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0Cristiano Ronaldo foi duramente criticado pela imprensa inglesa. Os jornais britânicos acusam o internacional português de 39 anos de ter sido o grande problema que impediu uma "geração talentosa" de mostrar tudo o que vale. Roberto Martínez também foi visado.
"De certa forma, é difícil não nos sentirmos ressentidos com ele [Ronaldo]: ressentidos com a forma como esta grande oportunidade, do tamanho de uma galáxia, é em última análise reduzida aos interesses do ego de um homem. Estes podiam ter sido um dos melhores quartos de final de todos os tempos, e, em vez disso, uma parte foi roubada: posse de bola roubada, atenção roubada, minutos roubados a jogadores melhores e que realmente merecem estar lá, em vez de um puro anacronismo cavalgante. Apenas porque ninguém tem influência para dizer ao ego para não fazer isso", escreveu o The Athletic.
"Pelo menos a França sabe como funcionar sem o capitão. Portugal, por outro lado, ainda está preso ao seu, a bigorna envolta em correntes que acabará por derrubar tudo. Não faz muito sentido dar-lhe algo para perseguir, ou fazer qualquer passe mais longo do que vinte metros. Se ele descair para a ala esquerda aos 53 minutos, não voltará ao centro até aos 55 minutos. Ele comete erros terrivelmente simples. Ele exige bater um livre de ângulo impossível, e de alguma forma consegue acertar nos três jogadores na barreira", pode ler-se.
O The Guardian não perdoa a incapacidade para retirar CR7 de campo. "Roberto Martinez abordou este Europeu como se estivesse curvado sobre um teclado, à espera para digitar o número 7 e clicar num botão com o rosto de Ronaldo, com medo de que chegasse o fim do mundo se ele não o fizesse. A falta de golos [de Ronaldo] nunca pareceu incomodar Martinez. O limite que essa decisão impôs ao potencial da seleção portuguesa também não. Quanto menos Ronaldo fazia pela equipa, mais importante ele se tornava para Martinez".
"Ele mimava-o. Bajulava-o. No final, havia pouco para separar Martinez dos adeptos que invadiam o campo à procura de selfies, mas até eles pararam de tentar chegar a Ronaldo nos quartos de final. Esta devia ser a seleção mais talentosa de Portugal desde a de 2004: aquela com Luís Figo, Rui Costa, Deco e um jovem Ronaldo. Se há uma lição a ser tirada deste Europeu é que Martinez precisa de entender que deixar Ronaldo no banco não significa necessariamente o fim do mundo", escreveram.