Num dos jogos mais importantes para a história deste campeonato, o Sporting entrou a todo o vapor no Estádio do Dragão. Surpreendendo o Porto no contra-ataque, os leões chegaram a uma vantagem de 0-2. Primeiro, num belo cabeceamento de Paulinho após a assistência de Matheus Reis, depois, num hino ao futebol, numa jogada coletiva brilhante, onde a bola passou por todos os elementos da equipa, sem o adversário conseguir “cheirar” a bola, sendo concretizado por Nuno Santos, um verdadeiro caçador de dragões, com três golos em duas épocas de leão ao peito. No entanto, o adversário tratou de reduzir a diferença antes do intervalo, o que lhe deu alento para o segundo tempo. Segundo tempo em que o árbitro João Pinheiro tratou de desequilibrar o jogo em favor dos azuis e brancos expulsando, logo aos 49 minutos, Coates, por segundo amarelo. O primeiro amarelo foi incorretamente dado ao central uruguaio conseguindo transformar um pisão de Taremi, em falta a favor dos azuis e brancos! A partir daqui a alma de campeão do Sporting veio ao de cima. Fez aquilo que o jogo e as duas equipas antagonistas mereciam: jogar o menos possível e defender o seu “castelo”. O Porto tentou de tudo, com uma parte inteira para dar a volta, mas apenas logrando empatar aos 78 minutos, por Taremi. Numa partida que durou até aos 100 minutos, a enorme competitividade dos nossos jogadores permitiu que o jogo terminasse empatado. E, no que ao futebol diz respeito, ganhámos “um ponto” ao Porto. Isto porque o Sporting assegurou vantagem direta, em caso de igualdade pontual, fruto do 1-1 em Alvalade.
As cenas no final do jogo foram lamentáveis. Mas tiveram o condão de revelar a “farsa” e os “farsantes” que gravitam á volta daquele campo. Desde apanha bolas que atiram objetos e provocam jogadores, indivíduos de coletes azuis que agridem jogadores, é todo um cenário de “guardas Abeis” que veio ao de cima, em pleno 2022. Se por um lado compreendo a garra e a recusa da intimidação por parte dos jogadores do Sporting, convém também lembrar que, friamente, saímos a perder. Isto porque, passando a adrenalina e a emoção, quem se apresenta desfalcado de Coates, Palhinha, Esgaio e Tabata é o Sporting. Como tenho reiteradamente a escrever, é necessária cultura de sangue frio de forma a não cairmos nas armadilhas do campeonato português.
Frederico Varandas teve, em plena sala de imprensa do Estádio do Dragão, uma das mais marcantes declarações do futebol português. O Presidente leonino disse aquilo que todos sabem, todos pensam, mas que nenhum dirigente adversário de Pinto da Costa ousou proferir, de forma crua e dura. Ato continuo, o presidente do Sporting terá sido alvo duma espera por Vitor Baia, Sergio Conceição e Rui Cerqueira, com furto de telemóvel e documentos, conforme foi comunicado pelo nosso Clube. Um epilogo rocambolesco, a roçar o siciliano, numa noite de vergonha para o futebol português. Esta forma de estar no desporto e na indústria do futebol moderno tem de ser erradicada. Nos anos 90, era possível esconder estas coisas, dado que não havia redes sociais e os jornalistas eram facilmente intimidados. Passados trinta anos, o mundo mudou e é intolerável esta maneira de estar. O Governo e as autoridades portuguesas têm de atuar, pois não pode continuar a haver “estados” dentro de um estado!
PS: Nota de apreço para Nuno Sousa e Ricardo Oliveira que, não obstante a corrida eleitoral, se puseram de imediato ao lado do Sporting e do seu Presidente. Como diria Amorim, onde vai um vão todos!
Diretor Leonino
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