É notório que o clube sofre hoje com falta de atitude e de liderança, como já referi neste espaço. Mas não podemos colocar ainda mais problemas nesta equação.

Quem é Sportinguista, quem vibra com cada jogo, não pode estar satisfeito. Não pode estar satisfeito com os resultados desportivos, obviamente. Mas também não pode estar satisfeito com o clima que vivemos.

O que se passou em Alcochete foi um momento negro na nossa história. Para sempre. O clube esteve ali em causa. E dali tem vindo a sobreviver por ter milhões de adeptos e por ter uma força neste país muito para lá da sua capacidade financeira. O rombo naquele dia foi económico, financeiro e reputacional. E estamos a pagar aquele momento.

Assistir a tudo isto dói. E existe hoje uma divisão tão grande, que não encontro forma de criar pontes e sarar feridas. As manifestações são um direito de quem está descontente. Claro que sim. Mas só se forem cordatas e com respeito. Chega de clima de terror. Chega de agressões. Chega de sermos notícias pelas piores razões.

Um clube não se constrói uns contra os outros. Não há clube que resista a um clima destes.

Dói ver um estádio calado. Dói ver um clube assim. Não podemos continuar com esta forma de estar. Este não é o ADN do Sporting.

Não estou com isto a defender a Direção ou alguém em específico. É notório que o clube sofre hoje com falta de atitude e de liderança, como já referi neste espaço. Mas não podemos colocar ainda mais problemas nesta equação.

Um clube como o Sporting Clube de Portugal não pode viver de fações. Não pode viver em guerrilha. Isto não é um Partido Político. Ou pelo menos, não deveria ser. Um clube de futebol precisa de paixão, gestão, profissionalismo e muita vontade. De todos. Direção e adeptos. Queremos resultados, mas também devemos apoiar.

Não podemos aceitar nunca, mas nunca, que existam agressões e que se associe violência ao Sporting. Por maior que seja a divergência, o respeito é bonito e é para ser usado. Não nos matem o clube, por favor.