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UMA QUESTÃO DE CARÁCTER
Por estes lados continuamos a formar excelentes jogadores que, infelizmente, vêm sempre com um defeito: a coluna dobra-se facilmente.
Imagem de destaque18 Jul 2021, 11:00

Duas semanas depois, regresso ao tema João Mário. O ex-Sporting foi apresentado no Benfica esta semana e já veste as cores do nosso rival. Nenhum Sportinguista gosta de ver os seus jogadores de saída do clube para Benfica ou Porto, especialmente aqueles que são relevantes, influentes e queridos no clube. João Mário era um desses. Um filho da casa, que regressou a Alvalade com uma carreira completamente destruída e cujas passagens por outros clubes resultaram sempre no mesmo: a devolução de um fardo salarial ao Inter de Milão.

No Sporting, o jogador reencontrou-se com a sua melhor forma, foi campeão e, de alguma forma, pode relançar a sua carreira. Não se esperava é que a fosse relançar fora de Alvalade, ou mesmo num rival direto. Que valores pesaram mais alto? Eventualmente os do “bolso”. O salário principesco que o Benfica oferece a João Mário está completamente desalinhado com o teto salarial do Sporting e a direção entende – e bem -, que este deve ser respeitado. Fazer o contrário iria abrir um precedente e também suscitar a questões junto dos jogadores mais influentes e bem pagos do plantel. No entanto, pior do que sair para o outro lado da 2ª circular por dinheiro, é compactuar com um esquema muito manhoso que o Benfica e o Inter de Milão montaram.

Não existe justificação moral possível a jogada que os dois clubes e o jogador encontraram ao acertar a rescisão deste último com o Inter e não pagar ao Sporting os valores devidos. João Mário aceitar fazer parte de um esquema destes, que lesa diretamente o clube que o formou e fez jogador de futebol, é absolutamente vergonhoso. É de uma fraqueza de espírito que outros não tiveram. Supera, em larga escala, as polémicas idas para rivais de Simão Sabrosa e João Moutinho, por exemplo. João Mário é hoje “persona non grata” para os adeptos leoninos e com total justificação.

Infelizmente, por estes lados, continuamos a formar excelentes jogadores, mas vêm sempre com um defeito: a coluna dobra-se facilmente. Esperemos que esta nova geração já tenha sido formada não só para jogar, mas também para se comportar decentemente na sua vida pessoal e profissional.

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