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9 MINUTOS PARA ACORDAR
Como diz, e bem, Rúben Amorim, o “futebol é o momento”, sendo que o facto de hoje as coisas estarem risonhas não implica que amanhã o estejam.
Imagem de destaque08 Mar 2021, 08:30

Que nove minutos alucinantes! Quem diria que um jogo tão morno poderia ter um fim tao dramático e empolgante, como o que se realizou na passada sexta-feira, no Estádio José Alvalade. As equipas de Daniel Ramos têm como imagem de marca um forte processo defensivo e o Sporting foi jogando, após o 1-0, aos 22 minutos, de uma forma relaxada que se foi acentuando pelo jogo fora. Com a intensidade de jogo cada vez mais baixa, Rúben Amorim entrou também na letargia da própria equipa, cometendo o erro de retirar Tiago Tomás, por Daniel Bragança, deixando o Sporting sem referênciaofensiva aos 70 minutos. Sinal dado para cada uma das equipas: Sporting recua e Santa Clara tenta a sua sorte para marcar um golo que lhe daria o empate. E assim sucedeu, num erro defensivo dos verde e brancos, o Santa Clara empatava aos 84 minutos. Um balde de água fria em todos, aos do Sporting no campo, aos Sócios e Adeptos em casa. Mas essa água fria teve o condão de acordar equipa e Amorim que lançou imediatamente Jovane em campo. E, se há imagem do Sporting deste ano, é que tem energia para ir para cima dos adversários, na parte final dos jogos, característica esta que o distingue dos demais concorrentes ao título. E assim, num último esforço, Coates fez aquilo que compete a um ponta de lança: responder, na marca de penalty, com um cabeceamento, impondo a sua estatura física e selar uma mais uma vitória para o Sporting. Fica a lição para Tondela: Os níveis de concentração e intencionalidade com a baliza adversaria têm de ser mais regulares, pois o “caminho” estreita e vai se tornar cada vez mais difícil, á medida que a Liga NOS chega ao seu epílogo.

A semana passada fica também marcada pela extensão do contrato de Rúben Amorim, passando de 2023 para 2024 o seu término (1). Em pleno Março, com ainda 12 jornadas para disputar, a Direção de Frederico Varandas terá tido receio dos rumores que circulavam sobre o eventual interesse de clubes ingleses (2) e aumentou o vencimento de Rúben Amorim, bem como a cláusula de rescisão de 20 para 30 milhões de euros (1). Não obstante a bondade de demonstrar apreço pelo bom trabalho, até agora, de Rúben Amorim, Varandas amarrou-se, e ao Sporting, a Amorim por mais 3 anos, compromisso esse que fica até meio do mandato da Direção que emergir das eleições aprazadas para 2022. É curioso lembrar o paralelismo que, ironicamente, esta extensão de contrato tem com a que foi feita por Bruno de Carvalho a Jorge Jesus, no final da época 15/16, quando também temeu pelos rumores da possibilidade do Porto pagar a cláusula de rescisão do técnico (3). Como diz, e bem, Rúben Amorim, o futebol é o momento, sendo que o facto de hoje as coisas estarem risonhas não implica que amanha o estejam (4). Pergunta o leitor se estou a agoirar? De todo. Diria que é que não escolheria este timing que considero prematuro. Já existia um contrato para mais 2 épocas. Este aprofundamento da relação, mais onerosa nos valores e no tempo, devia ser equacionado apenas em meados de Abrilconsoante o status quo do Sporting. É que na minha de vida de Sportinguista, vem-me à memória todas as vezes que um Presidente do Sporting se amarra a um treinadorRoquete com Inácio, que foi demitido seis meses depois de ser campeão (5). Dias da Cunha com Peseiro, cuja decisão em o segurar após a conclusão da época do quase, o fez cair (6). Bettencourt, com a famosa proclamação de “Paulo Bento forever” e seis meses depoiso técnico apresentava a sua demissão (7)(8). Esperemos que desta vez, a história seja diferente.

Semana em grande também noutras vertentes. Auriol Dongmo e Patrícia Mamona conquistaram o ouro nas suas disciplinas, nos Campeonatos da Europa de pista coberta(9)(10). O voleibol deu uma grande alegria aos Sócios ao conquistar, 26 anos depois, a Taça de Portugal, ainda para mais, frente ao seu velho rival (11). Uma jornada de glória para o ecletismo que o Sporting tem sido, ao longo dos anos, símbolo e protetor em Portugal. Que assim se mantenha pois Tóquio está ai a porta!

Pedro Geada, Diretor Leonino

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