
Um pedaço de ouro no caminho das pedras do Sporting
Se há coisa que a vida nos ensina é que o que parece certo, adquirido, rapidamente se transforma num cenário diametralmente oposto.
31 Ago 2020 | 09:40
Já em 2020, com uma SAD cotada em bolsa, têm de ser dadas explicações para esta aparente negligência na gestão de ativos de milhões de euros a depreciar sozinhos num pinhal por aí…
Ontem o Sporting CP venceu a Belenenses SAD em jogo de pré-época, alicerçando o triunfo na boa primeira parte, sobretudo no trio de jovens na frente, Pedro Gonçalves, Jovane Cabral e Tiago Tomás, com uma vantagem de dois golos ao intervalo. Sporar, vindo do banco, marcou o terceiro, tendo a Belenenses SAD conseguido marcar o seu o golo, não obstante a presença da expectável tripla de centrais mais experiente, casos de Coates, Feddal e Neto. Na passada sexta-feira, frente ao Portimonense, boas indicações da parte de Pedro Gonçalves e de Adan, conforme esperado, numa vitória por 2-1, com reviravolta no marcador. Numa apreciação global, nota-se ainda falta de envolvimento da restante equipa com o trio atacante, facto que os “autocarros” que costumam visitar Alvalade agradecem, bem como que os processos defensivos ainda tem de ser afinados. Verificou-se ainda que se mantém o imobilismo tático de Rúben Amorim centrado numa ideia de 3-4-3. Esta ideia de jogo é um dos denominadores comuns dos treinadores contratados por Varandas e Viana, tal como foram Keiser e Silas. Carlos Carvalhal, num bom conteúdo multimédia da Tribuna Expresso, intitulado “Como se encontram espaços na equipa adversária” (1), refere a luta tática dos treinadores, durante 90 minutos, o jogo do “gato e do rato”, que muitas vezes escapa ao comum dos adeptos, na procura de bloquear o adversário, por um lado, em simultâneo com encontrar espaços e pontos fracos no adversário. Esta vertente do jogo é quase como um “xadrez” humano, adaptativo ao segundo, durante 90 minutos. E se há coisa que os portugueses e, por conseguinte, os seus treinadores são bons é a adaptarem-se. Relembra-se que Keiser conseguiu surpreender ao início, insuflando egos e expectativas, mas, no espaço dum mês, os treinadores portugueses desenvolveram o antídoto (2), para o denominado “Keiserball”. E Keiser nunca conseguiu encontrar um “plano B”. Conseguirá Amorim? Perguntará o leitor porque se perde tempo a falar da ideia de jogo, em termos de formação tática. A partir duma ideia de formação tática, rigidamente implementada, decorre a procura de jogadores que possam desempenhar esse papel. Ora a formação do Sporting, tradicionalmente sempre esteve orientada sobretudo para o 4-3-3, gerando dos melhores extremos europeus de que Futre, Figo, Quaresma e Nani são bons exemplos. Assim, esta dissonância com a formação obriga o Sporting a ter de contratar fora, desperdiçando talento e esforço desenvolvido nos últimos anos, sendo bastante incoerente com o discurso da contenção financeira. Mais caricato fica, quando vemos que um jogador como Marcos Acuna, ala esquerda do esquema 3-5-2 da seleção Argentina, anda a treinar na mata (3) e a ser pago para ver os jogos do Sporting pela TV (4). Já Palhinha encontra-se a treinar sozinho (5). Uma gestão de “proscritos” que mais parece saída dos anos 80. Já em 2020, com uma SAD cotada em bolsa, têm de ser dadas explicações para esta aparente negligência na gestão de ativos de milhões de euros a depreciar sozinhos num pinhal por ai… A semana passada ficou também marcada pela troca de galhardetes entre Augusto Inácio e Miguel Braga, assessor de comunicação do Sporting. Contrastando com o seu silêncio ensurdecedor, perante as movimentações de Luis Filipe Vieira (6) e Paulo Gonçalves (7) relativamente à manutenção de poder no futebol português, Miguel Braga surgiu de forma contundente no Twitter (8), acusando Augusto Inácio, que no dia anterior tinha criticado Varandas (9), de mentiroso a respeito do folhetim Mihajlovic. Passados uns dias, curiosamente, surgiu, publicado no jornal Record, que Inácio apelidou de atual órgão oficial (9), um documento interno do Sporting, aludindo a mais uma comissão devida aquando da aquisição do sérvio, na notícia intitulada “Mihajlovic pode custar mais 323 mil euros ao Sporting” (10). A ideia que se retira, para além de mais um momento deprimente em praça pública, é que Varandas, usando uma célebre expressão da política portuguesa, foi “a mão por detrás dos arbustos” (11), usando Miguel Braga, pago pelo Sporting à Wisdom Consulting (12), para obter a sua desforra sobre Augusto Inácio, tentando colar-lhe os prejuízos da disputa legal com o atual técnico do Bolonha. Varandas e seus pares aparentam, assim, algum receio que Augusto Inácio, campeão como jogador e treinador pelo Sporting, possa estar a associado a uma futura candidatura. Quem beneficia com estas bravatas? A instituição Sporting não é certamente, que continua manietada por ver os seus interesses sobrepostos pelos interesses pessoais de quem momentaneamente os dirige, numa lógica exclusiva de manutenção de poder. Existe um proverbio brasileiro, da zona do nordeste, que afirma que “Deus é grande mas o mato é ainda maior”(13). Os sportinguistas têm pois muita “mata” para limpar!
Diretor Leonino
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