
Um pedaço de ouro no caminho das pedras do Sporting
Se há coisa que a vida nos ensina é que o que parece certo, adquirido, rapidamente se transforma num cenário diametralmente oposto.
26 Set 2020 | 09:00
Ora, se o Clube movimenta quase 25 milhões de euros num ano, e se uma operação que vale mais de 50% do mesmo não tem uma cabal explicação, haverá outro sentido possível do voto que não seja o chumbo?
E não as poderei dizer pois o PMAG reescreveu os estatutos, transformando esta AG numa AG eleitoral, na senda do que tem vindo a acontecer, começando as votações aquando da abertura dos trabalhos, antes mesmo da discussão, num desrespeito aos Sócios que usam do seu direito de falar, debater e escutar. É triste ver que esse desrespeito é fomentado e caucionado pelo PMAG. A democracia não é só a parte formal de se votar. A democracia também tem um espírito, o respeito pelas diferenças, o direito de falar e de ser ouvido.
Mas e se pudesse intervir nesta AG o que diria?
Começaria pelo Conselho Fiscal e Disciplinar (CFeD), que deliberou dar parecer positivo às contas e diz que recebeu “toda a documentação e esclarecimentos solicitados”.
Estará consciente este CFeD que houve um acréscimo de cerca de 12.5 Milhões de Euros ao passivo do Clube perante a sua participada, a Sporting SAD? Estando consciente como é seu dever, deu parecer sobre esta operação de crédito tal como está plasmado no nº 1 alínea g) do Artigo 59º dos Estatutos? Se sim, qual foi o sentido desse parecer sobre a operação de financiamento junto da SAD e que garantias foram dadas à SAD, e com que condições?
Se não deu parecer, tal deveu-se a quê? Não lhe foi solicitado? Que medidas e ilações tira desse facto?
Diz também o CFeD na sua deliberação que são necessárias decisões que levem ao “equilíbrio operacional das contas”, sob pena de por em “causa a viabilidade futura” do Clube, o que parecendo um bom conselho, vem ao arrepio das demonstrações financeiras constantes do documento em análise e com base nas quais as aprova.
Senão vejamos, os sucessivos relatórios têm apresentado lucros contabilísticos, dois deles já na vigência destes Órgãos Sociais, e nesta Demonstração de Fluxos de Tesouraria é apresentado um Cash Flow Operacional com um “incrível” saldo positivo de 7 Milhões de euros.
Então, há aqui algo não bate bem, pois das duas uma:
Isto porque, os tais 12.5 Milhões de aumento de passivo junto da SAD não estão assinalados como uma entrada de dinheiro no Ciclo de Financiamento. Escusam de procurar, não estão lá. Mas por outro lado temos uns incríveis 24.8 Milhões de Euros no Ciclo Operacional. Isto quando os principais proveitos geradores de receitas operacionais são as quotizações, as inscrições nas modalidades e a Sporting TV. Era bom era, ter uma operação a gerar este dinheiro todo, mas não temos. O que acabei de referir gera, quanto muito, 11.5 Milhões ano.
A dúvida instala-se quando havendo um crédito obtido no montante de 12.5 Milhões de euros nada é detalhado no documento. Este documento é da responsabilidade do Conselho Diretivo (CD), que prega a transparência, mas passa por uma operação de 12.5 Milhões de euros como quem está a pagar uma refeição de doze euros e cinquenta cêntimos, mas passou a ser igualmente responsabilidade do CFeD a partir do momento em que deu parecer positivo sem reservas.
Ora, se o Clube movimenta quase 25 milhões de euros num ano, e se uma operação que vale mais de 50% do mesmo não tem uma cabal explicação, haverá outro sentido possível do voto que não seja o chumbo? A meu ver NÃO, NÃO há, por isso votarei NÃO.
Se a Demonstração de Fluxos de Caixa não espelha, a meu ver, a realidade de entradas e saídas de dinheiro do Clube durante o exercício, haverá outro sentido possível do voto que não seja o chumbo? A meu ver NÃO, NÃO há, por isso votarei NÃO.
E quanto ao Orçamento de 2020/21 o que nos diz o CFeD?
Aqui, embora o parecer seja no mesmo sentido, ou seja, positivo, vem o CFeD alertar para os “orçamentos geradores de Cash Flows negativos”, como que a dizer que este Orçamento é gerador de um défice de tesouraria, mas a verdade é que não retira daí nenhumas consequências.
A consequência óbvia seria o parecer negativo do Orçamento, não por ser “gerador de Cash Flows negativos” por si só, mas sim por falhar na explicação de como pensa este Conselho Diretivo financiar a atividade do Clube, que instrumentos vai usar e que medidas vai tomar para fazer face a isso.
Mas o CFeD não fez estas perguntas, nem terá feito diligências para que o CD fizesse os esclarecimentos no documento como é sua obrigação. Que esclarecimentos gostaria de ver no documento para poder tomar uma decisão favorável, mas que não estão?
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