VARANDAS CELEBRA QUATRO ANOS NA LIDERANÇA DO SPORTING: 5 FEITOS E 5 DEFEITOS DO PRESIDENTE
Líder leonino foi eleito pela primeira vez a 9 de setembro de 2018. Confira aqui os melhores e os piores momentos
Redação Leonino
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9 de Setembro 2022, 12:17

“Nasci Sporting, cresci Sporting, respiro Sporting, mas não sou o Sporting. A missão é servir o Sporting. A minha prioridade é unir o Sporting. Ontem, começámos a vencer o adversário mais terrível da nossa História: o Sporting fraturado. Ontem já começámos a vencer e hoje é uma nova era, de um Sporting unido”. Foram estas as primeiras palavras de Frederico Varandas quando foi, oficialmente, Presidente do Sporting.

Na madrugada do dia 9 de setembro de 2018, o agora líder leonino foi eleito 43.º Presidente da História do Clube de Alvalade, conseguindo 42,32% e batendo João Benedito (36,84%).

Apesar de só agora celebrar quatro anos na Presidência, Frederico Varandas até já foi reeleito e por uma margem esmagadora (85,8%). Contudo, nem só de vitórias se fez a liderança de Varandas. Confira os melhores e os piores momentos do Presidente do Sporting.

5 FEITOS: Títulos no futebol e modalidades, Amorim, VMOC’s, vendas recorde e contas certas

  1. Título de Campeão Nacional de futebol (e não só)

O ponto alto da Presidência de Frederico Varandas foi, sem margem para dúvidas, a conquista do título de Campeão Nacional de futebol, que fugia há quase 20 anos. Depois de uma época que até nem começou da melhor maneira (eliminação no play-off de acesso à fase de grupos da Liga Europa, diante do LASK), os leões, orientados por Rúben Amorim, surpreenderam tudo e todos e conquistaram o 23.º título de Campeão Nacional da História do Sporting.

No futebol, para lá deste troféu, destaque, ainda, para a conquista de uma Taça de Portugal (2018/19), três Taças da Liga (2018/19, 2020/21, 2021/22), uma Supertaça Cândido de Oliveira (2021/22) e o apuramento histórico para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões.

  1. Títulos nas modalidades

Nas modalidades, sob a liderança de Varandas, o Sporting conquistou inúmeros títulos internacionais, com destaque para as duas UEFA Futsal Champions League (2018/19, 2020/21) e as duas Ligas Europeias de hóquei em patins (2018/19, 2020/21).

Na vertente interna, o futsal (ganhou as últimas sete competições disputadas em solo nacional), o hóquei verde e branco (título de campeão nacional em 2020/21) e o basquetebol (seis títulos) fizeram as delícias dos Sportinguistas. O andebol e o voleibol são, para já, o calcanhar de Aquiles dos leões, apesar de até terem vencido uma Taça de Portugal.

  1. Contratação de Rúben Amorim

Em março de 2020, depois de uma eliminação traumática da Liga Europa, diante do Başakşehir, Frederico Varandas despediu Silas e foi a Braga contratar Rúben Amorim, pagando a cláusula de rescisão, num negócio que terá custado aos cofres verdes e brancos qualquer coisa como 12,5 milhões de euros.

Na altura, o Presidente do Sporting foi bastante criticado, mas a verdade é que a contratação de Amorim revelou ser uma jogada de mestre. Há um antes e um depois de Rúben Amorim na Presidência de Frederico Varandas. O caro acabou por sair bastante barato. Títulos, valorização de ativos e um Clube unido em volta do treinador da equipa principal de futebol

  1. Recompra das VMOC’s

Um dia antes das eleições de março de 2022, Frederico Varandas nem precisava de um trunfo, mas acabou por jogar o seu ás, anunciando que o Sporting tinha chegado a acordo com o Novo Banco para a recompra, a desconto, das VMOC’s.

Gostando-se, ou não, de Frederico Varandas, este foi um grande negócio para o Sporting, uma vez que, se tal não acontecesse, a maioria da SAD poderia não estar assegurada. E, ainda para mais, ao preço que foi. Grande negócio, Presidente!

  1. Vendas recorde e contas certas

Bruno Fernandes (63 milhões), Nuno Mendes (45) e Matheus Nunes (45). É factual. Nunca nenhum Presidente do Sporting vendeu tão bem como Frederico Varandas, que regista os três maiores negócios de sempre dos leões.

A ‘consequência’ veio espelhada no Relatório & Contas da Sporting SAD para o exercício de 2021/22. Os leões apresentaram um lucro de 25 milhões e ainda nem são contabilizadas as vendas de Matheus Nunes, Palhinha, Tabata, Šporar ou Plata.

5 DEFEITOS: Falta de comunicação com os Sócios, pré-Amorim, passes partilhados, falta de peso institucional e falta de transparência

  1. Falta de comunicação com os Sócios

O lema da primeira candidatura de Frederico Varandas era ‘Unir o Sporting’. Pois bem, este talvez seja o pecado capital do Presidente leonino. Apesar do sucesso desportivo (e financeiro), Varandas continua a apresentar grandes dificuldades em comunicar com os Sócios.

As Assembleias Gerais conturbadas, as manifestações, as agressões no Pavilhão João Rocha e os Sócios descalços são a face mais visível de uma relação conturbada com os Sócios e adeptos do Sporting.

  1. Período pré-Amorim

Rúben Amorim foi a jogada de mestre de Frederico Varandas. Contudo, o período antes da chegada do agora técnico dos leões a Alvalade, é bastante negro. Ao todo, foram quatro os treinadores em cerca de dois anos: Peseiro (não escolhido por Varandas), Keizer, Leonel Pontes (interino) e Silas.

Apesar dos títulos conquistados por Keizer (Taça da Liga e Taça de Portugal), foram mais as derrotas do que as vitórias, no computo geral. Há claramente um antes e um depois de Rúben Amorim para Frederico Varandas.

  1. Passes partilhados

Uma das críticas feitas com maior frequência à Direção liderada por Frederico Varandas é a aquisição de passes pela metade: Pedro Gonçalves (50%), Edwards (50%), Trincão (50%), Porro (70%), Ugarte (Sporting pode comprar até 80%). Estes são apenas alguns dos exemplos mais conhecidos. A partir de agora, exceção feita a Gonçalo Inácio, as vendas vão passar a valer menos. Tem a palavra Frederico Varandas (e Salgado Zenha).

  1. Falta de peso institucional

Não é defeito exclusivo de Varandas – até porque os últimos Presidentes do Sporting também não tiveram esta capacidade –, mas, ao dia de hoje, o líder leonino ainda não é reconhecido pelos seus pares.

Falta força institucional à figura máxima do Clube de Alvalade para se impor nas mais altas instâncias do futebol português, nomeadamente na Federação e na Liga. De resto, a derrota na questão dos 23 títulos demonstra isso mesmo.

  1. Falta de transparência

Por fim, um dos defeitos apontados à administração é a falta de transparência. O último capítulo deste filme foi Pedro Porro. Sem que o Sporting – ou até a comunicação social – tivesse anunciado, os adeptos verdes e brancos foram surpreendidos com a informação de que os leões concederam 30% de uma mais-valia futura ao Manchester City.

A não divulgação, em tempo útil e de forma voluntária, de alguns detalhes sobre a contratação de jogadores – entre outros temas – é um dos aspetos a melhorar pela Direção de Frederico Varandas.

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