UM AMARELÍSSIMO EM FAMALICÃO

Sabe qual é o próximo jogo para o Campeonato? Porto em Alvalade, pelo que a arbitragem acidentada de Fábio Veríssimo terá sido uma mera coincidência…

No passado sábado, jogámos a quarta jornada da Liga NOS, antes da paragem para os compromissos das Seleções. Um jogo que já se antecipava difícil, dada a qualidade do antagonista, bem como do track record dos últimos tempos, onde o Sporting não consegue levar a melhor aos Famalicenses (1). Num jogo com uma arbitragem peculiar de Fábio Veríssimo, que mais parecia um “Fábio Amarelíssimo”, dada a elevada disposição para amarelar tudo e todos, o Sporting não igualou a postura guerreira que os de Famalicão trouxeram para dentro de campo. Pior ainda quando nas oportunidades que dispôs, o Sporting não conseguiu marcar, num jogo desinspiradíssimo de Paulinho, mas onde Pedro Gonçalves e Jovane também não estiveram bem. Quem também estava particularmente nervoso era Nuno Mendes e Matheus Nunes, muito passivo. Ádan foi adiando o mais possível a vantagem dos adversários, mas foi vencido ao minuto 68. Ruben Amorim, que até aí também não esteve bem na condução do jogo a partir do banco, foi obrigado a aceitar a realidade, tirando Matheus e Feddal por Bragança e Tiago Tomás. Embora melhorando marginalmente o discernimento, jogando um pouco mais com o coração do que com a cabeça, o Sporting conseguiu empatar através de Palhinha. Até ao fim, Ádan ainda teve tempo para segurar o empate e Paulinho confirmou a má noite, falhando uma soberana oportunidade. Num dos piores jogos da era Amorim, dir-se-á mais que se ganhou um ponto, do que se perdeu dois, ficando agora a essa mesma distância pontual do rival da Luz.

Findo este primeiro bloco competitivo da Liga NOS, é hora de algumas reflexões. E aqui temos de notar que o “jogo evoluiu” e precisamos que Amorim e dirigentes do Sporting acompanhem essa evolução. Sabe qual é o próximo jogo para o Campeonato? Porto em Alvalade, pelo que a arbitragem acidentada de Fábio Veríssimo terá sido uma mera coincidência… Em seguida, lembremos que o mercado de transferências continua aberto e os nomes dos jogadores campeões do Sporting são muito falados. O trabalho de “blindagem” e paz de espírito não é o mesmo que há um ano, quando poucos davam como hipótese o Sporting campeão. Ex libris desta guerra e destabilização psicológica, ocorreu com Matheus Nunes. Em Portugal desde os 12 anos (2), com cidadania portuguesa, viu-se preterido por Fernando Santos, que teve o desplante de chamar Otávio, do Porto, nesta convocatória. Em seguida o selecionador brasileiro convocou-o para a seleção canarinha e, ao que dizem, Fernando Santos ter-lhe-á ligado para lhe dizer que, ele recusasse o “escrete”, teria um lugar á espera, na seleção das quinas (3). No meio disto tudo, o próprio Sporting terá “torcido o nariz” pois o regresso do Brasil implicaria um isolamento profilático de 14 dias (4). Tudo isto a horas do importante compromisso em Famalicão. Dirigentes e comunicação do Sporting devem, pois, lembrar-se que a festa da conquista do campeonato já passou, que não basta “Backstages”, que a gestão de expectativas dos atletas mudou de há um ano para cá e que a “guerra comunicacional” entre os várias forças vivas do futebol não pára. Dia 12 de setembro, entramos no clássico frente ao Porto com o rival da Luz de cadeirinha na liderança do campeonato.

Nota final para a contratação de Joao Virgínia. Como referi no meu artigo, há duas semanas, “trocar uma promessa (Luis Maximiano) por outra (..) parece-me uma opção pouco avisada” (5). Ademais note-se que Joao Virgínia, nos últimos dois anos apenas jogou 16 jogos (6). Até pelo que se viu em Famalicão, esperemos que Ádan consiga disputar os jogos todos da Champions, de forma a proteger os interesses do Sporting, onde o crescimento dum jovem guarda redes também se inclui, sem sacrificar resultados, pontos e milhões.

Duarte Pereira da Silva

10 Fev 2025 | 11:22

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