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LIDERANÇA PELA REAÇÃO E NÃO PELA AÇÃO. EIS O SPORTING DE HOJE
Afinal, está tudo muito pior, e sem sinais de poder inverter este ciclo de falta de confiança e de rumo.
Imagem de destaque08 Fev 2020, 08:00

Sou um adepto confesso de Peter Drucker, o pai da gestão moderna como a conhecemos hoje em dia, e que nos dizia insistentemente que “a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. Querendo com estas palavras instigar-nos a não ter medo do futuro e, principalmente, a nos desafiarmos constantemente na prossecução de um futuro melhor e com mais vitórias.

Na gestão moderna, há que antecipar os problemas e, principalmente, antecipar as soluções. Varandas e a sua equipa, aquando das eleições, diziam conhecer todos os problemas do Sporting e ter soluções para todos eles. Afinal a realidade foi bem pior, e aqui entra o “Princípio de Peter” (livro que devia ser de leitura obrigatória em Portugal). Varandas e a sua equipa diretiva sabem, assim como todos os sportinguistas, que estão todos acima do seu “limiar de competências” para estarem à frente dos destinos do Sporting.

Varandas vem agora, numa entrevista ao jornal Record, em reação defensiva (isto não é o Sporting), assumir alguns erros. Todos percebemos e sabemos que com isto quer retirar pressão à decisão de Rogério Alves. Mas quem lê a entrevista fica ainda mais preocupado, pois parece que esta direção só está a liderar o clube desde o verão de 2019. Mas não, infelizmente, já lá estavam desde o ano passado. E a sua incapacidade ficou provada, pois foi a primeira época desportiva que planificaram desde o início e por inteiro, e foi um desastre, estando, infelizmente, à beira de quebrarem todos os recordes negativos da história do nosso clube.

Quem lê a entrevista parece que os problemas que levaram a uma péssima e amadora planificação do futebol profissional desta época, só surgiram neste verão. Isto é liderar pela reação e não pela ação, isto não é o Sporting Clube de Portugal, isto é de um amadorismo atroz, que envergonha todos os sportinguistas. A culpa foi de não se ter conseguido vender nessa altura Bruno Fernandes. Não havia plano B, C, etc.?

Há um ano, no fecho do mercado de inverno, nos primeiros dias de fevereiro de 2019, Varandas dizia que: “Saíram sete jogadores, porque este era um plantel de qualidade reduzida”… “não estou a contratar por contratar”… “sei que estamos mais fortes”… “nós queremos ganhar”… “hoje o clube está bastante mais estável do que em setembro”. Afinal, está tudo muito pior, e sem sinais de poder inverter este ciclo de falta de confiança e de rumo. Assumir que foi enganado por portugueses com a condição física de Fernando (ainda é pior ser dito por um médico), e que o jogador nesta passagem pelo clube custou aos cofres de Alvalade 600 mil euros, é lesa Sporting. Será que esse dinheiro não teria dado para segurar, por exemplo, jovens da formação como Djaló ou Félix Correia?

Confirmar que as aquisições de Bolasie e de Jesé foram situações de recurso, e já dar a entender que eles não ficam no Sporting no final desta época desportiva… ficamos sem palavras, com este amadorismo. A parte dos ordenados destes três jogadores, que cabe ao Sporting, daria para manter em Alvalade Bas Dost.

A verdade é que o orçamento do Sporting para a atual época desportiva é quase de 70 milhões de euros, cerca de 20 milhões abaixo de cada um dos nossos principais rivais, e muito longe dos 25 milhões do Braga ou 10 milhões do Vitória de Guimarães, para já não falar dos sete milhões do Famalicão. E olhando para estes números, infelizmente os sportinguistas só podem ter vergonha pelos resultados alcançados, a nível nacional, com um orçamento destes.

O Sporting não é isto. O Sporting é o maior clube português.

O Sporting tem que se voltar a desafiar a si mesmo na prossecução de um futuro melhor e com mais vitórias.

O Sporting Clube de Portugal e os sportinguistas merecem muito mais.

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