(Fernando Fernandes foi dispensado, após trinta anos a promover uma modalidade do Sporting CP como mais ninguém o fez. Não conheço os motivos mas reitero que não gosto do cemitério de pessoas que esta direcção vai deixando e detesto a forma como se dispensam as pessoas. Idêntico raciocínio se tem de fazer quanto a Silas, obrigado a confirmar o seu próprio despedimento em directo, sem rede ou apoio suficientes. Silas parecia não servir, mas a culpa é menos dele do que dos que, há menos de seis meses, acharam que seria uma óptima escolha. Tenho para mim que os líderes guardam para si as tarefas mais difíceis e não tenho nota de ter sido o Presidente a justificar as razões para se afastar alguém, como é o caso de Fernando, que tudo deu – e creio que continuará a dar – pelo Sporting CP. Não creio, igualmente, que deva ser o próprio dispensado a anunciar o seu sucessor, após circularem nos que são actualmente os canais oficiais de comunicação do Sporting, vulgo a Cofina e o Record em especial, a sua substituição. Por seu turno, meros nove meses volvidos, também Cláudia Lopes sai dos quadros, pese embora quanto a esta nunca se tenha percebido muito bem o que estava ali a fazer. O Sporting CP tem uma estranha política de recursos humanos, a qual, não vindo de hoje, um dia terá de ser explicada.
Num fim-de-semana em que o VAR funcionou tão injustamente no jogo do Benfica quanto acertadamente no caso do Sporting, era inevitável escrever sobre Ruben Amorim.
Entendamo-nos: uma vez contratado e sendo o alegado treinador do Sporting CP, é para ser defendido por nós, enquanto tal for possível. Contudo, a montante e como ponto prévio, a questão que se pode colocar é o que leva uma direcção a assinar com um treinador de nível II, que iniciou funções há menos de quinze jogos e a pagar tão caro por ele a um claro rival. Tudo isto, claro, quando se avança que o grande problema é de tesouraria e, não obstante há meses atrás se ter dito que estava tudo óptimo, agora justificarem-se todos os desaires com a dita falta de liquidez.
É certo que já tinha existido uma tentativa de ir buscar o então treinador do Braga, Abel Ferreira, prontamente desmentida assim que, entre outros, por mim denunciada. O tempo encarregou-se de mostrar a verdade dos factos.
Rúben Amorim foi, agora, contratado por dez milhões, acrescidos de IVA, no mesmo momento em que se invoca a necessidade de baixar a alegada “massa salarial” e após se terem alienado activos que faziam a diferença na equipa de futebol. E, tal como Cláudia Lopes, foi-o sem ter prestado grandes provas quanto às ditas funções, não bastando para tal dizer “e se correr bem?”.
Por seu turno, dar esta quantia ao Braga, AKA Benfica B, ainda que paga faseadamente, significa dotar este clube de uma verba que lhe permitirá ter folego para um conjunto de actividades, das quais reforçar a equipa nem é a pior para nós.
Tudo visto, o mínimo que se podia esperar de ontem era uma equipa mais motivada, mais organizada, mais eficaz. Ao invés, aquilo a que se assistiu foi a mais do mesmo, embora agora – inegavelmente – o triste espectáculo saia mais caro. Ganhar em casa contra nove de uma equipa que está no último lugar não chega para se considere ter-se cumprido os mínimos.
Daí que a pergunta que me assola seja: e se não correr bem? E se, pura e simplesmente, não correrem, como quase sucedeu ontem?
A autora escreve de acordo com a antiga ortografia.
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