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ÉPOCA NOVA, VIDA NOVA?
Não será mais admissível uma época com o mesmo insucesso desportivo de 2022/2023 com um 4º lugar na Primeira Liga e zero títulos conquistados
Imagem de destaque23 Ago 2023, 14:53

Começou este mês de Agosto a nova temporada futebolística com os primeiros jogos oficiais já realizados na Primeira Liga, Liga 3 (equipa B), Sub-23, Sub-19 e Sub-17 no que às equipas do Sporting Clube de Portugal diz respeito.

Decorridas que estão duas jornadas, todas as equipas da Primeira Liga já actuaram em jogos oficiais quer na condição de visitado, quer na condição de visitante. Por outro lado, no que concerne à constituição dos plantéis, o mercado de transferências ainda permanece aberto, pelo que se poderão ainda registar entradas e saídas de jogadores.

Numa primeira análise, o Sporting regista duas vitórias em dois jogos disputados e, por consequência, seis importantes pontos conquistados, embora, como se sabe, as contas fazem-se no fim da temporada. Mais, o treinador Rúben Amorim assumiu (e bem) que o Sporting Clube de Portugal é candidato a vencer todas as provas que irá disputar em Portugal (Primeira Liga, Taça de Portugal e Taça da Liga), sendo que, do meu ponto de vista, apenas faz sentido ser desta forma considerando a grandeza, o historial e o peso social do Sporting Clube de Portugal no panorama desportivo nacional.

O balanço será feito no final da época de 2023/2024, se bem que não será mais admissível uma época com o mesmo insucesso desportivo de 2022/2023 com um 4º lugar na Primeira Liga e zero títulos conquistados em todas as competições em que participou a equipa mais representativa do clube.

Mais, como já referi em outras ocasiões, uma não entrada na fase de grupos na primeira edição da nova Champions League, que terá a sua primeira edição na época de 2024/2025, irá trazer consequências muito negativas do ponto de vista económico-financeiro e, por consequência, de potencial falta de competitividade em épocas futuras face aos clubes portugueses que marcarem presença na fase de grupos, sendo que a vertente económico-financeira deverá ser sempre instrumental do sucesso desportivo.

Por outro lado, no jogo da passada sexta-feira em Rio Maior, marcaram presença no estádio 6.981 espectadores, e em que seguramente mais de 95% seriam adeptos do Sporting, os quais esgotaram literalmente o Municipal da cidade ribatejana, pois de acordo com a informação oficial do proprietário do recinto a lotação oficial do mesmo é de 7.000 lugares. Nesse jogo, já tivemos uma inovação! Pela primeira vez, o Conselho de Arbitragem da FPF fez um comunicado acerca de um erro do VAR relativamente ao fora de jogo imediatamente a seguir ao final do encontro.

Será que este critério irá continuar durante toda a época por parte do Conselho de Arbitragem da FPF sempre que houver erros destes do VAR? Recordo que na época passada, no “derby” lisboeta da penúltima jornada da Primeira Liga, houve um erro relevante do VAR (na regra do fora de jogo) e que permitiu ao adversário do Sporting marcar o golo do empate já no final do jogo, o que retirou ao nosso clube a possibilidade de levar a decisão da luta pelo 3º lugar para a última jornada e manter o Braga sobre pressão no final do Campeonato e, simultaneamente, colocou o rival da 2ª circular num posição mais confortável na luta pelo título (passou a precisar dum empate em vez da vitória à entrada do último jogo). Estranhou-se, nessa altura, o silêncio quer do Conselho de Arbitragem da FPF, quer da Administração da Sporting Futebol SAD.

Desta forma, e considerando toda esta sucessão de acontecimentos, penso que a Administração da Sporting Futebol SAD já devia ter tomado uma posição pública oficial através de comunicado relativamente ao que aconteceu, pois nas 96 horas seguintes (à data e hora em que escrevo este artigo) ao jogo de Rio Maior remeteu-se ao silêncio. Temo que este silêncio e, por consequência, a ausência de tomada de posição oficial por parte dos dirigentes do Sporting possa prejudicar o clube num futuro próximo e retirar força e legitimidade em situações análogas, em que seja necessário fazer a defesa intransigente dos superiores interesses da instituição.

Por último, o assunto das assistências nos estádios, das lotações esgotadas e dos recordes de gamebox. Antes do início do jogo da 1ª jornada (Sporting-Vizela) foi anunciada “lotação esgotada”, sendo que estiveram presentes no Estádio 37.152 espectadores, ou seja, menos de 75% da lotação oficial do estádio, mas ainda assim superior à média (29.292) das assistências do Sporting na condição de visitado nos jogos da Primeira Liga da época passada. Se compararmos 37.152 com a lotação oficial do estádio, verificamos que quase 13.000 lugares permaneceram vagos durante o jogo. Considerando as zonas do ZCEAP, quer do Sporting, quer do clube visitante (que do ponto de vista regulamentar tem direito a 5% da lotação do estádio), as quais tinham visivelmente muitos lugares vagos, existiram mesmo assim aproximadamente 10.000 lugares não ocupados e por explicar.

Não quero acreditar que 1/3 dos mais de 30.000 sócios que ajudaram a bater o recorde de vendas da gamebox sócio não tenham comparecido ao jogo em questão nem emprestado o seu cartão a alguém, pois a outra opção teoricamente possível seria que muitos daqueles que adquiriram ingresso para o jogo ou que receberam gratuitamente bilhete via patrocinadores não compareceram ou não se fizeram representar por amigos ou familiares. Uma nota final também para os sócios que compraram simultaneamente gamebox modalidades e gamebox futebol (e por definição gamebox ecletic). O direito a levantarem gratuitamente (se assim pretenderem em cada jogo no pavilhão que está incluído) o bilhete relativo à gamebox ecletic (para além da gamebox modalidades) não pode ser cortado. Aguardo que o Conselho Directivo possa corrigir esta situação até ao início dos jogos oficiais de seniores masculinos no pavilhão.

Em conclusão, e como os recordes são para se bater, que as lotações esgotadas correspondam a estádios cheios, como tivemos na passada sexta-feira em Rio Maior ou mais remotamente na inauguração do actual Estádio do Sporting Clube de Portugal, onde marcaram presença 50.000 espectadores. E que os recordes de vendas de gamebox sejam totais e não apenas de gamebox sócio.

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