ELEIÇÕES À PORTA!

Aborrece-me profundamente que mais uma vez os sócios espalhados por este País tenham ficado para trás e esquecidos.

Como tenho interesse na actividade do Sporting CP escrevi vários artigos no Leonino analisando a forma como o Clube estabeleceu nos últimos três anos a sua relação com os sócios e adeptos.

Quanto ao acto eleitoral que vamos ter a 5 de Março, do que até agora me foi dado a conhecer, quero salientar o aspecto positivo da não recondução do vice presidente do Conselho Directivo João Sampaio, do presidente do Conselho Fiscal Baltazar Pinto e sobretudo do presidente da Mesa da Assembleia Geral, Rogério Alves dos futuros órgãos sociais.

Estes três elementos foram essenciais, cada um no seu pelouro, para a ascensão de Varandas ao poder. Curiosamente, ou talvez não, são agora descartados o que é para a vida interna do Clube, relevante.

Mal comparando, era a mesma coisa que o primeiro-ministro António Costa afastar Augusto Santos Silva, Pedro Nuno Santos e Ana Catarina Mendes, três pesos pesados em três importantes sectores.

Varandas apresenta-se agora a votos apenas com os mais fiéis e com a nova geração. Ao não contar com quem lhe deu força e aparente credibilidade para chegar à presidência, desfaz-se daqueles que internamente lhe podiam fazer frente, afirma a sua posição, concentrando e sustentando em si todo o peso da futura eleição.

Do actual Presidente do Conselho Fiscal Baltazar Pinto e do vice-presidente do Conselho Directivo João Sampaio escuso-me a repetir o que já aqui disse, em tempos, sobre eles.

No caso de Rogério Paulo Castanho Alves, mais uma vez passa pelo Sporting CP sem deixar marca, não se lhe conhece trabalho, sendo para mim uma perfeita nulidade que não deixa saudades.

Por via da pandemia e de assistir aos jogos pela televisão verifiquei que a Sport Tv focava sempre o indivíduo. Lá estava ele. Arranjou tempo para viajar pelo clube, assistir aos jogos, estar nas Tribunas a conviver, provavelmente a petiscar um croquete aqui, um croquete ali, mas foi, no meu entender, incapaz de arranjar tempo para olhar para os sócios, nomeadamente para os Núcleos.

Aborrece-me profundamente que mais uma vez os sócios espalhados por este País tenham ficado para trás e esquecidos.

Elaborei um extenso requerimento à Mesa da Assembleia Geral do Sporting CP enviado a 8 de Maio de 2020, quase há dois anos, a solicitar a introdução nos estatutos do Clube de uma alteração para que fosse possível o voto descentralizado nos Núcleos. Nessa missiva fiz uma proposta de regulamento, explicando passo a passo como os sócios do Sporting CP, do Minho ao Algarve e nas Regiões Autónomas, podiam votar localmente nos Núcleos.

Até hoje não obtive resposta e novamente os sócios fora de Lisboa vão receber um envelope a tarde e a más horas, terão que reconhecer assinaturas e votar por correspondência num processo anacrónico e altamente dispendioso.

Os Núcleos depois de um moroso e complexo processo de actualização, dos seus estatutos, dos seus logótipos e com os seus órgãos sociais compostos apenas por sócios do Sporting CP, que se iniciou em finais de 2013, estão preparados para assumir esta responsabilidade desde 2018.

Fico satisfeito por ver Rogério fora dos órgãos sociais do Sporting CP e espero que a lista vencedora do próximo acto eleitoral não se esqueça novamente dos sócios.