EXPLICADOR LEONINO: O CASO PALHINHA TERMINOU?

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) deu, esta segunda-feira, 16 de março, razão ao Sporting no ‘caso’ João Palhinha (LER MAIS AQUI). Nas redes sociais, e com a notícia de que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai recorrer da decisão do TAD, levantou-se alguma confusão em torno deste caso. Recuemos então no tempo e lembremos as várias ‘etapas’ do processo Palhinha.

• 27 de janeiro – Conselho de Disciplina confirma castigo a Palhinha

Após João Palhinha ter visto o quinto cartão amarelo na deslocação dos leões ao reduto do Boavista, o Conselho de Disciplina da FPF confirmou um jogo de suspensão para o médio formado em Alvalade. A partir deste momento, a defesa de João Palhinha seguiu dois caminhos distintos.

• Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS):

O jogador interpôs uma providência cautelar, alegando que não estavam reunidas as condições para se defender. O objetivo passaria por contar com o atleta no dérbi diante do Benfica, uma vez que a ação, em caso de sucesso – como se veio a confirmar – teria efeitos suspensivos. Nesta ação, não foram discutidas quaisquer questões desportivas, mas sim direitos constitucionalmente previstos.

• Tribunal Arbitral do Desporto (TAD):

Com base na assunção do erro de forma oficial por parte de Fábio Veríssimo, João Palhinha recorre, da decisão do Conselho de Disciplina, para o TAD. Nesta situação, estavam em discussão questões ‘desportivas’.

• 1 de fevereiro – TAS aceita providência cautelar de João Palhinha

No dia 1 de fevereiro, o TAS aceitou a providência cautelar e João Palhinha fica disponível para o dérbi frente ao Benfica. Importa ressalvar que esta decisão não se pronunciou sobre matéria de facto, confirmando apenas que o jogador não tinha à sua disposição todos os meios para se defender e, por isso, aceitou que eventuais castigos só viessem a ser confirmados aquando de uma decisão do TAD.

• 16 de março – TAD dá razão a Palhinha

Esta terça-feira, o TAD deu razão a João Palhinha. No acórdão, divulgado pelo jornal ‘A Bola’, o TAD considerou “procedente o presente recurso” justificando que para esta decisão “teve em conta, nomeadamente, o depoimento do árbitro Fábio Veríssimo sobre o lance em causa”. O efeito prático desta decisão é que João Palhinha tem apenas quatro amarelos, uma vez que o TAD ‘anulou’ a cartolina que o médio havia visto no encontro frente ao Boavista. Se, por exemplo, Palhinha vir amarelo na receção ao Vitória SC (sábado, 20h30), terá de cumprir castigo no jogo seguinte (3 de abril, Moreirense).

• 16 de março – FPF anuncia que vai recorrer da decisão do TAD

Já durante o dia de hoje, circula a notícia de que a FPF vai recorrer para o TAS da decisão do TAD. No entanto, o recurso não terá efeito suspensivo. Para que tal aconteça, o TAS terá de se pronunciar primeiro. Imaginando um cenário em que o TAS dá razão à FPF, Palhinha poderá, no limite, acumular o cartão visto no Estádio do Bessa com possíveis cartões que veja até o TAS se pronunciar.

Fotografia de Sporting