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Histórias do Leão
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No dia 7 de julho de 1918, Alberto Rio finalmente alinhou pelo Sporting - que já apresentou um novo reforço para 2024/25. O avançado que deixou marcas ao serviço do Benfica chegou aos leões em fevereiro, no entanto, só pôde vestir o equipamento verde e branco seis meses depois, por atravessar um período de suspensão imposto pelos encarnados.
Alberto Rio, avançado que, na altura, era considerado o melhor jogador do Benfica, já tinha mostrado o desejo de sair. Assim, em fevereiro de 1918, o português deixou os encarnados pelo próprio pé, depois da ameaça que tinha feito anteriormente. A verdade é que as coisas não correram nada bem para o ponta-de-lança.
O Benfica impôs uma suspensão de seis meses ao craque, já que o próprio tinha deixado de aparecer nos treinos, sem dar quaisquer satisfações aos dirigentes da equipa encarnada. Alberto Rio, no exato momento em que saiu das águias, ingressou diretamente no Sporting, onde não pôde começar a jogar.
Apesar de Alberto Rio ter chegado ao Sporting em fevereiro, a saída do Benfica foi bastante contestada pelos adeptos. Na altura, havia uma lei que impedia o aliciamento e o recrutamento entre os grandes clubes e transferências deste tipo só podiam acontecer em casos de acordo prévio entre os conjuntos.
Desta forma, Alberto Rio não teve o agrado de todos os setores leoninos. O craque deveria ter-se estreado frente ao Sevilha, de Espanha, no entanto, os benfiquistas impediram que tal acontecesse, afirmando que o avançado português atravessava um período de suspensão e não uma dispensa, como muitos pensavam.
Assim, após um período de rivalidade entre os dois clubes lisboetas, Alberto Rio finalmente estreou-se pelos leões a 7 de julho de 1918, numa partida frente ao Império, que contava para a Taça Mutilados de Guerra. Os verdes e brancos levaram a melhor, já que venceram por 2-0.
Alberto Rio ainda participou na conquista do segundo Campeonato de Lisboa da história do Sporting, no entanto, nunca recuperou o mesmo nível que tinha mostrado ao serviço do Benfica. Então, no ano seguinte, o avançado juntou-se a outros craques como Artur José Pereira e tornou-se num dos fundadores do Belenenses.
Atual técnico dos verdes e brancos conquistou os dois grandes títulos em território nacional após salvar os leões de um período de instabilidade
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Rui Borges - que vai receber mais craques durante esta segunda-feira - nasceu a 7 de julho de 1981, em Mirandela. O técnico assumiu a equipa principal do Sporting no meio da temporada 2024/25, após um período de instabilidade causado pela saída de Ruben Amorim e a entrada de João Pereira e, ainda assim, levou o Clube à conquista da tão desejada dobradinha.
Como jogador, Rui Borges teve uma carreira simples. O atual técnico do Sporting começou a jogar no Mirandela, clube da terra onde também terminou a carreira. O português ainda integrou o plantel do Trofense que conquistou a Segunda Liga, em 2007/08, apesar de não ter sido uma das peças chave no plantel que contava, ainda, com Fábio Paim e Paulo Lopes.
Logo após ter pendurado as botas, quando tinha 36 anos, Rui Borges começou o percurso como treinador no Mirandela. No emblema da sua terra, o antigo jogador deu as primeiras ordens nas camadas jovens, até que assumiu a equipa principal em 2017/18. O técnico mostrou serviço e, em 2019, assinou pelo Académico de Viseu, do segundo escalão, que salvou da descida de divisão.
No ano seguinte, Rui Borges terminou o campeonato na oitava posição e levou o conjunto viseense às meias-finais da Taça de Portugal, onde acabou eliminado pelo Porto. Em 2020, rescindiu com o Académico de Viseu e transferiu-se para a Académica de Coimbra, que sonhava com a subida de divisão. Apesar de ter lutado pelos primeiros lugares, acabou em quarto lugar. A nova época não começou muito bem e o técnico foi despedido.
Ainda assim, o português continuava com mercado e chegou, então, ao Nacional. No clube madeirense terminou em sexto lugar, desempenho que levou Rui Borges a assumir o comando técnico do Vilafranquense. Em 2023, saiu do conjunto de Vila Franca de Xira por conta de divergências com a SAD e transferiu-se para o Mafra, que levou do 14.º até ao 6.º lugar da Segunda Liga.
Em 2023/24, Rui Borges chegou ao Moreirense, para disputar o principal escalão do futebol português. No novo clube, conseguiu igualar a melhor classificação de sempre, ao conquistar a sexta posição da tabela classificativa, apenas atrás dos três grandes e dos dois minhotos. Desta forma, o técnico chegou ao Vitória de Guimarães, onde confirmou ser um treinador em ascensão.
Pelos vimaranenses, Rui Borges teve um bom início de época, com destaque para as excelentes prestações na Liga Conferência, onde o conjunto de Guimarães terminou a fase de liga em 2.º lugar, depois de ter começado nas eliminatórias de qualificação. A equipa treinada pelo técnico natural de Mirandela era apontada como uma das equipas a praticar melhor futebol em Portugal.
Assim, Rui Borges estava pronto para dar mais um salto. O Sporting atravessava um período de instabilidade devido à saída de Ruben Amorim, que foi substituído por João Pereira, proveniente da equipa B, o que levou a uma série de derrotas seguidas. O técnico de Mirandela assinou então um contrato válido até ao final da temporada de 2025/26, com mais uma época de opção, depois da SAD leonina ter pagado a sua cláusula de rescisão, fixada no valor de 4 milhões de euros.
Na sua apresentação em Alvalade, Rui Borges disse algo que não passou por despercebido e até se tornou no lema para a restante época: "Quando faltar inspiração, que não falte atitude". O treinador português chegou ao Sporting no decorrer da 15.ª jornada do campeonato. O Clube leonino ocupava o segundo lugar, a um ponto do Benfica e em igualdade com o Porto.
Depois de 19 jogos, sem nenhuma derrota, Rui Borges conquistou o campeonato pelo Sporting. Para fechar a época da melhor forma, o técnico português ergueu a Taça de Portugal, depois de uma reviravolta épica frente ao Benfica de Bruno Lage. Desta forma, o treinador luso levantou o título da prova rainha, que os leões não venciam desde 2019, e ainda festejou a dobradinha, que já escapava há 23 anos.
Atualizado a 7 de julho de 2025*
Craque que atuava como segundo avançado acabou por sair do Clube de Alvalade sem ter envergado a Listada verde e branca na equipa principal
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No dia 4 de julho de 2012, Sunil Chhetri foi anunciado oficialmente como novo reforço do Sporting. A confirmação foi dada pelo site oficial do Clube de Alvalade, que tinha acabado de lançar a sua marca do mercado indiano. O craque apresentado por Godinho Lopes - que venceu as eleições em 2011 - era considerado, na altura, o maior valor futebolístico da Índia.
Sunil Chhetri era tratado por muitos como o melhor jogador indiano de todos os tempos. O craque chegou como capitão da seleção da Índia e um elevado estatuto perante os colegas de profissão do seu país. O jogador atuava como segundo avançado e mostrava-se muito ágil e inteligente dentro de campo.
Sunil Chhetri: "É um grande prazer ir para um gigante europeu como o Sporting"
Na chegada ao Sporting, Sunil Chhetri não escondeu a emoção: "É um grande prazer para mim e um momento fantástico na minha carreira, ir para um gigante europeu como o Sporting. Sonhei com este dia e sempre acreditei que o meu tempo ia chegar. Agora é uma realidade".
Godinho Lopes, Presidente do Sporting à data, anunciou a chegada do jogador com entusiasmo: "Chegámos ao futebol Indiano, visando o seu desenvolvimento, num mercado estimado pela FIFA, em mais de 20 milhões de praticantes, sendo neste contexto, Sunil Chhetri, capitão da seleção Indiana de Futebol, um ídolo naquele país, que simbolizará os sonhos de todos os jovens que ambicionam jogar na Europa e que irá integrar o plantel da equipa 'B'".
A verdade é que esta transferência foi fundamental para o Sporting lançar a sua marca na Índia, Godinho Lopes, antigo pilar dos verdes e brancos, via grande potencial de crescimento: "Demos início a um conjunto de parcerias, ligadas na sua essência, à formação".
Pelo Sporting, Sunil Chhetri acabou apenas por fazer uma temporada, unicamente ao serviço da equipa B. O craque indiano acabou por nunca mostrar o seu potencial, tendo sido emprestado ao Churchill Brothers, equipa do seu país, até sair em definitivo para o Bengaluru em 2013/14.
Velho campo dos leões sofreu mudanças depois de um dos fundadores oferecer mais espaços e dinheiro para que as obras fossem possíveis
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No dia 4 de julho de 1907, foram inauguradas, no Sítio das Mouras - a primeira casa do Sporting, que foi substituída pelo Stadium de Lisboa posteriormente - as melhores instalações desportivas já vistas até à época, em Portugal. Além do campo de futebol, o espaço fornecido pelo Visconde de Alvalade passou a ter um amplo pavilhão, vestiários e armários pessoais, chuveiros e banhos de imersão, salão de jogos e estar, cozinha, duas quadras de ténis e uma pista de atletismo.
Todas estas instalações localizavam-se no n.º 73 da velha Alameda do Lumiar, em terrenos que foram disponibilizados pelo Visconde de Alvalade e tinham começado a ser utilizados logo em maio de 1906. Para além disso, o antigo Presidente dos leões ofereceu também um edifício para funcionar como sede, e 300 mil réis dos 550 gastos na construção do espaço.
Anteriormente a entrada nas instalações acontecia pelo portão do Visconde ou mesmo pela porta da escada da sua própria casa, que antes servia de sede. Antes desta reformulação, o espaço contava apensas com um campo de futebol, dois cortes de ténis, um vestiário e uma sala de jogos.
José Alvalade, principal fundador do Sporting e neto do Visconde, sempre fez questão de fazer melhorias nas instalações, até que no dia 20 de outubro de 1912 foram inauguradas instalações remodeladas por obras significativas. Desde esse momento, o recinto passou a ter uma tribuna, a primeira que se viu nos campos de futebol portugueses, com capacidade para cerca de 600 pessoas.
José Alvalade afastou-se do Sporting, após a polémica decisão de demolir a tribuna do Campo do Sítio das Mouras, com o intuito de reutilizar alguns materiais na construção do Stadium de Lisboa, outro projeto que o próprio ambicionava. Nesta altura, o principal fundador continuava a integrar a direção, mas já não era Presidente.
Foi este episódio que obrigou o Clube a partir para uma nova casa, o Stadium de Lisboa. Posteriormente, o Sítio das Mouras passou a ser conhecido como Campo da CUF, por ser utilizado pelo conjunto dos Unidos, que também ganharam outros nomes - CUF de Lisboa e Lumiar-A.
Durante muitos anos, o campo continuava a ser utilizado pelo Sporting para os jogos de futebol das camadas mais jovens. Para além disso, os verdes e brancos aproveitaram o campo para disputar outras modalidades como o velho andebol de 11, que mais tarde passou a ser jogado noutras condições, e râguebi.