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24 Jan 2021 | 12:03
0No final, quem fica muito pequenino é o presidente António Salvador e o Braga. Porque na verdade, os títulos celebram-se sempre efusivamente. Só não sabe quem não os ganha. É uma questão de dimensão.
Ontem à noite o Sporting CP sagrou-se, justamente, vencedor da Taça da Liga. Contudo, o “fator polémica”, que sempre caracterizou a relação entre o Sporting e a competição, desde a sua criação, não deixou de existir. A mais gritante será, talvez, a da Unilabs e os erros grosseiros cometidos, imagine-se, em vésperas de uma partida diante do FC Porto. Ainda há poucos meses escrevi no Leonino um artigo que mencionava o “Portugal dos medíocres”. O país dos interesses, dos padrinhos e das políticas de alianças estabelecidas por conveniência. Pois bem, vira o disco e toca o mesmo. Até o parceiro oficial da liga para efetuar exames covid entra neste circuito duvidoso, numa altura em que vivemos uma crise pandémica sem precedentes. Vergonhoso. Não obstante, contra tudo e contra todos, os leões de Rúben Amorim deram uma resposta clara dentro de campo. Esteja quem estiver dentro das quatro linhas, joga para vencer.
Quanto à partida de ontem, frente ao SC Braga, vislumbrou-se mais uma exibição de raça por parte da equipa leonina. As condições para a prática de futebol eram manifestamente reduzidas, pelo que a estratégia de jogo delineada fez lembrar, de alguma forma, a que foi utilizada há semanas frente ao Nacional. E, mais uma vez, perante as dificuldades que foram impostas à equipa de Rúben Amorim, houve uma resposta contundente por parte de todos. Com união, garra, humildade e espírito de sacrifício. Com a astúcia que qualquer equipa de futebol deve ter, e a saber gerir os diferentes momentos do jogo. Aquilo que fica na retina é que o ar que se respira no reino do leão é, sem dúvida, muito bom e nem os mais recentes desaires parecem apoquentar o espírito desta equipa. Rúben Amorim, já se viu, é um treinador feliz no Sporting e os seus jogadores demonstram, de forma inequívoca, grande respeito e gosto em trabalhar com o seu líder. Faça-se, aliás, eco às palavras de Neto na conferência de imprensa, que foram de enorme maturidade e consciência da grandeza que este clube tem. Está ali, sem dúvida, um jogador muito importante no balneário e com um papel relevante enquanto referência para os mais novos que, aos poucos, se vão habituando aos tais títulos “made in Sporting”.
Contudo, também nesta final, o “fator polémica” entrou em campo. Tiago Martins teve, no mínimo, uma arbitragem ardilosa. A expulsão dos dois treinadores, em plena final, é de si só absurda, bem como o restante critério que o árbitro da partida utilizou. É muito difícil de compreender, por exemplo, como é que Al Musrati terminou sequer a partida em campo, quando o Tiago Martins tinha um critério de amarelos tão apertado – apenas para o Sporting, viu-se-.
E, claro, guarde-se o melhor para o fim. Mais um jogo contra o SC Braga e mais um episódio de raiva ao Sporting CP por parte de António Salvador. No final da noite, o presidente minhoto sai muito mal na fotografia e demonstra, claramente, que de facto quem não sabe perder uma final, é ele. Aliás, sempre que as perde tem necessidade de criar ruído e apregoar algum tipo de falta de desportivismo por parte do nosso clube. Aqui, sim, se vê a grandeza dos clubes. No final, quem fica muito pequenino é o presidente António Salvador e o Braga. Porque na verdade, os títulos celebram-se sempre efusivamente. Só não sabe quem não os ganha. É uma questão de dimensão.
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