Grandes, mas inevitáveis novidades…
Troca no comando técnico nesta fase iria seguramente desfocar a equipa e também aqui, no meu entender, os interesses do Clube estão a ser salvaguardados
24 Out 2020 | 09:48
0Passaram-se 20 anos e nada mudou. O Sporting CP continua a ser o Clube que tem mais cartões por falta cometida, enquanto os nossos adversários continuam sempre a beneficiar de subjetividade e chavões.
Rúben Amorim, após o clássico, pelo que pode ver dentro de campo, mas também pela forma como sentiu que foi tratado, declarou e afirmou alto e bom som que: "O que me revoltou foi a dualidade de critérios, mas estamos sempre a aprender".
Interessante que, depois 300 jogos como jogador profissional, 150 dos quais no SL Benfica, só agora tenha visto a diferença de tratamento que qualquer atleta, treinador ou dirigente do Sporting CP sofre. Mas é como diz Rúben Amorim, ele ainda está a aprender, e estará a aprender da pior forma, consigo próprio, sofrendo na pele. A verdade é que Rúben poderia ter aprendido com o exemplo de outros, pela observação – essencial num treinador – mas também conversando.
Poderia ter falado com Fábio Coentrão, que foi seu colega nos rivais, e que, no Sporting CP,em 35 jogos, viu 11 amarelos, ou seja, via amarelos ao dobro da velocidade que habitualmente via. Também podia falar com o seu ex-treinador Jorge Jesus, que, no primeiro ano de Sporting CP, já tinha sido mais vezes expulso do que em 6 anos de vermelho vestido. Ou então ver o exemplo do “nosso Enzo Perez” como disse um comentador ao ver um jogo da La Liga, que, enquanto seu companheiro, era poupado pelos árbitros, mas, mal chegou a Espanha, era com um festival de cartões que os árbitros o presenteavam. E Pepe? Que nem no Real Madrid era poupado, mas aqui em Portugal parece o Luizinho – nosso ex-jogador e da seleção Brasileira que desarmava com pezinhos de lã. Em sentido contrário, temos, por exemplo, Bruno Fernandes, que era admoestado frequentemente no Sporting CP, mas em Inglaterra é um “senhor”. Podia continuar por aqui fora dando imensos exemplos, de dualidade, mas nada melhor que transcrever o que Rui Jorge – atual Selecionador Nacional de sub21 - disse numa entrevista em 1999 após um ano, mais um, em que fomos violentamente prejudicados e que levou o calmo e sereno Presidente José Roquette a decretar “Luto pelo Futebol”. Vamos ler o que dizia Rui Jorge:
“[…]. Nunca me senti tão prejudicado pelas arbitragens como me senti este ano, no Sporting. Nunca! Foi um ano excessivamente mau para o Sporting, nesse particular. Inegavelmente. E sabe o que me doeu mais? A maneira como os árbitros lidavam connosco. Má, de mais. Existe uma falta de respeito muito grande dos árbitros em relação aos jogadores do Sporting ou ao Sporting-instituição, se quiser. Prepotência essa que sistematicamente nos prejudicou. Senti isso. Vivi isso como jogador. Uma grande prepotência dos árbitros e, de alguns deles, tinha excelente imagem, muita consideração! Posso dizer-lhe que, esta época, fui admoestado com o cartão amarelo por oito vezes e, destas, sete resultaram de meras conversas que tive. Digo – eles sabem isso – conversas, não insultos! Normal perguntar ao árbitro o porquê de tais decisões. No Sporting éramos dois ou três a perguntar, no FC Porto, sete ou oito! Se calhar essa é uma das diferenças e é capaz de ser mais fácil ao árbitro admoestar um ou dois que cinco ou seis! Não pense que estou a defender-me. Vi os amarelos sem saber porquê! Depois “veio a prepotência! Não aceito. É inadmissível. Noutro sítio, não fariam isso. Não fariam, nem fazem!
Acima de tudo porque o Sporting foi uma equipa extremamente correta. Quem se der ao trabalho de ver as estatísticas dos jogos, o número de faltas cometidas pelos jogadores do Sporting é infinitamente inferior às dos adversários e os cartões amarelos “caíam” só para o nosso lado! Num jogo o Sporting fez sete faltas, o adversário trinta e nos cartões, ficámos com uma expulsão e não sei quantos amarelos e o nosso adversário só com dois amarelos. É um absurdo!”
Passaram-se 20 anos e nada mudou. O Sporting CP continua a ser o Clube que tem mais cartões por falta cometida, enquanto os nossos adversários continuam sempre a beneficiar de subjetividade e chavões como “é demasiado cedo e o árbitro não quer estragar o espetáculo”, ou “não tinha a intenção”.
Dizia eu que esta dualidade também se estende aos nossos dirigentes. O tratamento que têm é diametralmente oposto ao tratamento que têm os dirigentes dos rivais. Senão vejamos, ainda esta semana, Luís Filipe Vieira utilizou o Sporting CP para justificar a ausência de debates nas eleições do SL Benfica. No programa “Trio de Ataque”, da RTP3, disse que “não quero aquela palhaçada no meu clube”, ou seja, “palhaçada” é haver pessoas com diferentes visões a debaterem, e a verdade é que em momento algum foi censurado por se estar a imiscuir em assuntos de um rival e demonstrar uma enorme falta de sentido democrático, ele que naquele mesmo programa há três meses foi comparado a, soltem uma gargalhada, Churchill!
Estão a imaginar um presidente do Sporting CP a dizer isto sobre o rival e a passar incólume? Pois, eu não estou, só como exemplo basta ver que Bruno de Carvalho, enquanto Presidente fez um debate em 2017 com o candidato e seu concorrente Pedro Madeira Rodrigues, em plena SportingTV, e mesmo assim era apelidado de “ditador”, ao contrário do “Churchill”, que mesmo não debatendo é um estadista.
Nisto tudo, o estranho é que Luís Filipe Vieira, que é uma pessoa que nunca sabe de nada, não sabe o que se passava no gabinete ao lado do seu - o do seu braço direito - que não sabia que em plena sala de reuniões da SAD se recebiam pessoas para se fazerem negócios fora do âmbito do desporto – pelo seu motorista - , que não sabe nada sobre futebol, que nada sabe acerca das claques do “seu” clube, tenha visto os debates das eleições do Sporting CP e ainda se recorde dos mesmos, ele que às vezes se esquece das coisas.
Grandes, mas inevitáveis novidades…
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Saída de Rúben Amorim do Sporting? Frederico Varandas tem culpas no cartório
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CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DO SPORTING, FREDERICO VARANDAS!
Nem está tudo bem quando se ganha, nem tudo mal quando se perde! Chega de lutas de egos, chega de falar do passado e casos mal resolvidos, chega do eu em vez do nós.
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02 Nov 2024 | 17:40
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30 Out 2024 | 14:26
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19 Jul 2024 | 15:49
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