Nasci para o Sporting quando tinha 5 anos. A ginástica faz bem às crianças, e por isso, a Júlia, que tomava conta de mim durante o dia, trazia-me de comboio, de Alverca até Entrecampos e depois a pé, ou até Cabo Ruivo, onde apanhávamos o autocarro 50 até à Churrasqueira do Campo Grande.

Eram os tempos do Sporting do presidente João Rocha e de Carlos Lopes, que já tinha ganho uma medalha olímpica, mas não ainda a de ouro. A ginástica tinha milhares de praticantes, sócios que davam enorme pujança ao Clube. Na parede do ginásio, por baixo da bancada do estádio, estava escrito: “Esforço, Dedicação, Devoção e Glória – eis o Sporting”. Das primeiras palavras que li, 3 vezes por semana, na aula do Prof. Monteiro de Sousa.

Fiz-me sócio em 1992, ainda jovem, mas já adulto. Naquela altura a Gamebox chamava-se bilhete de época e vinha num livrinho com todos os bilhetes individuais para cada jogo. A equipa do grande Balakov e da derrota mais sofrida, naquele dia com muita chuva.

Em 1997 fui viver para fora de Portugal e só conseguia seguir o Sporting de longe. Já não podia ir ver os jogos ao estádio, mas via no Núcleo Sportinguista perto de Portobello Road, no Seabra’s, em Newark, ou no clube Português, em Mount Vernon. Voltei para Portugal e para o estádio em 2008, já com 2 filhos, também sócios e praticantes de modalidades no Multidesportivo.

Nos anos de 2010-2012 o Sporting viveu uma crise diretiva, desportiva e financeira e eu comecei a ficar cada vez mais preocupado com o rumo que o Clube tomava. Nesta altura, comecei a seguir com mais atenção os blogues e sites relativos ao Sporting que despontavam na internet. Ler as opiniões e comentários na Tasca do Cherba, o Artista do Dia, o Mister do Café e o Fórum SCP foi essencial para desenvolver a minha consciência política relativamente ao Sporting.

No espaço de poucas semanas, no verão de 2018, vivi a minha maior alegria e a maior tristeza no Sporting. A maior alegria foi ver o meu filho campeão nacional juvenil A, nos 100m mariposa. A maior tristeza foi o ataque à Academia Sporting, em Alcochete, as rescisões dos jogadores e a destituição do Presidente Bruno de Carvalho.

Quando, há alguns meses, o Nuno me convidou para fazer parte da lista dele, a minha resposta foi imediata – “Sim, Nuno, com muito gosto e muita honra”. O Nuno ainda disse – “tu és dos puros, acho que eras bom para o conselho fiscal”. “Nuno”, respondi, “mete-me onde tu achares que é melhor”. Assim foi. Sou candidato a presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar pela lista C. Só prometo uma coisa: desempenhar funções com todo meu esforço, dedicação e devoção, se assim for a vontade dos Sócios, no dia 5 de Março.

Lista C, Pedro Domingos, sócio n^o 13.720, candidato a presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar