Rui Dias, redator do jornal ‘Record’, deixou esta quinta-feira, 11 de abril, a sua opinião bastante favorável acerca de Geny Catamo, o jovem moçambicano que chegou a Portugal para seguir o sonho do futebol e que foi o herói improvável do dérbi do passado sábado (2-1), no qual marcou os dois golos do Sporting.
“Nem sempre os processos de transformação futebolística resultam. Mas se a conexão harmoniosa se estabelece, Rúben Amorim sabe que jogadores como Geny estão sempre lá e nunca desiludem. Com eles pode ir a qualquer lado”, afirmou Rui Dias acerca do futebolista que garantiu ao Sporting a vitória numa partida difícil e decisiva, concedendo à equipa de Alvalade mais três pontos e aumentando a distância do segundo classificado para quatro.
“Geny era um potencial derrotado pela sociedade, para quem a improvável inversão do destino dependeria do sucesso no futebol. Os dois golos no dérbi do título são o culminar perfeito de um percurso fascinante mas inacabado; o selar da vitória pessoal de um jovem transformado em herói da comunidade, que reivindicou o direito a ser tão bom como os melhores, os que nasceram futebolistas e jogam só por prazer e convicção”, chutou o colunista.
Rui Dias debruça-se sobre os primeiros tempos de Geny Catamo em Portugal, e como Rúben Amorim acreditou no seu potencial: “Chegou a Portugal adolescente (16 anos), oriundo de Moçambique, cheio de sonhos para concretizar mas naturalmente impreparado para enfrentar as regras apertadas do profissionalismo (…) Descredibilizado saiu para V. Guimarães e Marítimo, até Rúben Amorim se propor levar a cabo o impensável: transformar um potencial mago da bola, num ala canhoto a jogar pelo flanco oposto”.
Contra todas as probabilidades, o ‘camisola 21’ foi bem sucedido na proposta de risco que o treinador do Sporting lhe apresentou. “Geny Catamo aceitou submeter-se a essa proposta de risco lançada pelo treinador e disponibilizou-se a cumpri-la com escrúpulo, até porque ser bem-sucedido sempre foi a grande prioridade da vida que escolheu”, afirmou Rui Dias.
O redator do ‘Record’ procedeu, elogiando não só o talento mas também o carácter do jovem futebolista: “Adapta o talento imenso ao orgulho e à força de uma personalidade construída na superação; na ideia de que, em campo, para ser e fazer os outros felizes tem de dar tudo”, rematou.