Eduardo Garcia
Biografiado Autor

03 Set 2020 | 10:13

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Eduardo Garcia

É uma sensação de déjà-vu. Todos os anos os adeptos debatem sobre a necessidade de precisarmos de mais avançados.

Começaram finalmente os jogos de pré-época. Reconheço que já estava com aquele nervoso miudinho de voltar a ver a equipa jogar. De ver como jogam os reforços ou de como estão a reagir os miúdos da nossa formação. É a fase da época em que se debate as contratações, que se cria a expectativa do que aí vem ou que cresce a ilusão antes do início do campeonato. É aquele momento do ano em que recebemos com alegria a gamebox em casa, que combinamos as primeiras idas às rulotes com os amigos ou que verificamos se as camisolas do leão rampante ainda servem aos nossos filhos. A magia está de volta. Mas será mesmo assim? Infelizmente, não. Há muita coisa que aparenta estar igual. Continuamos a não poder ir ao estádio devido à pandemia e consequentemente não há bilhetes de época à venda, o Sporting continua em guerra civil, os adeptos leoninos não conseguem falar sobre a nova época sem politizar a conversa, o Benfica investe como nunca, o Porto a perder jogadores em final de contrato e a renovar a equipa e o “sorteio” da liga igual a si mesmo. Sinto que a cada ano que passa discuto e falo menos sobre futebol e, pelo contrário, estou a evoluir na capacidade de interpretar relatórios e contas, na análise de contratos laborais, na apreciação de decisões do TAD ou da FIFA ou na análise estatística e histórica dos últimos vinte anos.


No meio de tudo isto finalmente vi dois jogos de pré-época do nosso Sporting. Temos vários jogadores jovens com talento para o Rúben Amorim potenciar e estão criadas as condições para termos uma equipa competitiva, desde que ainda se vá ao mercado contratar duas soluções ofensivas que sejam reais mais-valias. É uma sensação de déjà-vu. Todos os anos os adeptos debatem sobre a necessidade de precisarmos de mais avançados. Não podia ser uma teoria mais acertada, tal como não deixa de ser incompreensível que ano após ano continuemos a fazer épocas inteiras com apenas uma opção válida na frente de ataque. É fundamental e prioritário ir ao mercado dar mais opções na frente de ataque ao Rúben Amorim. Pelo menos uma real mais-valia tem obrigatoriamente de chegar. É isso que se espera da estrutura do clube. Há vários anos que o Porto e o Benfica já perceberam que num campeonato como o Português a maioria dos jogos se ganha com elementos diferenciados na frente de ataque.

A equipa está a ser construída com base em vários elementos da formação que estão em diferentes fases do que podem já dar à equipa desportivamente. O seu sucesso dependerá também da forma como serão acompanhados no campo e do tipo de responsabilidade que estará nos seus ombros. O Nuno Mendes é já uma certeza, o Quaresma e o Matheus estão a mostrar que podem ser uma solução para o presente, o Daniel Bragança a comprovar a sua qualidade e o Gonçalo Inácio e o Tiago Tomás a serem agradáveis surpresas. Uma referência para o Pedro Gonçalves. Está a confirmar a grande expectativa que gera à sua volta.


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