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0Nuno Correia da Silva deixou duras críticas a Marcelo Rebelo de Sousa a propósito das declarações do Presidente da República sobre reparações às ex-colónias. Na sua coluna de opinião no jornal 'O Jogo', o antigo administrador da SAD do Sporting considera que a intervenção do Chefe de Estado foi "inusitada" e diz que a festa feita pelos adeptos leoninos em Moçambique "não deixa ninguém indiferente".
“Com uma intervenção inusitada, questionou Portugal sobre eventuais responsabilidades perante as ex-províncias ultramarinas, responsabilidades que constituiriam razão suficiente para apurar eventuais indemnizações. Com propósito ou por inabilidade, difícil de aceitar, lançou um estigma sobre a história ultramarina de Portugal. Uma espécie de culpa coletiva que a todos obriga à respetiva expiação”, começou por referir.
“Se assim fosse, Portugal seria visto com rancor, ressentimento e até desdém, pelas províncias que hoje são Estados soberanos e falam português. Mas a evidência não nos mostra isso, muitas vezes mostra o contrário, mostra nostalgia, saudade ou, em alguns casos, um sentido de pertença que nunca foi quebrado”, atirou o antigo representante da Holdimo na Sporting SAD.
“É o caso do Futebol. Ver, ouvir e sentir as comemorações que foram feitas, na ilha de Moçambique, pela ocasião da conquista do campeonato pelo Sporting, é emocionante, não pode deixar ninguém indiferente. A mais de 7.000 quilómetros de distância, a alegria, o entusiasmo, a paixão dos adeptos foi a mesma que em Portugal”, prosseguiu..
“A descolonização não quebrou os laços futebolísticos, foram passando de geração em geração, como um património, como um valor, como uma identidade. Mais, se a história fosse um eterno ajuste de contas dificilmente o Benfica conseguiria saldar a dívida com Moçambique, não há dinheiro algum que pague o valor que Eusébio acrescentou ao Benfica, problema que o Presidente Marcelo não antecipou. Felizmente não é assim, a história foi comum e no futebol continua a ser, vibrando em conjunto, festejando em conjunto, vivendo em harmonia”, finalizou.