Rui Dias acredita que Rúben Amorim não devia ter ido a Londres. Em rescaldo do 24.º título de campeão nacional conquistado pelo Sporting, o jornalista do Record, deixa grandes elogios ao trabalho do técnico, mas fala em “consequências mal medidas”, tendo em conta a reunião com o West Ham, que acabou por não resultar em algo concreto.

“O Sporting festejou o título e ninguém ousa pôr em causa o mérito da conquista, fruto da superior expressão de um futebol seguro e atrativo; feito de estudo e risco; da assimilação de princípios inegociáveis e da esperança, presente a cada passo, na construção de uma infalível máquina futebolística”, começa por dizer, no diário desportivo.

“A cartilha de Rúben Amorim, sustentada por comunicação perfeita, ideias brilhantes e criação de um clima que promove harmonia institucional e contempla prioridades bem definidas, confirma o ideal que é dignificar a viagem, para assim estimular orgulho e felicidade capazes de criarem a ilusão de um desenlace ganhador”, acrescenta,

“Rúben Amorim confirmou para dentro e para fora que o êxito é consequência de um processo em que se vão aplicando os melhores recursos, sempre orientado pela simplicidade que sustenta o critério. Para ele, mais vale manejar o a-e-i-o-u do futebol do que decorar todo o abecedário e, depois, baralhá-lo mal”, diz Rui Dias, antes de recordar a viagem a Londres.

“Uma viagem a Londres, de consequências mal medidas, colocou-o no centro de um espetáculo menor. O destino de Amorim, pelo contrário, é fazer história como um dos melhores treinadores portugueses de todos os tempos”, termina o jornalista, prevendo o futuro do treinador do Sporting.