Dizer mal, por dizer, para além de demonstrar uma enorme falta de carácter, também expõe a fragilidade da pessoa, perante o assunto em análise.

Caras amigas e caros amigos sportinguistas,

A pluralidade de pensamento é algo de genuíno no ser humano. É esta enorme qualidade que nos tem construído, como sociedade, cada vez mais evoluída e mais competitiva. Divergir da forma como outrem gere, decide, age ou pensa é totalmente compreensível e aceitável. Já diz o povo na sua imensa sabedoria: “cada cabeça a sua sentença”.

Todos temos uma opinião sobre o modo de estar na vida social, económica, política, religiosa, empresarial ou desportiva. É desta amplitude de opiniões que podem nascer as grandes decisões. Eu, por princípio pessoal e profissional, privilégio a auscultação das opiniões contrárias à minha, pois estas podem trazer-me à luz evidências importantes, podem melhorar a minha ideia inicial ou até mesmo levar-me a desistir da mesma, por força dos argumentos apresentados. Julgo ser este o ABC para qualquer decisão nas nossas vidas pessoais ou empresariais.

Dizer mal, por dizer, para além de demonstrar uma enorme falta de carácter, também expõe a fragilidade da pessoa, perante o assunto em análise.

Nós, sportinguistas, se nos queremos compaginar com a memória dos feitos do nosso amado clube, temos que pautar a nossa opinião pelos princípios basilares da vida em sociedade. Podemos e, quando se justifique, devemos discordar dos outros, mas respeitando sempre a opinião destes. Infelizmente, não é o que tem acontecido em inúmeros fóruns que debatem temáticas do nosso Sporting. Sei que não é exclusivo do nosso clube, mas isso não legitima situações deploráveis com que nos confrontamos sistematicamente.

Tudo isso a propósito de uns comentários lastimáveis que, por estes dias, circulam nas redes sociais. O infortúnio bateu à porta de um sócio do nosso Sporting, com um problema de saúde e fiquei indignado ao ver uma foto da pessoa em questão, com um comentário a “desejar/insinuar” a morte dele, usando a expressão: “ … se o levar, levou…afinal Deus escreve direito por linhas tortas…”

Todos sabem que não concordo, com a linha de gestão, do atual Conselho Directivo. Tenho manifestado as minhas profundas divergências com o mesmo, mas sempre de forma elevada e apresentando alternativas. Só assim é possível remarmos, todos, para o mesmo lado.

Sportinguistas, como mulheres e homens bem formados, não podemos compaginar-nos com estas formas pouco dignas de discordar! Desejar a morte de alguém, por este pensar de forma diferente da nossa, é algo intolerável à luz de qualquer básica existência humana! E no seio do Sporting é mesmo altamente repudiável, pois estas posturas estão nos antípodas dos ideais desportivos.

O Sporting que me fez sportinguista; o Sporting que é a minha família; o Sporting que me enche a alma não tem espaço para estes comportamentos!

Quero acreditar que foi um momento mau, do autor e dos que o acompanharam nesta loucura. O Sporting deve ser sempre grande dentro e fora dos campos!

Como Sportinguista peço desculpas ao visado!

Protejam-se! Muita saúde!

Saudações sportinguistas.