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UNIR O SPORTING
Os Sportinguistas estão cada vez mais unidos no propósito de pôr um ponto final nesta falta de competência, nesta mediocridade.
Imagem de destaque02 Out 2020, 09:28

Frederico Varandas tardou, mas parece que finalmente está a conseguir cumprir o seu lema e promessa eleitoral: “Unir o Sporting”.

A verdade, por muito que a muitos sportinguistas ainda custe assumir este pensamento e expressá-lo sem pudor, é que cada vez mais leões se unem nas críticas a estes órgãos sociais e no constatar de erros que são clamorosos, nomeadamente na gestão do “futebol fácil”.

Eleito por uma maioria de votos – que não de sócios votantes – a vida de Varandas à frente do Sporting, temos de admitir, nunca foi fácil. Em primeiro lugar, os mais fervorosos defensores do presidente destituído, que nunca perdoaram a Varandas o que consideraram uma “traição”, como não perdoariam, de qualquer modo, fosse a quem fosse que sucedesse ao seu querido líder.

Depois, os apoiantes de todas as outras listas que se apresentaram a sufrágio. Obviamente, fizeram-mo por entenderem que Varandas, o primeiro sócio que se assumiu como candidato, e os que o acompanhavam, bem como o “projecto” que apresentaram, não reuniam as condições necessárias para presidir a este enorme clube. E entenderam isso pelas mais diversas razões.

Independentemente de qualquer raciocínio e análise ao que aconteceu até ao encerramento das urnas, a verdade é Frederico Varandas foi de facto eleito democraticamente, em respeito pelo que está definido nos Estatutos do clube.

A larga maioria dos sócios – nomeadamente os que votaram em Varandas, obviamente, mas também a maioria dos que apoiaram outras listas, começando até pelo líder da lista que foi a preferida por uma maioria dos sócios (que não dos votos) – aceitaram o resultado das eleições, deram o benefício da dúvida, remeteram-se, na generalidade, ao silêncio e deixaram a equipa de Varandas trabalhar.

Muitos ainda assim continuam, é verdade. Mas cada vez menos.

A gestão, já não há como disfarçar a realidade, tem sido medíocre, não se vislumbra um golpe de asa, algo que vá para lá da banalidade, um rasgo, uma competência acima do normal. Nada.

No futebol, então, as asneiras sucedem-se umas a seguir às outras e os resultados da principal equipa de futebol são absolutamente confrangedores.

Já nem falo de épocas passadas, cada uma pior que a outra.

Perder 1-4 em casa com um clube como o LASK é uma humilhação e uma vergonha para o Sporting Clube de Portugal. Não participar nas competições europeias é um insulto à história do Sporting Clube de Portugal. Aceitar e desvalorizar isto é um atentado ao sportinguismo e contra os sportinguistas.

Se depois olharmos para a forma como um Rio Ave se bateu com o gigante AC Milan e esteve a segundos de dar uma lição ao histórico italiano, vemos que o fundamental não são os orçamentos. É a raça, o querer, o amor ao clube e, sobretudo, competência.

É por isso que Varandas parece estar cada vez mais próximo de cumprir o seu lema e a sua promessa de “unir o Sporting”. Os sportinguistas estão cada vez mais unidos no propósito de pôr um ponto final nesta falta de competência, nesta mediocridade.

Conheço e falo com sportinguistas de todo o espectro: dos que frequentam a tribuna e os camarotes, aos da bancada (como eu), não esquecendo os da “curva”. Oiço e convivo com institucionalistas e situacionistas, assim como com contestatários e revolucionários. E o que vou constatando, mesmo entre os maiores defensores de Varandas, é uma cada vez maior desilusão e consenso em torno da incapacidade de dar a volta.

Nós queremos golos. Nós queremos vitórias. Nós queremos o Sporting campeão, ou a lutar sempre e até ao fim para o ser. Só isso. É assim tão difícil?

Com este rumo, não é difícil. É impossível. Varandas é incapaz de dar ao Sporting aquilo de que o Sporting precisa para contrariar este caminho de definhamento e voltar de novo a ser um clube grande, tão grande como os maiores da Europa.

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