Este é de facto um ano suis generis, com um agosto atípico no mundo do futebol. A somar à habitual “dança das transferências”, temos a conclusão das duas provas continentais no futebol europeu, com a particularidade de uma delas se disputar em Portugal. Ao mesmo tempo que se conjetura, com reforços ou saídas, sobre o “poder de fogo” das equipas, temos oportunidade de observar jogos críticos entre as melhores equipas, o que nos devia levar, também, a refletir e a tirar ilações sobre como chegar ao sucesso desportivo, objetivo primordial dum clube grande como é o Sporting.
Para percebermos a politica de reforços que precisamos, há que sermos pragmáticos para percebermos o lugar em que nos encontramos e qual o estatuto futebolístico que atualmente temos. Encaremos a realidade de frente, sem subterfúgios, que, em termos de estatuto futebolístico, nos encontramos atrás dos rivais. Quatro campeonatos em quarenta anos determinam este status quo. O futebol ensina-nos que a forma de os clubes “subirem” o seu estatuto se consegue através do rendimento desportivo. É com as vitórias em campo, com momentos de glória gravados na mente de adeptos e adversários que se sobem patamares de respeito no mundo do futebol. O rendimento desportivo é conseguido potenciando ao máximo os melhores jogadores que se conseguir reunir. Aristóteles, ao proclamar que “o todo é maior que a soma das partes”, resumiu também uma enorme verdade dos desportos coletivos, com expoente no futebol, que é praticada por onze elementos de cada lado. É então na formação de equipas, com o máximo sentido de espírito de grupo possível, que devemos estar focados em construir, onde o coletivo tem de imperar. Mais ainda, quando os rivais parecem ter mais meios financeiros. Vivemos um tempo em que temos de ter, primeiro, equipas que se dediquem a ganhar jogos de futebol e, depois, se possível, tenham “nota artística”. Só uma equipa de “sangue, suor e lágrimas”, com alicerces numa vontade férrea em triunfar, poderá superar os handicaps atualmente existentes. Precisamos de jogadores com a personalidade certa e não de catálogo. Assim, é com preocupação que se observa que os potenciais reforços do Sporting se encontrarem, maioritariamente, em clubes na órbita de Jorge Mendes, com quem Hugo Viana, diretor desportivo do Sporting CP, tem relações privilegiadas, que começaram quando em 2002, Jorge Mendes o transferiu para o Newcastle, sendo o primeiro grande negócio da Gestifute (1).
Conforme disse no início do artigo, devemos refletir no que está a ocorrer com as equipas em competição na Champions League, a decorrer em Lisboa. A Atalanta jogando quase sempre um futebol bonito, esteve quase lá, mas sucumbiu no final do jogo à qualidade oriunda do banco de suplentes do PSG, fruto do poderio financeiro do clube de Paris. O Leipzig, equipa sem grandes vedetas, superou um Atlético de Madrid, que falhou uma aposta milionária em João Félix. O Barcelona, com uma equipa recheada de vedetas como Messi, Griezmann, Suárez, foi triturada por um Bayern compacto de alta rotação e seriedade competitiva, durante 90 minutos. Por fim, o Lyon demonstrou, tal como em Turim, que a vontade e o querer ganhar também contam, frente a um City sobranceiro que, mais uma vez, falha o objetivo Champions.
Nota final para o episódio aparentemente insólito com Peter Schmeichel após a oferta por parte do Sporting duma camisola aquando do jogo Leipzig- Atletico Madrid, no Estádio José Alvalade, onde o dinamarquês se encontrava, devido a afazeres profissionais. No seu instagram, publicou foto semelhante à do Sporting CP acrescentando “#TeamBenedito” (2). Recorde-se que, aquando das eleições de 2018, Peter Schmeichel foi uma das caras que a equipa de João Benedito conseguiu trazer a Lisboa (3) para apoiar o ex guarda-redes de futsal e membro do Grupo Stromp (4). Podemos optar por acreditar que Schmeichel, conhecido planetariamente, é um fã fervoroso de João Benedito, desaparecido mediaticamente há praticamente dois anos. Ou então, a entourage de Benedito continua ativa, conseguindo fazer passar este número mediático junto do dinamarquês, sem qualquer pudor, deselegante, roçando mesmo a ausência de cortesia pela instituição Sporting CP, promovendo imediatamente situações jocosas em torno do clube, diminuindo ainda mais a imagem do mesmo. Benedito, com o seu silêncio, avalizou esta mensagem não se demarcando da autoria da mesma. Tito Arantes Fontes, presidente do Grupo Stromp, terá vociferado uma reprimenda ou esboçado um sorriso cúmplice, por esta situação, já a pensar no pós-Varandas, envolvendo um dos seus mais notáveis membros? Esperemos pela próxima edição do Jornal Sporting para o percebermos!
1 – https://zap.aeiou.pt/carrossel-jorge-mendes-lado-negro-301974
3 – https://www.publico.pt/2018/07/31/desporto/noticia/peter-schmeichel-com-joao-benedito-1839715
4 – https://www.record.pt/futebol/futebol-nacional/liga-nos/sporting/detalhe/grupo-stromp-junta-notaveis
Diretor Leonino
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