Bruno Mascarenhas
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21 Ago 2020 | 11:31

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Bruno Mascarenhas

Independentemente de quem as convocou, dos motivos que lhes estão subjacentes e a fraca mobilização das mesmas, parece-me legítimo que as pessoas se manifestem face ao actual estado das coisas.

Após o largo período de confinamento que atravessámos, absolutamente original para quem se habituou a viver em liberdade e a não ter restrições, experimentei esta semana a possibilidade de ir passar uns dias fora. O bulício do aeroporto, da partida, da chegada ao destino, tudo isso passou a ter outro valor. A circunstância de termos de apresentar um certificado da nossa condição de saúde expõe de certa forma a nossa privacidade. O desconforto pela obrigatoriedade da utilização constante da máscara limita os nossos movimentos e torna-nos fiscais de nós próprios e dos outros. Como qualquer cidadão anseio por voltar ao que éramos. Livres, despreocupados e felizes.


Consigo de alguma forma fazer uma analogia com a realidade do nosso Clube. Na quarta-feira um grupo de Sócios e adeptos do Sporting CP entendeu manifestar-se, expor a sua angústia e pedir a demissão dos Órgãos Sociais. Independentemente de quem as convocou, dos motivos que lhes estão subjacentes e a fraca mobilização das mesmas, parece-me legítimo que as pessoas se manifestem face ao actual estado das coisas. Quem protesta quer que o Sporting CP volte a ser livre, tal como os seus Sócios. Sem terem de “usar máscaras” ou tirar os sapatos à força, à porta do Estádio, obrigados por um Conselho Directivo que convive mal com a crítica e a liberdade de expressão.

Mais uma vez, Varandas, percebendo que o caminho traçado até aqui era errado, o seu modelo de Governance errado, os seus recursos humanos errados, decide inovar, copiando o modelo do SL Benfica e do seu novo melhor amigo, Luís Filipe Vieira.


Afasta Beto Severo, decisão com a qual concordo porque nunca percebi a razão de lhe ter sido atribuída a função de Team Manager, e para a qual se mostrou incapaz, fazendo, aparentemente, recuar Viana para essa função. Uma palavra para Beto Severo. Tem características e Sportinguismo suficiente para dar um bom treinador na formação. Demonstrou capacidade no Oeiras e estava a ser cogitado para a Academia. Manter-se ligado ao Sporting CP a treinar jovens pode ser uma solução que não chocaria ninguém.

Hugo Viana recua para funções mais operacionais, sendo substituído por Morais Palmeiro que assume o papel de assessor jurídico da administração, tal como Paulo Gonçalves no SL Benfica. É este que trata das negociações dos contratos, sim, mas é muitíssimo mais do que isso. Ele é um tubarão no futebol português e domina muitas matérias que Morais Palmeiro nem sonha porque não tem nem a experiência nem a vivência da função de Paulo Gonçalves. Mal comparando, o SL Benfica tem um tubarão e Varandas avança com um carapau…


Se era para replicar o modelo do SL Benfica, Varandas tinha outra pessoa, igualmente habilitada do ponto de vista jurídico, mas com mais competências, tendo sido Sócio da mesma sociedade de advogados de Palmeiro - Luís Cassiano Neves. Este tem experiência do terreno, colaborou com várias SADs e faria, estou certo, até porque o conheci nas reuniões da Liga de Clubes, melhor a função. Desconheço a destreza de Varandas na tropa quanto às provas de tiro, mas no Sporting CP passa a vida a falhar os alvos.

Curiosamente com a entrada de Palmeiro, Varandas faz, pela primeira vez desde que está à frente dos destinos do Clube, uma boa jogada estratégica. Hugo Viana fica mais exposto e é o verdadeiro “bode respiratório”, parafraseando Jorge Jesus. Ou seja, Varandas, quando e se a época começar a correr mal, já tem na linha da frente alguém para imolar, permitindo-lhe respirar, cortando mais uma cabeça antes que a sua esteja em risco. Finalmente, João Sampaio, com a entrada de Palmeiro, fica reduzido à função de “chega-me isto” o que é triste para alguém que tem estatuto familiar e no Sporting CP.

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