Diogo Leitão
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29 Mar 2020 | 10:01

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Diogo Leitão

Os mesmos, que dias antes nos agradeceram, eram esses mesmos que agora nos assobiavam. Legitimo? Claro que sim! Todos temos o direito de nos manifestar e de ter a nossa opinião.

Nesta semana fomos informados que um dos membros do conselho diretivo do Sporting CP (Miguel Cal) tinha saído por motivos pessoais. Esta notícia que nada tem de surpreendente, permitiu-me refletir sobre um dos grandes problemas do nosso clube que é a rotatividade das pessoas e dos seus dirigentes, mas sobretudo relembrar e saudar os enormes profissionais (funcionários e colaboradores) que o Sporting CP possui nos seus quadros.


Muito se tem comentado sobre a quantidade de presidentes que o Sporting CP tem tido nas últimas duas décadas. Mas se formos avaliar a quantidade de elementos que cada direção teve nestes últimos anos, então o número é avassalador e digno de um recorde que deverá constar no livre do Guiness.

Muitas vezes interrogo-me porque será que isto acontece? Como é do conhecimento de alguns tive o privilégio de estar cerca de 3 meses na comissão de gestão liderada pelo Artur Torres Pereira. Foram 3 meses muito difíceis e intensos, mas mesmo assim e em tão pouco tempo, tivemos algumas saídas de elementos dessa comissão. Tivemos a atenuante de praticamente ninguém se conhecer o que torna a coesão da equipa mais difícil, e adicionando o facto de serem momentos muito complicados pode ajudar a justificar estas saídas. Mas acreditem, todos sem exceção, são grandes Sportiguistas e deram tudo para ajudar o clube a voltar a reerguer-se. Então por que não somos capazes de aguentar um mandato inteiro sem saídas dos principais dirigentes?


A razão é simples. O Sporting CP é um clube enorme, muito maior do que muitos de nós possam imaginar. Movimenta milhares e milhares de pessoas por dia, sejam atletas, funcionários, sócios ou um simples adepto. Todos os dias sentimos uma pressão enorme muitas vezes com a emoção a sobrepor-se ao racional. Para além disso os resultados (refiro-me ao título nacional de futebol) não acontecendo, leva-nos a um estado de ansiedade que nos retira o discernimento. Conto um episódio vivido durante o período da comissão de gestão. No dia em que se anunciou que o Bruno Fernandes ficaria no Sporting CP os muitos adeptos que se encontravam todos os dias em Alvalade manifestaram a sua alegria de forma apaixonada. Uns dias depois (não consigo precisar quantos, mas foram poucos dias) anunciamos o acordo do William Carvalho para o Bétis de Sevilha. Os mesmos, que dias antes nos agradeceram, eram esses mesmos que agora nos assobiavam. Legitimo? Claro que sim! Todos temos o direito de nos manifestar e de ter a nossa opinião. Mas é aqui que a pressão nasce. Precisamos urgentemente de ser campeões nacionais.

Mas voltando ao tema dos dirigentes e da sua pouca permanência em Alvalade, gostaria de destacar os profissionais que lá trabalham há imensos anos tendo que aguentar toda esta pressão.  É a estes que hoje quero dedicar a minha admiração e o meu agradecimento. São na sua maioria pessoas anónimas que adoram o clube tanto ou mais do que nós. Muitos deles já tiveram 3, 4 ou mesmo 5 presidentes. Dezenas de diretores novos que todos os anos mudam e impõem novas regras e novas metodologias de trabalho. E continuam ali de leão ao peito e aguentando todas as balas. Muitos deles, diria mesmo todos, com vencimentos muito baixos para as funções que desempenham. Mas todos os dias levantam-se e rumam a Alvalade para ajudar o clube a seguir o seu caminho. É por estes profissionais que nos receberam a todos os membros da comissão de gestão de braços abertos que hoje os saúdo e agradeço a forma como fomos tratados e ajudados a desempenhar as nossas funções. Quando digo ajudaram, significa que sem eles não teria sido possível fechar mais de 200 plantéis, campanhas de lançamento, merchandising, game boxes, etc. São eles que conhecem a fundo o nosso clube e é neles que temos de receber essa experiência e conhecimento. São eles os verdadeiros heróis pois continuam na luta e sem desistir ou abandonar o nosso clube.  Por isso fico revoltado quando se fala em layoff nos clubes para além dos profissionais de futebol e dos seus dirigentes. Esses sim, aceito e acho que deve ser reavaliado o valor investido nesses jogadores que ganham milhões. Agora não toquem nos colaboradores e profissionais que já ganham ordenados miseráveis. São peças essenciais para manter e passar os valores do Sporting CP.


A eles desejo acima de tudo saúde, e claro o título de campeão nacional. Sei que quando esse dia chegar muitas lágrimas de alegria irão escorrer pelas caras de muitos de vocês. Fica a promessa que quando atingirmos esse objetivo, lembrar-me-ei de todos e fica desde já o meu agradecimento pelo vosso trabalho e amor ao clube. Vocês foram e são extraordinários!

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Diogo Leitão
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Grandes, mas inevitáveis novidades…

Troca no comando técnico nesta fase iria seguramente desfocar a equipa e também aqui, no meu entender, os interesses do Clube estão a ser salvaguardados

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Bruno Mascarenhas
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