“Nasci Sporting, cresci Sporting, respiro Sporting, mas não sou o Sporting. A missão é servir o Sporting. A minha prioridade é unir o Sporting. Ontem, começámos a vencer o adversário mais terrível da nossa História: o Sporting fraturado. Ontem já começámos a vencer e hoje é uma nova era, de um Sporting unido”. Foram estas as primeiras palavras de Frederico Varandas quando foi, oficialmente, Presidente do Sporting.
Na madrugada do dia 9 de setembro de 2018, o agora líder leonino foi eleito 43.º Presidente da História do Clube de Alvalade, conseguindo 42,32% e batendo João Benedito (36,84%).
Apesar de só agora celebrar quatro anos na Presidência, Frederico Varandas até já foi reeleito e por uma margem esmagadora (85,8%). Contudo, nem só de vitórias se fez a liderança de Varandas. Confira os melhores e os piores momentos do Presidente do Sporting.
5 FEITOS: Títulos no futebol e modalidades, Amorim, VMOC’s, vendas recorde e contas certas
- Título de Campeão Nacional de futebol (e não só)
O ponto alto da Presidência de Frederico Varandas foi, sem margem para dúvidas, a conquista do título de Campeão Nacional de futebol, que fugia há quase 20 anos. Depois de uma época que até nem começou da melhor maneira (eliminação no play-off de acesso à fase de grupos da Liga Europa, diante do LASK), os leões, orientados por Rúben Amorim, surpreenderam tudo e todos e conquistaram o 23.º título de Campeão Nacional da História do Sporting.
No futebol, para lá deste troféu, destaque, ainda, para a conquista de uma Taça de Portugal (2018/19), três Taças da Liga (2018/19, 2020/21, 2021/22), uma Supertaça Cândido de Oliveira (2021/22) e o apuramento histórico para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões.
- Títulos nas modalidades
Nas modalidades, sob a liderança de Varandas, o Sporting conquistou inúmeros títulos internacionais, com destaque para as duas UEFA Futsal Champions League (2018/19, 2020/21) e as duas Ligas Europeias de hóquei em patins (2018/19, 2020/21).
Na vertente interna, o futsal (ganhou as últimas sete competições disputadas em solo nacional), o hóquei verde e branco (título de campeão nacional em 2020/21) e o basquetebol (seis títulos) fizeram as delícias dos Sportinguistas. O andebol e o voleibol são, para já, o calcanhar de Aquiles dos leões, apesar de até terem vencido uma Taça de Portugal.
- Contratação de Rúben Amorim
Em março de 2020, depois de uma eliminação traumática da Liga Europa, diante do Başakşehir, Frederico Varandas despediu Silas e foi a Braga contratar Rúben Amorim, pagando a cláusula de rescisão, num negócio que terá custado aos cofres verdes e brancos qualquer coisa como 12,5 milhões de euros.
Na altura, o Presidente do Sporting foi bastante criticado, mas a verdade é que a contratação de Amorim revelou ser uma jogada de mestre. Há um antes e um depois de Rúben Amorim na Presidência de Frederico Varandas. O caro acabou por sair bastante barato. Títulos, valorização de ativos e um Clube unido em volta do treinador da equipa principal de futebol
- Recompra das VMOC’s
Um dia antes das eleições de março de 2022, Frederico Varandas nem precisava de um trunfo, mas acabou por jogar o seu ás, anunciando que o Sporting tinha chegado a acordo com o Novo Banco para a recompra, a desconto, das VMOC’s.
Gostando-se, ou não, de Frederico Varandas, este foi um grande negócio para o Sporting, uma vez que, se tal não acontecesse, a maioria da SAD poderia não estar assegurada. E, ainda para mais, ao preço que foi. Grande negócio, Presidente!
- Vendas recorde e contas certas
Bruno Fernandes (63 milhões), Nuno Mendes (45) e Matheus Nunes (45). É factual. Nunca nenhum Presidente do Sporting vendeu tão bem como Frederico Varandas, que regista os três maiores negócios de sempre dos leões.
A ‘consequência’ veio espelhada no Relatório & Contas da Sporting SAD para o exercício de 2021/22. Os leões apresentaram um lucro de 25 milhões e ainda nem são contabilizadas as vendas de Matheus Nunes, Palhinha, Tabata, Šporar ou Plata.
5 DEFEITOS: Falta de comunicação com os Sócios, pré-Amorim, passes partilhados, falta de peso institucional e falta de transparência
- Falta de comunicação com os Sócios
O lema da primeira candidatura de Frederico Varandas era ‘Unir o Sporting’. Pois bem, este talvez seja o pecado capital do Presidente leonino. Apesar do sucesso desportivo (e financeiro), Varandas continua a apresentar grandes dificuldades em comunicar com os Sócios.
As Assembleias Gerais conturbadas, as manifestações, as agressões no Pavilhão João Rocha e os Sócios descalços são a face mais visível de uma relação conturbada com os Sócios e adeptos do Sporting.
- Período pré-Amorim
Rúben Amorim foi a jogada de mestre de Frederico Varandas. Contudo, o período antes da chegada do agora técnico dos leões a Alvalade, é bastante negro. Ao todo, foram quatro os treinadores em cerca de dois anos: Peseiro (não escolhido por Varandas), Keizer, Leonel Pontes (interino) e Silas.
Apesar dos títulos conquistados por Keizer (Taça da Liga e Taça de Portugal), foram mais as derrotas do que as vitórias, no computo geral. Há claramente um antes e um depois de Rúben Amorim para Frederico Varandas.
- Passes partilhados
Uma das críticas feitas com maior frequência à Direção liderada por Frederico Varandas é a aquisição de passes pela metade: Pedro Gonçalves (50%), Edwards (50%), Trincão (50%), Porro (70%), Ugarte (Sporting pode comprar até 80%). Estes são apenas alguns dos exemplos mais conhecidos. A partir de agora, exceção feita a Gonçalo Inácio, as vendas vão passar a valer menos. Tem a palavra Frederico Varandas (e Salgado Zenha).
- Falta de peso institucional
Não é defeito exclusivo de Varandas – até porque os últimos Presidentes do Sporting também não tiveram esta capacidade –, mas, ao dia de hoje, o líder leonino ainda não é reconhecido pelos seus pares.
Falta força institucional à figura máxima do Clube de Alvalade para se impor nas mais altas instâncias do futebol português, nomeadamente na Federação e na Liga. De resto, a derrota na questão dos 23 títulos demonstra isso mesmo.
- Falta de transparência
Por fim, um dos defeitos apontados à administração é a falta de transparência. O último capítulo deste filme foi Pedro Porro. Sem que o Sporting – ou até a comunicação social – tivesse anunciado, os adeptos verdes e brancos foram surpreendidos com a informação de que os leões concederam 30% de uma mais-valia futura ao Manchester City.
A não divulgação, em tempo útil e de forma voluntária, de alguns detalhes sobre a contratação de jogadores – entre outros temas – é um dos aspetos a melhorar pela Direção de Frederico Varandas.