Mas, não nos enganemos, nem tudo são rosas neste reino do Leão. Actualmente as rosas existem, continuam é com alguns espinhos.

Esta semana teve um bocadinho de tudo. Desde a saída abrupta de Mathieu à capacidade de comunicação do novo treinador, muito existe para falar.

A saída do Mathieu, depois da lesão sofrida no treino, foi algo que definitivamente abalou de forma emocional qualquer Sportinguista. Mathieu foi um jogador que chegou do grande Barcelona, ganhou uma Champions, mas foi aqui que viu o fervor dos adeptos, foi aqui que ele viu os colegas de equipa serem cobardemente atacados na Academia, foi aqui que chorou com a Conquista da Taça de Portugal há dois anos e foi aqui que, efectivamente, lhe deram o valor que ele merecia. Face à Pandemia da COVID-19, o nosso Monsieur não vai poder ter um estádio cheio a aplaudi-lo, como merecia, mas, num vídeo publicado pelo Clube, agradeceu aos colegas de equipa, desejou o melhor para este Clube e disse, que estará sempre a torcer por nós.

Eu tenho 27 anos, muitos me falam de André Cruz e de Marco Aurélio, pouco me recordo destes dois monstros com a camisola verde e branca, o que conheço foi o que vi de vídeos no youtube, mas, para mim, este foi o melhor central que vi jogar no Sporting CP. Foi o senhor que, com classe, conseguiu resolver os lances mais pesados, conseguiu estar presente nas alturas mais difíceis para ajudar Rui Patrício, Renan e Luís Maximiano, foi o homem que, nos lances de bola parada, marcou golos que nos ficarão para sempre na memória. O Mathieu será sempre enorme, venha quem vier e digam o que disserem. Mesmo sendo francês, o central conseguiu conquistar tudo e todos com a classe que mantinha em campo e vai deixar tantas saudades.

Obviamente, todos nós sabemos que o futebol é feito de ciclos, os jogadores vêm e vão, mas com Mathieu era diferente e percebemos isso quando o conseguimos colocar com os meninos da formação. Como um pai orgulhoso, Mathieu assumiu-se como representante da voz da razão para cada um deles e aquela imagem dele em Alvalade, abraçado a Eduardo Quaresma, Jovane e Nuno Mendes é qualquer coisa de extraordinário.

Mathieu foi, mas todos nós ainda estamos a habituar-nos a uma realidade sem ele no onze ou no banco. O futuro está assegurado e, com o resultado desta sexta feira, conseguimos ter essa certeza.

E, se o grande central do Sporting CP disse adeus aos relvados usando a camisola mais bonita do mundo, por outro lado temos Rúben Amorim, que continua a mostrar resultados. Quer em Campo, quer nas palavras, Amorim era definitivamente o treinador que nós precisávamos no Clube. Custa ainda acreditar que um ex-jogador do nosso maior rival possa ser aquilo que nós necessitávamos para ter garantia de um futuro, mas a verdade é que é.

Chegou, viu , estudou, treinou e tem ganho. Através de uma série de ideias e de formas de trabalhar, o ex-treinador do Sporting de Braga tem mostrado que no balneário está visto quem manda e que ninguém tem lugar assegurado.

Quando questionado sobre se o Sporting CP está a ser a melhor equipa, Amorim coloca os pés na terra e diz que somos uma equipa competente, mas que “estamos longe de ser a melhor. Com o tempo lá chegaremos, mas agora ainda não.” Era esta a verdade que nós precisávamos de ouvir , era esta a verdade que ninguém admitiu até ele chegar e é este desejar pelo próximo jogo, com a certeza de que tudo será feito para vencer, que precisávamos de saber que é entendido por quem faz parte da estrutura.

Mas, não nos enganemos, nem tudo são rosas neste reino do Leão. Actualmente as rosas existem, continuam é com alguns espinhos.