Cristiano Ronaldo não é o único português feliz com o Mundial na Arábia

Avançado do Al-Nassr já se congratulou pelo país onde compete ter sido selecionado para organizar o campeonato do mundo, mas há outro luso contente com a notícia

Ronaldo, ex Sporting, e Jorge Mendonça abordam Mundial na Arábia

Foi anunciado, no mesmo dia que se soube que Portugal, Espanha e Marrocos iriam receber o Mundial em 2030, que a edição de 2034 iria acontecer na Arábia Saudita - e voltar ao Médio Oriente, depois do Qatar, em 2022. Cristiano Ronaldo reagiu, assegurando que esse campeonato do mundo "será o melhor de sempre".

Outro português, o treinador Jorge Mendonça, que alinha no Al Jabalain, da segunda divisão saudita, também falou com o jornal 'Record' sobre a atribuição do evento à Arábia: "Há sempre um bocadinho de preconceito quando falamos destes países muçulmanos. Temos uma ideia de que as coisas são muito mais fechadas do que realmente são", começou por explicar.

Prosseguiu: "É o que vemos na comunicação social, na televisão, e normalmente as notícias que passam são sobre algum desastre, sobre guerras, terrorismo e situações mais complicadas. Mas a Arábia Saudita é um país que tem mudado muito desde que o príncipe herdeiro [Mohamed bin Salman] se tornou o Primeiro-Ministro [em 2022]. Está a abrir de uma forma gradual".

Explicou, de seguida: "Sou do tempo em que as mulheres não iam a estádios ou não conduziam, mas uma série de coisas já foram alteradas. Quando cheguei existia uma polícia religiosa, que garantia que todas as rezas e ideologias religiosas fossem cumpridas, mas essa polícia já acabou. Com o projeto 'Visão 2030', o país pretende chegar a 2034 totalmente diferente. E essa ideia está a ser bem aceite, porque toda a população jovem está bastante ansiosa pela mudança. Os mais velhos vão ser sempre um bocadinho mais renitentes e fechados, mas também a apoiam".

Terminou, da seguinte forma: "Isto está a andar tão rápido que não sei o que vai ser ou não possível em 2034. Sobre o álcool, por exemplo, neste momento ainda não há em lado nenhum na Arábia Saudita. Nos Emirados já existe algum e até são medidas que vão um pouco contra a religião deles, que não permite o álcool, mas esta abertura vai permitindo aderir a alguns costumes ocidentais. No fundo, com a organização do Mundial em 2034, eles querem que todos vejam que estão um país diferente e querem mudar a ideia que toda a gente tem deles. E pretendem fazê-lo, até pelos fundos que possuem, com todo o esplendor e grandiosidade", rematou Jorge Mendonça.