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0Em entrevista à Lusa, Beto Pimparel, antigo guarda-redes do Sporting, comentou os desafios que são colocados no caminho dos jogadores de futebol nos dias de hoje. Além disso, alertou para uma carga de jogos que é considerada "inumana" e o motivo para as inúmeras lesões que ocorrem.
"Hoje em dia, com quase 70 jogos, é inumano. É quase inumano. Os atletas não se transformaram, nos últimos anos, em robôs. Continuam a ter as mesmas funcionalidades de décadas anteriores. Aumentou o número de jogos, a exigência, a pressão mediática, das redes sociais, da indústria", começou por referir, e recordou a época que viveu em 2013/14.
Ao serviço do Sevilha, nessa temporada, cumpriu cerca de 43 jogos, mais cinco ao serviço da Seleção Nacional. Além disso, esteve envolvido nos estágios da equipa, compromisso que culminou com o Campeonato do Mundo de 2014, no Brasil. Assim sendo, considera que há 10 anos estas situações provocavam "algumas dificuldades em certos momentos da época" mas, olhando para o panorama atual, a exigência aumentou sem "sentido nenhum".
Os jogadores "Continuam a precisar de dias de descanso, da sua vida. Se queremos os protagonistas a 100%, também necessitam do descanso e da sua vida familiar. (...) Está a faltar que o verdadeiro protagonista, o atleta, se pronuncie. Tenho visto alguns portugueses, como o Bernardo Silva e o Ruben Dias [falar sobre isto]. Os jogadores têm de ser a voz de desacordo com toda esta calendarização", reforçou.
Na opinião do antigo guardião do Sporting, que tem uma carreira marcada por passagens em muitos países e a conquista de dezenas de títulos, a situação afeta os futebolistas em muitos aspetos. "Lesões sempre existiram e vão existir sempre, mas nesta quantidade é uma coisa absurda. O atleta, que está bem, começa a ver outros a cair em lesões e preocupa-se. Se calhar, não mete o pé com tanta força, não disputa com tanta intensidade, porque o corpo também já pede descanso. O atleta vai andar sempre no limite e no risco de lesão", analisou.
"São atletas de alta competição, altamente preparados física e psicologicamente para a competição, mas isto que observamos hoje em dia... por outro lado, começa a retirar-se, mesmo para os treinadores, tempo de trabalho, de treino, para melhorar. Os atletas estão constantemente em recuperação", terminou.