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Histórias do Leão
Jorge Jesus foi oficializado no Sporting por Bruno de Carvalho e ninguém esquece o discurso
Já se passou uma década desde que o antigo presidente dos leões contratou o técnico proveniente do eterno rival, que se deslocou até ao conjunto que apoiava
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No dia 5 de junho de 2017, Bruno de Carvalho oficializava a contratação de Jorge Jesus para o comando técnico do Sporting. Na altura, o treinador acabara de deixar o Benfica, dado que as águias não quiseram a continuidade, e o antigo presidente dos leões - que recentemente lamentou as ameaças de rapto a filho de jogador dos verde e brancos - aproveitou a oportunidade e decidiu avançar para o técnico que tinha o emblema de Alvalade como “clube do coração”.
Bruno de Carvalho: "Exigências de Jorge Jesus? Treinar o clube do coração"
Bruno de Carvalho, nesse dia que muitos adeptos recordam na perfeição ainda hoje, anunciava oficialmente a contratação do treinador português com um discurso apaixonado: "Anuncio formalmente a contratação de Jorge Jesus como treinador principal do nosso clube. E começo revelando a única garantia que o nosso novo treinador me exigiu: vir treinar o clube do seu coração”.
O antigo presidente dos leões celebrou, logo depois, a contratação de Jorge Jesus graças ao sucesso financeiro do Clube: “Hoje inicia-se um novo ciclo na vida do Sporting. Foram estes dois anos em prol do reequilíbrio financeiro do nosso clube que tornou possível estarmos aptos a aumentar o investimento na nossa equipa de futebol, com recursos financeiros próprios".
"Chegou o momento de todos terem noção que os níveis de exigência neste clube mudaram e com objetivos muito claros: voltar a ser campeões nacionais, apostar num projeto estruturante de médio e longo prazo, apostar no reforço da experiência do nosso plantel e continuar a apostar na formação como prioridade", acrescentou Bruno de Carvalho relativamente ao novo ciclo do Sporting.
Bruno de Carvalho: "Contactámos Jorge Jesus dois dias antes do anúncio da contratação"
Pouco tempo depois do anúncio oficial, Bruno de Carvalho deu uma entrevista à TVI, na qual revelou a velocidade do processo da contratação de Jorge Jesus: "Estávamos atentos e a partir do momento em que soubemos da possibilidade de não ficar no Benfica, contactámo-lo, cerca de dois dias antes de termos anunciado a contratação. Não é estranho porque é destas coisas muito rápidas que se conseguem surpresas".
Na mesma entrevista, Bruno de Carvalho explicou o motivo que levou à contratação de Jorge Jesus: "Sabemos também como ninguém dar valor ao complemento que só a sabedoria da experiência consegue acrescentar. É um homem frontal, de caráter, trabalhador, e com uma competência profissional que todos, sem exceção, lhe reconhecem".
O antigo presidente do Sporting via em Jorge Jesus o perfil certo para liderar o plantel leonino no novo ciclo que ia começar. As conquistas foram o ingrediente especial para o começo do técnico em Alvalade: "Qualquer Clube tem como ambição ter um treinador bicampeão e três vezes campeão em seis anos. Deu para ver que não foi só o Sporting a ter essa ambição".
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José Eduardo Bettencourt: Presidente do Sporting que ajustou contas, mas sem resultados
Antigo pilar da estrutura do Clube de Alvalade conseguiu ajudar na parte financeira, mas, ainda assim, permaneceu no insucesso desportivo
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No dia 5 de junho de 2009, José Eduardo Bettencourt - que esteve envolvido numa recente candidatura à FPF - foi eleito presidente do Sporting pelos sócios leoninos. A antiga figura máxima da gestão dos verde e brancos esteve no cargo apenas até setembro de 2011, dia em que se despediu por ter reconhecido a instabilidade que o Clube de Alvalade levava.
Primeiros passos no Clube de Alvalade
O primeiro contacto direto de José Eduardo Bettencourt com o Sporting aconteceu em 2001, ano em que chegou aos leões e formou uma dupla de sucesso com Miguel Ribeiro Teles, que não só impôs rigor nas contas da SAD leonina, como também levou o futebol à conquista da dobradinha e da Supertaça em 2002, o que deu direito a algum prestígio junto dos Sócios do Clube.
No ano seguinte, José Eduardo Bettentcourt chegou à posição de administrador executivo da SAD, na qual permaneceu até 2004, quando saiu do Clube. Foi neste espaço de tempo que, com coragem, acusou Mourinho de ter rasgado uma camisola que Rui Jorge tinha pedido a Paulinho para entregar a um amigo no balneário do Porto e, noutro momento, parou sozinho uma tentativa de invasão de campo de alguns adeptos em pleno dérbi.
O regresso ao Sporting aconteceu em 2006, mas agora como vice-presidente de Soares Franco, que na altura anunciou que não se iria recandidatar. Com isto, José Eduardo Bettentcourt deixou um cargo que tinha no Banco Santander-Totta e decidiu candidatar-se à Presidência do Clube de Alvalade. O seu nome era um dos favoritos por distinguir-se dos restantes como sendo um adepto fervoroso.
A concretização de um sonho
José Eduardo Bettencourt foi eleito presidente do Sporting no dia 5 de junho de 2009, depois de conseguir uma esmagadora maioria dos votos, com 89,4 %. No seu curto mandato, conseguiu a aprovação da reestruturação financeira que visava a sustentabilidade económica do Clube. Visitou vários núcleos espalhados pelo país, o que levou os leões a atingirem os 100 mil associados.
A despedida do Sporting
Ainda assim, nem tudo correu bem para o antigo Presidente dos leões. Ao fim de 19 meses, a equipa de futebol do Sporting enfrentava uma grande instabilidade: passaram três treinadores, três diretores desportivos, um diretor geral e foram contratados 17 jogadores, sendo que poucos renderam. Com isto, o Clube levava resultados abaixo do esperado e, no dia 15 de janeiro de 2011, José Eduardo Bettencourt demitiu-se da Presidência, por entender que era o melhor para o conjunto de Alvalade.
A verdade é que foi José Eduardo Bettencourt que conseguiu resolver um problema que já se arrastava há anos, entre o Sporting e a Câmara Municipal de Lisboa, que deu resultado ao pagamento faseado por parte da entidade da capital, no valor de 18 milhões euros. Para além disso, também acertou a possível construção de um pavilhão na área que circulava o Estádio José Alvalade.
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Tiago Fernandes lembra o pai: "Manuel Fernandes está para o Sporting como Eusébio para o Benfica"
Antigo treinador dos leões concedeu uma entrevista exclusiva ao Leonino e revelou conversas que tinha com o pai que espelham o amor de ambos pelo Clube
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"A minha história com o Sporting é muito bonita para os meus filhos contarem aos seus filhos". Esta frase, dita por Manuel Fernandes, faz ainda mais sentido nos dias que correm. O antigo craque dos leões completaria, esta quinta-feira, dia 5 de junho, 74 anos de uma vida dedicada ao Clube verde e branco, ocasião que motivou uma entrevista exclusiva do Leonino a Tiago Fernandes, filho de uma lenda que tantos motivos para sorrir deu aos Sócios e adeptos.
Tiago Fernandes: "O 7-1 ao Benfica marca a carreira do meu pai e os Sportinguistas"
A conversa, que serviu como uma viagem pela carreira do antigo avançado - que pode recordar aqui -, começou pelo momento que Manuel Fernandes confidenciou junto dos mais próximos ser aquele que mais memórias saudosas lhe trazia: o mítico 7-1 contra o Benfica, em dezembro de 1986, no qual apontou quatro golos.
"Ele dizia que os jogadores do Benfica bloquearam a partir de certo momento e que se o jogo tivesse durado mais tempo ele tinha marcado mais um ou dois golos. É um jogo que marca a carreira do meu pai no Sporting e também todos os Sportinguistas", recordou Tiago Fernandes, num tom emocionado que se manteve intacto até ao fim da entrevista.
Segundo conta o filho do ex-avançado verde e branco, sempre se falou muito do Sporting em casa, o que inevitavelmente serviu para que ele próprio criasse um carinho especial pelo Clube: "Era tema obrigatório. Quando estávamos com ele, as conversas iam sempre parar ao Clube. Se estávamos com colegas que tinham jogado com ele, falava-se da altura deles quando jogavam, o que faziam... Quando estávamos com estes miúdos mais novos, ele dava a opinião dele sobre o momento atual".
Tiago Fernandes: "O meu pai está para o Sporting como o Eusébio para o Benfica"
Este amor, incutido pela mãe de Manuel Fernandes, acabaria por nunca mais ter fim, como nos contou Tiago: "Ele era completamente apaixonado pelo Clube. Vivia as vitórias, as derrotas, acompanhava regularmente a gestão do plantel, o trabalho das direções e queria ver o Clube sempre bem".
Convidado a explicar como é, afinal de contas, ser filho de uma das maiores lendas do Sporting, a emoção de Tiago Fernandes aumentou de tom: "Ter uma pessoa em casa que é das maiores figuras ou até mesmo a maior figura de sempre na história de um Clube tão grande como o Sporting é um motivo de orgulho. O meu pai está para o Sporting como o Eusébio para o Benfica".
Por fim, e recordado da frase proferida pelo pai e que envolve Tiago Fernandes e as netas, o atual treinador do Portimonense diz: "É algo histórico e até cultural aquilo que o avô conquistou. É uma grande figura do desporto nacional. Nós em casa, com o meu pai, já não falávamos tanto de futebol, falávamos mais da parte pessoal e eles sabiam que o avô era muito amigo deles".
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Com Manuel Fernandes ao barulho, Sporting recebe galhardete com erro imperdoável
Episódio insólito aconteceu na época de 1985/86 e é ainda hoje recordado pelo respeito sentido por adeptos, jogadores e estrutura do clube verde e branco
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A 4 de março de 1986, Alvalade foi palco de um episódio insólito que ainda hoje é recordado, mas não pelos melhores motivos. No jogo da 1.ª mão dos oitavos-de-final da Taça UEFA entre o Sporting e o Colónia, tudo parecia seguir o protocolo habitual: os capitães aproximaram-se, trocaram os galhardetes e saudaram-se cordialmente. Mas bastaram poucos segundos para que um erro grosseiro se tornasse o centro das atenções. No leque de protagonistas desta história está - embora sem culpa alguma - Manuel Fernandes, o mítico capitão do Sporting que, esta quinta-feira, completaria mais um aniversário.
Galhardete que marcou o jogo... e a eliminatória
Klaus Allofs, capitão da equipa alemã, entregou a Manuel Fernandes - de quem falou, recentemente, o seu filho, Tiago Fernandes - um galhardete com a inscrição "Sporting Lissabon", expressão já desconfortável para os adeptos leoninos e, ainda mais grave, dado que ostentava o emblema... do Benfica.
Embora Manuel Fernandes, concentrado no jogo, não tenha reparado de imediato no detalhe, quem assistia não tardou a notar o lapso imperdoável. João Rocha, o então Presidente do Sporting, não deixou o incidente passar em branco e expressou publicamente o seu desagrado.
Num contexto europeu, onde cada gesto simbólico conta, entregar ao Sporting um galhardete com o símbolo do seu maior rival foi visto como um desrespeito institucional e motivou protestos formais. O episódio, quase anedótico, marcou negativamente uma eliminatória que já de si exigia toda a concentração.
Em campo, Sporting fez por esquecer este episódio
O onze do Sporting para este encontro contou com Oliveira, Lopes, Dias Juniors, Oceano, Carlos Xavier, Litos, Fernandes, Sousa, Manuel Fernandes Pacheco e Meade. Já o Colónia, iniciou a partida com Schumacher, Prestin, Geils, Van De Korput, Steiner, Geilenkirchen, Littbarski, Hönerbach, Lehnhoff, Pizanti e K. Allofs
Em campo, o jogo terminou com um empate a uma bola. Meade marcou para os leões aos 55 minutos, num golo que galvanizou os adeptos presentes no antigo Estádio José Alvalade. Mas, já perto do fim, aos 89 minutos, Klaus Allofs - o mesmo protagonista do erro do galhardete - converteu uma grande penalidade e selou o empate para o Colónia. Na segunda mão, o Sporting saiu derrotado por 0-2, fora de casa, e acabou por se despedir da prova.
Leões recuperaram orgulho mais tarde
Ainda assim, a época teve os seus momentos de consolo para os adeptos Sportinguistas. Manuel Fernandes alcançou finalmente a cobiçada Bola de Prata, coroando a temporada com 30 golos no campeonato. Igualmente saboroso ainda foi o facto do Sporting ter conseguido uma rara vitória no Estádio da Luz na penúltima jornada, algo que não acontecia desde os históricos quatro golos de Lourenço em 1965.
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