiras que tratam com o Sporting e perante aqueles que darão a mão ao Sporting no seu retorno ao caminho das vitórias.

Ou seja, com a credibilidade, bom nome e honra do Sporting, não se pode brincar!

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Ricardo Oliveira
Bruno Mascarenhas

02 Nov 2024 | 17:40

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Grandes, mas inevitáveis novidades…

Troca no comando técnico nesta fase iria seguramente desfocar a equipa e também aqui, no meu entender, os interesses do Clube estão a ser salvaguardados

+ opinião
Bruno Mascarenhas
Bruno Mascarenhas

Grandes, mas inevitáveis novidades…

Troca no comando técnico nesta fase iria seguramente desfocar a equipa e também aqui, no meu entender, os interesses do Clube estão a ser salvaguardados

02 Nov 2024 | 17:40

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Duarte Pereira da Silva
Duarte Pereira da Silva

Saída de Rúben Amorim do Sporting? Frederico Varandas tem culpas no cartório

Consequências da renovação em novembro de 2022 revelaram-se catastróficas para o Clube de Alvalade, com o técnico a abandonar os verdes e brancos

30 Out 2024 | 14:26

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Bruno Sorreluz
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Nem está tudo bem quando se ganha, nem tudo mal quando se perde! Chega de lutas de egos, chega de falar do passado e casos mal resolvidos, chega do eu em vez do nós.

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