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A MÃO NO BOLSO
Devemos, aliás, agradecer a Rúben Amorim por ter, de forma tão simples e evidente, contribuído para demonstrar que todos os polvos continuam vivos e ainda circula pelo futebol português fruta.
Imagem de destaque29 Jan 2021, 11:00

Há quem tenha a falta de juízo de dizer que a culpa foi do treinador Rúben Amorim, que já sabe como o sistema funciona sempre em prejuízo do Sporting e nunca devia ter lançado João Palhinha.

Mas isso é um erro. Devemos, aliás, agradecer a Rúben Amorim por ter, de forma tão simples e evidente, contribuído para demonstrar que todos os polvos continuam vivos e ainda circula pelo futebol português fruta, chocolate e café com leite em barda.

O árbitro que mostrou cartão amarelo a João Palhinha, o já tão tristemente célebre VARíssimo, não levou a mão ao bolso só quando Palhinha tocou num adversário pela primeira vez. Ele já entrou em campo com a mão no bolso.

Palhinha estava em risco de falhar o dérbi se visse amarelo. Obviamente, o sistema tratou de garantir que Palhinha visse amarelo. Só havia uma maneira de isso não acontecer. Era Palhinha não ir a jogo, não pisar sequer o relvado do Bessa. Mas se o treinador fosse por esse caminho, estaria o Sporting a ceder ao sistema, a aceitar que o sistema tudo pode e manda, e nós temos de seguir a sua insondável vontade.

Não, Rúben Amorim fez muito bem. Nós confirmámos, todo o País do futebol, mesmo o não-sportinguista, pode mais uma vez constatar, que o sistema está bem vivo, continua a prejudicar o  mesmo de sempre, em benefício dos mesmos de sempre.

Como disse, VARíssimo já entrou em campo com a mão no bolso. E quando Palhinha entrou, os olhos do árbitro até devem ter brilhado. Ia cumprir a sua missão. Bastou um encosto, um mero encosto, a primeira vez que Palhinha tocou num adversário, para saltar o amarelinho do bolso de VARíssimo. Pela primeira vez em todo o jogo. Quase aos 80 minutos. Depois de, ao longo da partida, Jovane Cabral, por exemplo, ter sido massacrado com faltas consecutivas do adversário, que nem repreensões ou avisos mereceram.

Para Palhinha, não. Para Palhinha, foi logo. Toma. Amarelo. O quinto. Ficas de fora do Dérbi. Siga.

É este o “sistema”. E ainda que compreenda a raiva de Palhinha, as lágrimas impotentes de Palhinha, o Sporting tem de deixar de ser impotente perante estes escândalos que se passam aos olhos de todos.

Desde logo, temos de ser mais fortes dentro de campo. Temos de derrotar os nossos adversários E o sistema que contra nós se agiganta. Não vale a pena lamentar, rasgar as vestes, gritar. Temos de ganhar. As vitórias em campo trazem com elas um maior respeito do mundo futebolístico.

Foi isso que aconteceu no Bessa. Fomos mais fortes. Ganhámos.

Depois, temos de ganhar peso e poder nos poderes do futebol. O Sporting tem de ser uma voz respeitada e temida. E quem desrespeitar o Sporting, quem fizer batota e nos prejudicar, tem de ser punido. Temos de perseguir os que continuam a permitir e alimentar o sistema. Temos de os denunciar. Sem dó, nem piedade. Temos de correr com eles.

Sobra-nos o mais importante. O nosso amor ao Sporting, a nossa devoção ao clube, o nosso fervor leonino. E o comportamento destes rapazes que, contra tudo e contra todos, continuam a ganhar.

Na semana que passou, reforçámos a liderança e conquistámos mais um troféu. É este o caminho, é isto, acima de tudo, o mais importante. Ganhar. Vencer. Atrás das vitórias, vem o respeito, o poder, a influência. Não é de hoje, não é do futebol, o mundo sempre se inclinou a favor dos vencedores.

É também por tudo isto que, na próxima segunda-feira, estamos seguros, estamos certos, que os rapazes vão dar tudo, mesmo tudo, vão-se superar, para vencer os que ainda pensam que são “donos disto tudo”.

Não deixemos cair a onda.

#OndeVaiUmVãoTodos

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