
Sporting: um mercado de janeiro sem sentido
O Clube de Alvalade fez um mercado de janeiro fraco, com poucos reforços e um plantel cheio de indisponíveis e esgotado fisicamente.
06 Nov 2020 | 15:22
A “união” não se constrói com frases de campanha, demagogia, discursos redondos. Muito menos com divisionismos, caça às bruxas, cabeças a rolar, apontar de dedos e um permanente repisar do passado.
A “união” não se constrói com frases de campanha, demagogia, discursos redondos. Muito menos com divisionismos, caça às bruxas, cabeças a rolar, apontar de dedos e um permanente repisar do passado. A união pode consolidar-se através de muitas coisas, mas só uma é verdadeiramente eficaz: a vitória.
Só as vitórias trarão paz e união ao Sporting. E refiro-me, obviamente, às vitórias na equipa sénior de futebol masculino. Todos gostamos, ainda que uns gostem e vibrem mais que outros, das vitórias nas diferentes modalidades e escalões. Faz parte do código genético do Sporting Clube de Portugal, o ecletismo, e a verdade é que é devido ao ecletismo que somos o clube mais vencedor do mundo. Leram bem, o clube mais vencedor do mundo.
Felizmente, nas modalidades, tudo corre bem, ao contrário do que muitos vaticinavam e temiam. Foram feitos alguns cortes, é verdade, mas os efeitos sentem-se sobretudo no voleibol, onde a equipa sénior parece ser menos competitiva que em anos anteriores, mesmo para “consumo interno”.
Nas restantes modalidades, o Sporting segue pujante, a somar vitórias e a lutar pela conquista de troféus. E devemos assinalar, para sermos justos, que isto acontece também no basquetebol, uma modalidade que foi retomada depois de longos anos sem representação oficial do Sporting.
Felizmente, é assim, e tem de continuar a ser, cada vez mais, assim, para consolidar aquilo que aqui já escrevi: ter no Sporting o clube mais vencedor do mundo.
Mas o que nos move com extremos de paixão é, sobretudo, o futebol. E, se nos últimos anos assistimos a muitos disparates e quase nulas conquistas no futebol, no mesmo passo em que assistíamos a um progressivo afundamento da competitividade do nosso futebol, a verdade é que, neste momento, as vitórias moralizam-nos, puxam por nós, aumentam o nosso gosto de ver o Sporting, deixam-nos sorrisos no rosto quando os jogos terminam e gritamos “golooooo” com uma intensidade ainda maior.
É esse o poder revitalizante das vitórias, de ir à frente, de ter exibições bem conseguidas. Ainda não ganhámos nada. Nada. Não podemos deixar de pensar assim. Vamos disputando jogo a jogo, e esperamos que sempre a ganhar, a jogar cada vez melhor.
Com João Mário como maestro, a equipa é melhor, o futebol mais fluido. Rúben Amorim parece ter percebido finalmente, também, que tem mesmo de jogar com uma referência na área, um ponta de lança que conheça e esteja rotinado com as movimentações de ponta de lança. Sporar é o melhor ponta de lança que temos no plantel e, na minha opinião, é bom jogador. Os últimos jogos dão razão a quem pensa como eu e retiram razão a quem “exigia” um Paulinho ou achava que Sporar não serve.
Esta jornada temos um teste difícil, num campo que costuma ser muito complicado para o Sporting, o D. Afonso Henriques, em Guimarães. Estou convencido que vamos jogar bem, por um lado, e que vamos ganhar, por outro (nem sempre estas duas coisas andam juntas).
Mas não éramos bestas, nem somos agora bestiais. Somos o que sempre fomos: o enorme Sporting Clube de Portugal que, com vitórias, voltará a viver uma avassaladora onda verde.
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