Nuno Santos
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27 Mar 2020 | 18:58

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Nuno Santos

É mais um episódio que o aproxima do que de pior se podia assistir no mandato de Bruno de Carvalho, também ele dado a certas excentricidades de valorização e protagonismo pessoal.

Mais uma semana sem futebol, no meio de um cenário de epidemia, cujo final não se vislumbra, ainda.


Sem futebol, mas não sem algum entretenimento associado ao mesmo.

Fomos brindados com uma notícia que dava conta da irregularidade da situação do exercício do mandato do Presidente Frederico Varandas, por força da declaração do Estado de Emergência, o que o obriga a voltar ao exercício da sua condição de militar.


Enquanto cidadão, preocupa-me que continuem a existir estes "alçapões" de expediente, que permitem aos militares viver a sua vida como se não o fossem. Desconheço se o Presidente em exercício exerce zelosa e diligentemente a sua função política no município de Odivelas, mas é público e notório que o Presidente é remunerado, equanto administrador da SAD, e que explora, há já alguns anos, um negócio de cuidados médicos. Não estou seguro de o expediente que lhe permite eximir-se da sua função militar tivesse este contexto no seu espírito. Mas este é um problema mais amplo do que os temas relacionados com a vida do Clube.

No tocante ao tema da alegada violação de estatutos, tenho mais dificuldade em realizar se há, realmente, violação estatutária. Em primeiro lugar, porque o Estado de Emergência é uma situação excepcional; em segundo lugar, mesmo que houvesse o preenchimento de uma condição estatutária, de forma literal, que levasse ao término do mandato de todos os órgãos sociais, temos a dificuldade de marcar e organizar um acto eleitoral, no cenário presente.


Registo, no entanto, mais um acto de promoção pessoal, por parte de Frederico Varandas, ao anunciar que iria voltar a servir o país. Aliás, servir o país, tendo em conta a sua condição de militar, não deveria ser nada digno de nota. Deveria, antes, ser a normalidade da sua vida profissional. Não vejo nenhuma razão para anunciar tal circunstância, fazendo crer que se tratava de um extraordinário acto de bondade, que não seja a mera e fútil vaidade pessoal, de alguém que quer fazer parecer extraordinários assuntos de pequena relevância.

É mais um episódio que o aproxima do que de pior se podia assistir no mandato de Bruno de Carvalho, também ele dado a certas excentricidades de valorização e protagonismo pessoal. As diferenças, no entanto, eram evidentes. Goste-se ou não do estilo de Bruno de Carvalho, ele é realmente uma pessoa com carisma e capacidade para agregar muitas pessoas em torno de si. Exemplo disso mesmo, foi o incremento de assistências em Alvalade e o renascimento do fervor leonino, durante o seu mandato. Já Frederico Varandas, pelo que tem demonstrado, é uma pessoa com ausência de carisma pessoal, facto que é agravado pela dificuldade de se expressar, publicamente, de forma escorreita. Todo e qualquer acto demonstrativo dos seus méritos, por norma, resulta de artigos de jornal caracterizados por um conteúdo de notório impulso promocional à pessoa de Frederico Varandas. E aqui reside outra grande diferença: Varandas tem (muito) boa imprensa e Bruno de Carvalho não!

Na ausência do Presidente, veio o responsável pelas finanças falar publicamente. O Dr. Carlos Vieira já expressou uma preocupação com a análise dos efeitos da paragem do campeonato, por conta da crise criada pela pandemia, sugerindo até que as contas fossem tratadas de uma forma que permita identificar o peso que este período terá nas finanças do clube (LER AQUI). Pela Europa fora, lêem-se notícias sobre eventuais cortes salariais, como forma de fazer face às naturais perdas de receita.

Tudo isto junto significa que o Sporting atravessa um momento que carece da máxima atenção da sua administração. Com especial cuidado em informar os associados do que nos espera.

Porém, as notícias dizem-nos que o Presidente estará ausente, por força das suas obrigações profissionais, e que um dos administradores (Miguel Cal) está de saída (LER AQUI). Não são, de todo, notícias que nos deixem descansados, nem que gerem um sentimento de união em torno da Direcção.

Estando o Sporting num registo de encargos próximo (ou até acima) das suas receitas ordinárias, tal significa que também aqui se sofrerá no plano financeiro estrutural, sendo o Sporting um clube dependente de receitas extraordinárias - pelo menos, até que a estrutura de custos e a capacidade de captação de receitas mudem drasticamente -, razão pela qual seria importante que fosse o timoneiro a assumir a responsabilidade de gerir este momento.

E aqui reside outra diferença: Bruno de Carvalho, mesmo durante a tempestade, não se escondeu atrás de nenhum dos seus escudeiros. Para todo o bem e, também, para todo o mal, deu a sua cara e assumiu as despesas de comunicar para os sócios e para o público em geral. Varandas insiste em servir-se da sua equipa para passar a mensagem. Neste caso, talvez tenha um motivo atendível. Mas quando se é Presidente do Sporting Clube de Portugal, os momentos atendíveis são sempre muito inconvenientes para a Instituição. Infelizmente, o motivo atendível não é uma excepção mas antes a confirmação do que tem sido a regra na relação com o público e com os assuntos leoninos.

Fico a aguardar os próximos desenvolvimentos, desejando ao Dr. Frederico Varandas a melhor das sortes no exercício profissional, a que agora foi chamado, e que o seu contributo ajude a minorar os efeitos desta pandemia.

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Nuno Santos
Bruno Mascarenhas

02 Nov 2024 | 17:40

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Grandes, mas inevitáveis novidades…

Troca no comando técnico nesta fase iria seguramente desfocar a equipa e também aqui, no meu entender, os interesses do Clube estão a ser salvaguardados

+ opinião
Bruno Mascarenhas
Bruno Mascarenhas

Grandes, mas inevitáveis novidades…

Troca no comando técnico nesta fase iria seguramente desfocar a equipa e também aqui, no meu entender, os interesses do Clube estão a ser salvaguardados

02 Nov 2024 | 17:40

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Duarte Pereira da Silva
Duarte Pereira da Silva

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30 Out 2024 | 14:26

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Bruno Sorreluz
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Nem está tudo bem quando se ganha, nem tudo mal quando se perde! Chega de lutas de egos, chega de falar do passado e casos mal resolvidos, chega do eu em vez do nós.

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