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COVID, CIDADANIA E SPORTING (COM RONALDO)
O Sporting sempre foi um clube diferente e os Sportinguistas sempre se orgulharam disso. Chamam-lhe um clube de elites, o que nos dias que correm já terá mudado.
Imagem de destaque09 Set 2020, 13:00

Recebi no outro dia uma mensagem no Whatsapp de um médico anestesista português que dizia que o mundo tinha enlouquecido. O Doutor falava da sua experiência e de tudo a que assistia nos hospitais portugueses – e que certamente é replicado no resto do mundo. Dizia o Doutor que no dia anterior à sua publicação teriam morrido 4 pessoas por covid. Terminava dizendo com indignação que no mesmo período teriam morrido mais de 10 por gripe, o dobro de Pneumonia, umas 4 vezes mais de doenças cardiovasculares, e outras tantas de cancro. Em Angola por exemplo morrem 50 vezes mais de pessoas de paludismo do que de COVID, e em Africa talvez 10.000 ou 100.000 vezes mais de fome. Porque será que este COVID nos controla desta maneira?

O COVID será responsável pela maior crise Económico/Social que o mundo atravessará. Jamais se verá uma subida no desemprego e no crime e uma descida do PIB tão acentuada nos últimos séculos da história da Humanidade. Não há governo que se possa culpar pois o Covid não veio de uma decisão do governo. Mas se algo há a fazer, talvez seja injetar um pouco de testosterona nas veias, aumentar a coragem e perceber que vamos ter de viver com ele. O país não poderá voltar a fechar, nem as pessoas quererão continuar a viver sem afetos ou liberdade. Alguns morreremos, mas quantos milhões morreram na história para garantir a sobrevivência ou liberdade dos que vieram depois?

Outro tema de que muito se tem falado é o da cadeira de cidadania nas escolas. É diferente, mas certamente relacionado. Falo do pai que viu dois filhos, alunos exemplares, serem reprovados por não frequentarem a dita cadeira, a decisão do tribunal depois disso, e os manifestos que, entretanto, foram subscritos contra e a favor da decisão.

Não sou indiferente ao tema e pouco terá que ver com o Sporting. Mas tem. O Sporting sempre foi um clube diferente e os Sportinguistas sempre se orgulharam disso. Chamam-lhe um clube de elites, o que nos dias que correm já terá mudado, mas a elite do Sporting sempre foi na forma como inovou em diversas áreas, e na reserva moral que os Sportinguistas sempre tiveram com relação à verdade desportiva. Nenhum outro clube defendeu tanto isso, nem em nenhum outro clube há um exemplo melhor de democracia – ora vejam a quantidade de candidatos e diferenças de opiniões nas eleições do Clube.

E é de democracia que falo. Não falo de direita nem de esquerda, pois ambas levadas ao extremo já foram tristes exemplos históricos de falta de liberdade e de dezenas de milhões de mortes.

Neste tema, não me importo nada, que o governo escolha que os alunos devem estudar Matemática, Inglês, Ciências ou educação visual e por aí fora. Importo-me sim quando o governo se quer substituir aos pais na educação dos filhos. Fui pai há pouco tempo pela primeira vez e não posso prescindir de educar os meus filhos com os princípios que valorizo, e não reconheço ao estado o direito à doutrinação de ideias. Senão como será ele diferente de todos os regimes que apregoaram exatamente isso, e entendiam que era nos jovens que tinham de começar a doutrinação. Cheira-me a extrema esquerda e a extrema direita e desculpem-me, mas estamos a ir por caminhos perigosos e os sinais são por demais evidentes.

Portugal jogou mais uma vez. Desta feita contra a Suécia, que não se pode dizer que são propriamente coxos. Fiquei triste por não lá ver um único jogador do Sporting, mas feliz porque mais uma vez Ronaldo mostrou que continua a ser o melhor do mundo. A nossa glória e orgulho de o ter formado legitimou-se quando mais uma vez os clientes foram os Suecos. Ronaldo chegou ao golo 101, mostrou classe mundial e é um símbolo do Sporting. Por aí se fala de planos de que comprará o Sporting, presidirá ao Sporting, ajudará o Sporting. Para já continua a ser o elixir de felicidade saudosa a que os Sportinguistas se podem agarrar. Parabéns Sporting.

No próximo dia 20 arranca a Liga. Para Frederico Varandas será talvez a última oportunidade para diluir a contestação dos últimos tempos. Temos uma 3.ª eliminatória na Europa e um início de Campeonato com jogos difíceis. Lá para fim de Outubro início de Novembro teremos um Sporting em paz e quiçá unido, ou teremos um Sporting em chamas e a pedir a saída da direção. Rúben Amorim foi o all-in de Varandas e tem um papel determinante no destino do mesmo e na estabilidade do Sporting. Em pouco mais de dois meses veremos se os 10, 12, 14 ou 15 milhões, dependendo da perspetiva, foram caros ou baratos.

Agora é tempo de reset, de esquecer as quezílias internas e de nos unirmos em torno da nossa equipe (futebol) e de todas as outras modalidades (essas sim vão-nos dando vitórias). Por mais que não se goste ou não se esteja de acordo com as decisões da atual direção, quando o Sporting joga, nós somos do Sporting. Espero que os Sportinguistas se unam em torno do seu clube e iniciando a temporada gritem Sporting do fundo dos pulmões.

O relatório de contas saiu há um par de dias. Ainda não o pude analisar. Para a semana o artigo será dedicado ao mesmo.

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