A Resenha da Vizinhança: O Dia em que o Leão Rugiu e o Vizinho Chorou
O moçambicano Geny voltou a lembrar-nos que um carrasco ganha hábitos – um golo aqui, um drible ali, e o Benfica a implorar por piedade
26 Mai 2020 | 09:00
0A quem interessa esta irresponsabilidade? De que lado, ou melhor, com quem estão coligados os dirigentes do Sporting Clube de Portugal?
Tenho de dizer que estranho a inexistência de quaisquer referências aos desígnios diretivos da Liga Portuguesa de Futebol Profissional por parte dos articulistas que semanalmente escrevem sobre tudo o que se refere ao Sporting Clube de Portugal. Bem, também eu não o tenho feito e, neste meu artigo, penso penitenciar-me desse facto.
Já muito lemos, a maior parte das vezes em abstrato sobre a perda de importância que o Sporting tem tido no que concerne à indicação de pessoas para cargos dirigentes. E aqui, tenho de fazer um ponto de ordem. Há duas formas de ver a importância da designação de cargos: a versão maquiavélica em que se colocam pessoas de confiança para que estes, numa eventual disputa, defendam em primeiro lugar os interesses dos seus clubes de coração e a versão purista, na qual me revejo, em que, independentemente das cores “do coração”, o que impera são as qualidades humanas e a capacidade salomónica de isenção. Nunca o disse publicamente, mas, após a minha saída da Direção do Sporting, procurei prosseguir um caminho profissional mais ligado à defesa da causa pública. Entendo o Sporting como sendo uma das instituições nacionais mais importantes no que concerne à valiosa defesa do seu estatuto de utilidade pública.
Assim, vi como natural a candidatura a cargos de gestão pública, nomeadamente aqueles para os quais me sentia preparado e com capacidade de fazer a diferença. Para quem não sabe, as candidaturas a cargos diretivos na Administração Pública são efetuadas através de um processo gerido pela CRESAP - Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública. Pois, foi num desses processos que, após uma série de testes, análise de currículo, entrevistas e avaliações, fui selecionado para a shortlist de três candidatos a Presidente do IPDJ – Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P. (1). Lá está, a escolha política foi feita e ficou como Presidente quem estava em regime de substituição do anterior, que tinha sido demitido (e que mais tarde acusou membros do Governo de terem exercido pressões sobre si). Basta ver o currículo do atual Presidente do IPDJ para se perceber que a sua nomeação não teve certamente por base a inexistência de relações com outros clubes relevantes no panorama nacional. Faço esta ressalva não vá alguém dizer que eu não fui o escolhido por ter uma relação forte com o Sporting. Adiante.
Gostaria de relembrar os mais esquecidos que o atual Presidente da Liga, Pedro Proença, foi eleito em 2015 com uma lista que partiu da iniciativa do então Presidente do Sporting. Bruno de Carvalho e Pedro Proença tinham sido colegas de curso no Instituto Superior de Gestão e, apesar das suas divergências clubísticas, aquele sempre reconheceu neste uma isenção e um conhecimento dos dossiês que importava transportar para uma Direção de uma instituição, como a Liga de Clubes, que apresentava uma situação financeira caótica, fruto de gestões anteriores. E, de facto, Pedro Proença e a sua equipa conseguiram profissionalizar e equilibrar uma estrutura organizativa que tem de conciliar interesses obviamente divergentes. Considero que o têm feito com competência e com uma imagem positiva para o futebol português.
Pois na semana em que diversos órgãos de comunicação social falam de uma aproximação de alguns dirigentes do Sporting (será por isso que alguns bateram com a porta?) ao seu rival da Segunda circular, percebemos que a hostilidade para com Pedro Proença aumenta de dia para dia.
E, veja-se. Estamos num dos momentos mais críticos da realidade mundial, fruto da Covid-19. Estamos a pouco mais de uma semana do reinício da Liga NOS. Vemos que a Federação Portuguesa de Futebol adiou as suas polémicas eleições. A NOS anunciou, agora, a retirada do patrocínio da Liga a partir de 2021. E estamos a assistir a jogadas de bastidores e a colocar uma pressão desmedida sobre o líder de uma Liga que é dos Clubes. De todos os Clubes. E estamos a discutir a saída do seu Presidente?
A quem interessa esta irresponsabilidade? De que lado, ou melhor, com quem estão coligados os dirigentes do Sporting Clube de Portugal? Será que a sua febre de eliminar as heranças do passado os tornou ainda mais mesquinhos que, além de fazerem pressão para que determinados Sportinguistas não exerçam cargos de elevada competência e isenção, sejam iludidos e façam alianças com quem lhes só quer mal? Importa trazer estes assuntos à colação. A exemplo do meu colega articulista aqui no Leonino, Joaquim Coutinho Duarte, há que discutir, do lado certo da barricada, e passe o pleonasmo, a verdadeira Verdade Desportiva. Vou tentar cumprir com a minha parte. Aqui, no Leonino.
1 - https://www.cresap.pt/procedimentos-concursais/item/download/506_a38bd3ecd2a175f4c20d34a6465c2cbd
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Já que ninguém fala, falo eu
Quando é que isto vai mudar? Vi campeonatos a serem decididos com a mão, Taças da Liga, vi clubes a serem levados ao colo e pessoas a serem condenadas por corrupção em benefício de clubes... Só neste País!
Grandes, mas inevitáveis novidades…
Troca no comando técnico nesta fase iria seguramente desfocar a equipa e também aqui, no meu entender, os interesses do Clube estão a ser salvaguardados
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30 Dez 2024 | 18:25
0Já que ninguém fala, falo eu
Quando é que isto vai mudar? Vi campeonatos a serem decididos com a mão, Taças da Liga, vi clubes a serem levados ao colo e pessoas a serem condenadas por corrupção em benefício de clubes... Só neste País!
20 Dez 2024 | 18:47
0Grandes, mas inevitáveis novidades…
Troca no comando técnico nesta fase iria seguramente desfocar a equipa e também aqui, no meu entender, os interesses do Clube estão a ser salvaguardados
02 Nov 2024 | 17:40
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