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Histórias do Leão
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Para além de jogar com a Listada verde e branca, Paulo Bento foi também treinador da equipa principal do Sporting, chegando em 2005/06, para substituir José Peseiro, depois de um terrível final de temporada em que este perdeu o campeonato e a Taça UEFA. Após aceitar um convite do Canal 11, o antigo técnico dos leões fez algumas revelações inéditas e destacou, inclusive, a final da Taça da Liga de 2008/09.
O encontro em questão foi uma partida entre Sporting e Benfica, em que a má prestação do árbitro acabou por ditar o vencedor. Numa altura em que os leões estavam a ganhar 1-0, Lucílio Baptista considerou que Pedro Silva - o mais injustiçado da noite - cometeu penálti ao tocar na bola com o peito fora da sua grande área. Revoltado, o brasileiro foi tirar justificações ao juiz e terminou expulso, com os encarnados a vencerem, posteriormente, o troféu, nas grandes penalidades.
Em declarações ao Canal 11, Paulo Bento revelou que ainda não conseguiu esquecer o encontro e não aceita a derrota: “Não se perderam duas finais, só se perdeu uma… essa não posso dizer que perdi, hei de viver até aos últimos dias da minha vida sem dizer que a perdi”.
Paulo Bento merecia mais ao serviço do Sporting, depois de quatro temporadas seguidas em segundo lugar, atrás do Porto. Questionado sobre os objetivos traçados em Alvalade, o antigo treinador respondeu: “Nós sabíamos por obrigação institucional e pela grandeza que tínhamos de ser campeões, era o objetivo”.
Após ser confrontado por um telespectador do Canal 11 sobre qual o melhor jogador com que jogou e treinou, Paulo Bento viu-se algo atrapalhado com a pergunta. Depois de algum tempo, respondeu: “No Benfica, lembro-me que joguei com Ricardo Gomes e com Mozer, João Pinto, na seleção com Figo e Rui Costa, no Sporting com (Pedro) Barbosa". Já na função de técnico, a resposta acabou por ser: “Se estamos a falar profissionalmente, daquilo que era o dia a dia, há um que já o disse mais de não sei quantas vezes, o João Moutinho foi o que mais me marcou até agora”.
Paulo Bento, vale lembrar, chegou ao Sporting no início da temporada 2005/06, para substituir o então treinador José Peseiro, onde ficou até novembro de 2009, altura em que se despediu e deu a vez a Carlos Carvalhal. Nos quatro anos e meio que teve como técnico principal dos leões, liderou a equipa à conquista de duas Taças de Portugal e duas Supertaças Cândido de Oliveira.
Antigo jogador dos leões chegou também a técnico da equipa principal e fez pronunciou-se em relação a esse período da sua vida
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Depois de uma breve passagem como treinador da equipa de juniores, Paulo Bento foi o técnico principal do Sporting, entrando no decorrer da temporada 2005/06 até meados de 2009/10. No passado dia 21 de maio, a figura que em tempos também jogou de verde e branco, prestou declarações ao Canal 11, acompanhado do seu antigo diretor desportivo em Alvalade, Carlos Freitas.
Paulo Bento iniciou o seu percurso como treinador em Alcochete, ao serviço da equipa juniores do Sporting, onde teve a oportunidade de desenvolver pérolas do futebol leonino e, mais tarde, já ao serviço da equipa principal do Clube, de lançar muitos dos jovens que ajudou. Isto foi mencionado por Carlos Freitas, que se referiu a jogadores como Rui Patrício, Daniel Carriço, André Marques, Nani, João Moutinho e Miguel Veloso.
Com o descalabro do final da temporada de 2004/05 - em que os os verdes e brancos perderam uma final europeia -, o Presidente Dias da Cunha abandona o Sporting e, para o seu lugar, surge Soares Franco. Após receber convite para regressar a diretor desportivo, Carlos Freitas revelou uma conversa que teve com o recém-eleito dirigente máximo do Clube: "A indicação que eu dei foi a do Paulo Bento, porque era alguém que eu achava que estava mais do que preparado”.
Apesar da sua convicção, Carlos Freitas revelou que sabia dos riscos desta decisão. “Obviamente não havia histórico, a decisão era arriscada mas o suporte disto tudo era o conhecimento que eu tinha dele enquanto pessoa e a capacidade profissional que eu lhe reconheci”, disse, mostrando também o porquê de ser Paulo Bento o escolhido.
Depois de apenas uma temporada completa ao serviço da equipa júnior, em Alcochete, Paulo Bento chegou a treinador do plantel principal do Sporting. Questionado sobre se estava preparado para assumir o papel tão rápido, o técnico português respondeu: “Era um objetivo, mas não diria que seria tão rápido e que ao fim de 16 meses nos sub-19 chegaria à equipa A”. Ainda assim, estava completamente confiante nas suas competências: “A verdade é que se não me sentisse preparado naquela altura, não teria aceitado”.
Paulo Bento revelou, também, que estava muito confiante por ter um privilégio que, em Portugal, não é muito comum para os treinadores portugueses: “Tive tempo para perder e é importante quando o treinador tem tempo para perder e do outro lado sabem que ele vai perder e que, ainda assim, nele não se vai tocar. Isso, quando me despedi, em novembro de 2009, tinha a convicção e a clara certeza de que não me voltaria a acontecer”.
Recorde-se que Paulo Bento chegou ao Sporting no início da temporada 2005/06, para substituir o então treinador José Peseiro, onde ficou até novembro de 2009, altura em que se despediu e deu a vez a Carlos Carvalhal. Nos quatro anos e meio que atuou como técnico principal dos leões, liderou a equipa à conquista de duas Taças de Portugal e duas Supertaças Cândido de Oliveira.
Aquele que é recordado como um dos episódios mais negros da história do futebol português aconteceu no final de competição nacional
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Durante um dérbi intenso entre Benfica e Sporting, no dia 18 de maio de 1996, Rui Mendes, Adepto Leonino morreu depois de ser atingido por um very-light, que foi lançado por Hugo Inácio, apoiante do clube da Luz. O episódio continua a ser lembrado com muito pesar.
A equipa de Octávio Machado alinhava com Costinha, Luís Miguel, Naybet, Marco Aurélio, Nélson, Luís Vidigal, Pedro Martins, Emílio Peixe, Afonso Martins, Sá Pinto e Iordanov. Já o conjunto encarnado, liderado pelo técnico Mário Wilson, entrou em campo com Preud’homme, Ricardo Gomes, Hélder Cristóvão, Dimas, Kenedy, Calado, Paulo Bento, Bruno Caires, Valdo, Mauro Airez e João Vieira Pinto.
O primeiro e mais marcante momento do jogo foi aos nove minutos, quando Mauro Airez faz o primeiro para os encarnados, foi aí que tudo começou. Durante os festejos do remate certeiro, Hugo Inácio, adepto do Benfica, atirou um very-light para a bancada sul do estádio e atingiu mortalmente Rui Mendes, adepto de 36 anos do Sporting.
Com toda esta tragédia que contava com a inquietação nas bancadas, o jogo seguiu e João Vieira Pinto fez o 2-0 para as águias, jogador que viria a bisar aos 67’ da partida. O único golo dos leões surge aos 83’, através de uma grande penalidade efetuada com sucesso por Carlos Xavier.
A verdade é que o Benfica acaba o jogo a levantar o título mais negro da sua história, depois de ter visto um adepto do Sporting a morrer em pleno jogo. O resultado foi o que menos importou nesse dia e a prova disso é que este momento permanece nas memórias de todos até hoje. Na altura, os leões arrecadaram integralmente com os custos do funeral de Rui Mendes.
O homem responsável pela tragédia, Hugo Inácio, é um adepto do Benfica que, em 1998 foi condenado a quatro anos de prisão, mas conseguiu fugir em 2000, tendo sido capturado em 2011. Voltou a ser julgado em 2016, depois de desobedecer a uma pena do tribunal, recebendo mais três anos de cadeia e a proibição de entrar em recintos desportivos durante sete anos, por posse de material pirotécnico. No entanto, em 2018, voltou a ser detido em pleno Estádio da Luz.
Acontecimentos do dia 15 de maio de 2018 chocaram o mundo do futebol, num momento que marcou gravemente o passado recente dos leões
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A invasão à Academia de Alcochete foi, provavelmente, o episódio mais negro da longa história do Sporting, quando no dia 15 de maio de 2018, cerca de quarenta indivíduos entraram no centro de estágios do Clube e espalharam terror e violência dirigidos aos jogadores, treinadores e dirigentes do emblema ao qual são afetos.
O Sporting deslocou-se ao terreno do Marítimo em encontro da última jornada do campeonato, no dia 13 de maio, dependendo apenas de si para assegurar o segundo lugar e a Liga dos Campeões da próxima temporada. A partida foi extremamente negativa e não podia ter terminado da pior forma. Já em tempo de compensação, Rui Patrício deixou passar uma remate que não apresentava nenhum perigo para a sua baliza. Lentamente, a bola entrou e a equipa madeirense venceu o jogo por 2-1.
O desagrado das bancadas sentiu-se logo após o apito final no Estádio dos Barreiros. Os adeptos mostraram um alto tom de agressividade para com a equipa do Sporting e, conhecido por não virar a cara à luta, Marcos Acuña foi tirar justificações aos mesmos, o que apenas agravou o estado dos ‘ultras’. Mesmo fora do estádio, o clima manteve-se: os jogadores e técnicos leoninos foram insultados, de forma violenta, na sua viagem para o aeroporto e também na sua chegada ao Estádio José Alvalade.
O Sporting regressou aos trabalhos na terça-feira, dia 15 de maio, e enquanto decorriam os preparativos para iniciar uma sessão de treinos, um grupo de cerca de 40 adeptos insatisfeitos tomou a Academia de Alcochete de assalto, agredindo jogadores e treinadores com uma panóplia de objetos como cintos ou pirotecnia, deixando os balneários como um autêntico cenário de guerra.
Muitos foram os visados deste ataque, mas talvez um dos maiores casos de destaque tenha sido o de Bas Dost. O avançado holandês foi atirado ao chão e agredido com pontapés e cintos na cabeça, para além de ter ficado com ferimentos nas pernas. No final deste episódio, 23 dos atacantes foram detidos nas imediações da Academia, enquanto tentavam fugir.
A equipa do Sporting ainda jogou a final da Taça de Portugal, com muitos atletas a serem o rosto da violência: Bas Dost jogou com um penso na cabeça e Jorge Jesus estava maquilhado, visto ainda ter marcas no rosto, depois de ter sido agredido à cabeçada. Quando o árbitro apitou, os leões saíram derrotados do Estádio do Jamor por 2-1, iniciando-se assim, um período de rescisões com justa causa.
Algum tempo passou desde a final perdida e, no dia 1 de junho, Rui Patrício foi o primeiro jogador a rescindir com o Sporting alegando justa causa, juntando-se a ele nomes como Daniel Podence, Gelson Martins, William Carvalho, Rafael Leão e Rúben Ribeiro. Outros jogadores como Rodrigo Battaglia, Bruno Fernandes e Bas Dost também rescindiram, mas acabaram por acertar, mais tarde, a permanência no Clube de Alvalade.
Já no campo da justiça, o então presidente Bruno de Carvalho foi detido e investigado por ser, alegadamente, o autor moral do ataque, sendo indicado por 56 crimes e constituído arguido. O julgamento apenas começou em novembro do mesmo ano e, no final do mesmo, o dirigente máximo do Sporting foi ilibado das suas acusações, Dos outros 44 indivíduos julgados, apenas nove foram condenados a prisão, com três a serem punidos com multa. Os restantes 29 ficaram com pena suspensa.