Sporting pode dar passo gigante rumo ao Título nacional

O antigo treinador do Sporting, Marco Silva, vai brilhando no Fulham, uma das equipas sensação desta edição da Premier League. O técnico português conseguiu, recentemente, uma vitória contra o Chelsea - conjunto que ocupa o segundo posto da competição - no reduto dos adversários, algo que já não acontecia há 45 anos em todas as competições.

Segundo o jornal inglês 'Daily Mail', o bom ciclo do Fulham, que culminou com o triunfo frente aos blues, começou depois de uma derrota frente ao Wolverhampton, a 23 de novembro. Marco Silva terá sugerido que o jantar de Natal fosse adiantado para aquela altura, e os jogadores perguntaram se podiam tirar uns dias para uma viagem a Paris. O técnico português acedeu ao pedido, para que os atletas pudessem "limpar a cabeça". Teve resultado.

Desde então que o Fulham não perde uma partida. Seguiram-se empate (1-1) com o Tottenham, vitória (3-1) frente ao Brighton, empates com o Arsenal (1-1), Liverpool (2-2) e Southampton (0-0) e triunfo frente aos blues, onde os golos chegaram aos 82 e 90+5 minutos, através de dois jogadores vindos do banco de suplentes.

Mencionar que também foi importante o jantar organizado e pago por Marco Silva depois do empate a dois com o Liverpool - líder da competição - que se estendeu também ao staff e funcionários do clube, e que terá tido um efeito psicológico positivo nos jogadores da equipa londrina. 

O 'Daily Mail' revelou ainda algumas particularidades do antigo treinador do Sporting: proibiu creme de maçã na ementa do clube, e fornece a cada jogador uma estatística individual no dia a seguir ao jogo. Vai na terceira época aos comandos do Fulham, e está perto dos lugares europeus depois de duas épocas a ganhar o seu espaço na Premier League, em que foi décimo e décimo terceiro classificado.

Diogo Luís, jornalista português do jornal 'A Bola', assinou um texto no seu espaço de opinião em que aborda o momento atual do Sporting, e fala da transição de treinadores, da gestão do Presidente Frederico Varandas, e ainda do dérbi de Lisboa.

"O futebol é imprevisível. A euforia e a depressão andam de mãos dadas. Nos últimos quatro anos e meio Ruben Amorim conseguiu gerir as expectativas no reino do leão, através de uma comunicação externa e interna fora do normal. Fez o seu trabalho e o do departamento de comunicação do Sporting. Falou por ele e por Frederico Varandas. A sua saída expôs o Sporting em várias áreas", começou por escrever.

Prosseguiu, sobre o reinado de João Pereira: "Ao fim de 44 dias toda a convicção que levou João Pereira a ser treinador da equipa principal do Sporting desapareceu. Por norma, as boas decisões devem estar suportadas em critérios que possam justificar as opções que são tomadas. Referi por norma porque há exceções. Ruben Amorim é o exemplo de que uma contratação sem critérios previamente identificados, e por valores incríveis, pode converter-se num sucesso. Contudo, será importante que quem lidera tenha a perceção de que exemplos como o de Ruben Amorim são escassos. Não coloco em causa a sua qualidade como treinador. Coloco em causa a decisão de Frederico Varandas por esta não ter por base nenhum critério lógico. O tempo veio dar-me razão", atirou Diogo Luís 

De seguida: "Referiu ainda que Rui Borges já vai poder ser Rui Borges porque 'assim lhe é permitido'! Se o Sporting é gerido de dentro para fora, quem é que não permitiu que João Pereira fosse João Pereira? Quem impediu João Pereira de ser igual a si mesmo? Ou será que a culpa não é de João Pereira, mas sim de alguém que apostou num treinador que não estava devidamente preparado?"

O jornalista não esconde, no entanto, os elogios a Rui Borges, e acrescentou que o dérbi é "a oportunidade de causar uma primeira boa impressão, sem ter tempo para poder trabalhar" para o novo técnico dos leões que se estreia este domingo, dia 29 de dezembro, em Alvalade.

O Sporting receberá este domingo, 29 de dezembro, o dérbi eterno no Estádio José Alvalade. Em antevisão ao duelo aceso frente ao rival desde sempre - o Benfica - o jornalista Vítor Almeida Gonçalves realizou a antevisão ao encontro no diário desportivo Record.

Durante os 44 dias em que João Pereira esteve à frente do comando técnico dos verdes e brancos, a equipa registou uma quebra significativa de rendimento. Para além das derrotas, os leões marcaram apenas quatro golos nesse período, muito aquém dos 23 conseguidos sob a liderança de Ruben Amorim. Com a chegada de Rui Borges, o futuro do Sporting permanece uma incógnita, mas uma certeza parece resistir: Viktor Gyokeres continua a ser a figura central para o sucesso da equipa. Na presente temporada, o avançado já soma 18 golos.

"Coragem bem podia ser o mote deste dérbi", começou por referir Vítor Almeida Gonçalves, e prosseguiu, "A de Rui Borges, para pegar no Sporting em cima de um jogo tão importante, com o peso contraditório de duas heranças (positiva, de Ruben Amorim, e negativa, de João Pereira)".

Além disso, sublinha que "Este contexto seria suficiente, por si só, para elevar a expectativa ao máximo, mas o jogo desta noite comporta outro motivo de de interesse que não é de todo descartável, por muito que a procissão ainda vá no adro: a liderança da Liga. O FC Porto, ao vencer ontem (dia 28) o Boavista, atirou a pressão para os rivais de Lisboa, na certeza de que será preciso um deles ganhar o duelo de Alvalade para tirar os dragões do topo da tabela na viragem do ano". De referir que o Porto está a liderar atualmente a tabela, com 40 pontos à condição, por ter disputado a 16.ª jornada da Liga um dia antes dos dois rivais.

"Quem diria, há pouco mais de um mês? Provavelmente, ninguém, é verdade, nem o próprio Vítor Bruno, salvo num ato de fé. O facto é que a saída de Amorim e o insucesso da aposta em João Pereira, no Sporting, e as dores de crescimento de Bruno Lage, no Benfica, criaram a tempestade perfeita para um campeonato que está totalmente em aberto", por fim, sublinha, "Também por isso e pela estreia de Rui Borges (com a incerteza tática que traz), este dérbi não será apenas mais um".