ANTIGO DIRIGENTE DOS LEÕES FALA DE EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA DO SPORTING E ATIRA: "SOU UM DOS INVESTIDORES..."
SAD leonina, liderada por Frederico Varandas, apresentou modelo que já havia sido usado em 2002
Redação Leonino
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29 de Março 2024, 11:33
Sporting, Benfica, Adeptos Sporting, Estádio José Alvalade

A Sporting SAD, representada pelo presidente Frederico Varandas e restantes administradores, anunciou esta segunda-feira que conseguiu angariar 50 milhões de euros no seu mais recente empréstimo obrigacionista, atingindo assim o valor máximo estipulado devido à grande procura.

Esta modalidade de financiamento não é nova e foi introduzida pela primeira vez no Sporting em 2002, durante o mandato de Dias da Cunha. Na altura, Rui Meireles estava à frente das finanças do clube leonino e continua a ser um forte defensor deste tipo de financiamento, como revelou ao Record: “Posso dizer-lhe que sou um dos investidores neste novo empréstimo obrigacionista”, afirmou o antigo dirigente.

“No início do século XXI, os clubes de futebol portugueses passaram por mudanças com a constituição das SAD, e essa transição levou a que estas novas entidades procurassem formas de financiamento menos dispendiosas junto da banca, uma oportunidade que Rui Meireles não deixou escapar para o Sporting”, explicou o antigo dirigente do Sporting.

“Foi uma alternativa encontrada para obter fundos e financiar investimentos. Esta foi a principal razão que nos levou a lançar o empréstimo obrigacionista, que, na minha opinião, apresenta duas vantagens em relação aos financiamentos tradicionais: primeiro, as taxas de juro nos empréstimos obrigacionistas são mais baixas em comparação com outras operações de financiamento;”, começou por explicar, prosseguindo:

“Segundo, geralmente são os adeptos dos clubes que investem nestes empréstimos obrigacionistas, sendo assim premiados com uma taxa de juro mais elevada do que a oferecida pelos bancos. Desta forma, o clube financia-se a uma taxa mais vantajosa e também beneficia os seus apoiantes. Na prática, é um financiamento menos dispendioso”, destacou.

“No entanto, a banca sempre mostrou reservas em abrir linhas de crédito para o futebol, uma situação que já se verificava em 2002 e que se agravou nos últimos anos: “Sempre houve esse problema de credibilidade dos bancos em relação ao futebol, mas naquela época o BPI, o BES e o Millenium ainda forneciam esse tipo de financiamento, embora essa tendência tenha piorado”, assinalou Rui Meireles, que considera o investimento seguro:

“Como mencionei, sou um dos investidores, e embora não haja financiamentos totalmente seguros, a única preocupação é se a SAD tem capacidade para reembolsar o capital e os juros. Creio que, na conjuntura atual, este não é um problema para o Sporting. Desde que os clubes se tornaram empresas, passaram a ter acesso às mesmas condições que outras empresas, e seria um erro não aproveitar esta vantagem”, concluiu.

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