
Receba, em primeira mão, as principais notícias do Leonino no seu WhatsApp!
Histórias do Leão
|
No cenário lisboeta, também dominou: conquistou quatro títulos de campeão regional (1959 a 1962), sempre com a elegância de quem alia técnica, resistência e inteligência tática. A sua trajetória de glória arrancou verdadeiramente em setembro de 1958, quando, aos 22 anos, destronou o anterior recordista nacional dos 3000m obstáculos, o seu colega de equipa Manuel Faria, numa clara passagem simbólica de testemunho. Joaquim não se limitou a conquistar o recorde: viria a melhorá-lo em cinco ocasiões, fixando-o, em dezembro de 1962, em 9 minutos, 1 segundo e 4 décimas, marca que o manteve no topo da elite nacional.
Ainda nesse ano, integrou a seleção nacional no prestigiante Crosse das Nações, onde Portugal alcançou um honroso 4.º lugar. Ferreira, com um 41.º posto individual, foi o melhor luso em prova, o mais destacado nas suas três participações nesta competição. Dois anos depois, em 1960, voltou a brilhar no corta-mato, vencendo o Campeonato Regional e conquistando também o título nacional, sucedendo ao já lendário Manuel Faria, que vencera as cinco edições anteriores.
1960 foi, sem dúvida, o ponto alto da carreira de Joaquim Ferreira. Além de consolidar o seu domínio interno nos 3000m obstáculos, conquistou o passaporte para os Jogos Olímpicos de Roma. Apesar de ter ficado em 11.º lugar na sua eliminatória, o feito de representar Portugal nos palcos maiores do desporto mundial já era, por si só, histórico.
Nesse mesmo ano participou nos Jogos Ibero-Americanos em Santiago do Chile, terminando em 6.º lugar na sua prova de eleição. Dois anos mais tarde, em Madrid, regressou à competição ibero-americana, desta vez com brilho renovado: conquistou a medalha de prata nos 1500 metros, apenas atrás de Manuel de Oliveira.
Também em 1962, representou Portugal nos Campeonatos da Europa em Belgrado, terminando em 9.º na sua série eliminatória dos 3000m obstáculos. Apesar da colocação modesta, saiu da capital jugoslava com o novo recorde nacional: 9m01,8s, marca que, no mês seguinte, ainda viria a melhorar.
A carreira de Joaquim Ferreira não se definiu apenas por sucessos individuais. No início de 1962, participou no triunfo leonino no Grande Prémio Internacional de Madrid em Corta Mato, onde foi terceiro classificado individualmente. Mais tarde, contribuiu para um feito coletivo notável: a equipa do Sporting bateu o recorde nacional - e simultaneamente ibérico - da estafeta 4x1500m, com 16m11,6s.
A ligação de Joaquim Ferreira às estafetas era longa. Já em 1956 ajudara a bater o recorde nacional (não homologado) da mesma prova, e entre 1958 e 1964 integrou a equipa que venceu por sete vezes consecutivas a tradicional estafeta Cascais-Lisboa, um feito marcante numa das provas mais emblemáticas do atletismo de estrada nacional.
Nos anos seguintes, continuou a enriquecer o seu palmarés. Em 1997, sagrou-se vice-campeão mundial de veteranos nos 2000m obstáculos e nos 1500 metros. No Europeu de 1998, voltou a conquistar a medalha de prata nos 2000m obstáculos, confirmando uma longevidade competitiva verdadeiramente rara.
A história de Joaquim Ferreira é a de um atleta fiel ao seu Clube, disciplinado no treino, resiliente na competição e humilde nas conquistas. Foi protagonista de transições históricas dentro do atletismo português, símbolo da pujança do Sporting nas décadas de 50 e 60, e inspiração para gerações futuras, dentro e fora da pista.
Antigo guarda-redes defendeu as balizas da formação leonina e regressou ao seu Clube de coração, já com estatuto de internacional
|
Beto Pimparel não esconde que gostaria de ter feito mais com a camisola do Sporting. Em entrevista exclusiva ao Leonino - e já depois de André Martins ter feito o mesmo -, o antigo guardião lembrou o seu percurso no Clube de Alvalade, primeiro na formação e, posteriormente, aquando do seu regresso, em 2016/17.
Beto Pimparel: "Tive a sensação de que podia ter feito mais no Sporting"
Beto Pimparel, que nunca escondeu ser um adepto confesso do Sporting, recordou a sua passagem nos verdes e brancos: "Carinho não. Amor! Tive a sensação de que podia ter feito mais, não na minha segunda passagem pelo Sporting, mas na primeira. Obviamente, já lá vão muitos anos, quase 20 anos".
Beto Pimparel confessou que gostaria de ter tido mais sucesso no Sporting e respondeu a alguns dos que lhe apontam o dedo: “Obviamente que gostaria de ter tido a oportunidade que não tive, mas foi o que foi. Acabei por fazer o caminho por outro lado. O Sporting, na altura, prescindiu de mim e tive que fazer o meu caminho por outros clubes. As pessoas não entendem. Tive que fazer o meu caminho por outro lado e fui parar a um dos rivais, que é o Porto, clube pelo qual eu tenho carinho".
Beto Pimparel: "Era o meu sonho envergar a camisola do Sporting"
Beto Pimparel revelou ainda uma promessa que fez ao seu falecido pai, um Sportinguista ferrenho: “Era o meu sonho envergar a camisola do Sporting num jogo oficial. O meu pai tinha falecido há muitos anos, e eu prometi-lhe que no dia em que eu saísse do Sporting, eu ia voltar a esta casa, ia voltar para vestir a camisola do meu Clube, do Clube do meu coração, e acho que esse dia foi o dia em que eu realizei o sonho de pequena, de criança”.
"Vesti a camisola do Sporting muitas vezes no banco, na equipa sénior, em 2001/2002, quando fomos campeões, mas não tive a oportunidade de jogar, e nesse dia joguei um jogo [Famalicão] pelo Sporting. Realizei o sonho. Esse é o momento mais marcante para mim, tirando obviamente o dia em que eu entrei pela Porta 10A pela primeira vez", finalizou Beto Pimparel.
Beto Pimparel fez grande parte da sua formação no Sporting, tendo abandonado Alvalade, a título definitivo, em 2005, rumo ao Marco. Na temporada seguinte (2006/07), o antigo guardião rumou ao Leixões, onde esteve durante várias épocas, rumando, posteriormente ao Porto (2009 a 2011). Em 2016/17, oriundo do Sevilha, o guarda-redes assinou pelo Clube de Alvalade (nove jogos).
Um dos marcadores revelou detalhes inéditos do encontro no Estádio do Jamor que vitimou Rui Mendes, adepto Sportinguista
|
A festa da final da Taça de Portugal será feita no próximo domingo, no dia 25 de maio, quando Sporting e Benfica subirem ao relvado do Estádio Nacional do Jamor para decidirem o vencedor da competição. A última vez que os dois rivais de Lisboa se encontraram no jogo decisivo da prova rainha, em 1996, deu-se um episódio que envergonha o desporto nacional e Mauro Airez, uma das principais figuras do jogo, recordou alguns momentos desse triste dia.
Em revelações inéditas ao portal desportivo Zerozero, o autor do primeiro golo do Benfica nessa final da Taça de Portugal desvendou alguns detalhes do dia que manchou a história do futebol português. No final da partida, os encarnados venceram o Sporting por 3-1, mas o resultado foi o menos importante naquele dia, quando o Adepto leonino, Rui Mendes foi assassinado por um engenho pirotécnico lançado pela bancada afeta às águias.
Depois do Benfica se colocar a vencer através do golo de Mauro Airez, aos 9 minutos, os adeptos encarnados lançaram o very-light que matou Rui Mendes. Sobre o trágico momento, o argentino recordou: “Inicialmente nem nos apercebemos do que aconteceu com o adepto do Sporting. Por isso é que continuámos com o jogo. Fizemos a 1.ª parte sem nos apercebermos do que aconteceu. Era um dia de muito calor e, quando fomos para intervalo, o primeiro a ir para o túnel fui eu, porque estava cheio de sede. Fui a correr para o balneário e quase fui atropelado pela ambulância que o levava”.
“Apercebemo-nos que tinha acontecido algo, mas não sabíamos o quê. Quando regressámos é que vimos o clarão na bancada. Mais tarde fiquei a pensar: 'se eu não tivesse comemorado com um mortal, se calhar a pessoa estava viva'”, revelou o jogador, mostrando o sentimento de culpa e arrependimento.
Sobre a possibilidade de interrupção da partida, após a morte de Rui Mendes, Mauro Airez deu conta de que o cenário chegou a ser uma possibilidade: “Foi falado ao intervalo e estava na iminência de se interromper o jogo. É um pau de dois bicos. Podia haver mais confrontos porque seria um jogo interrompido, com 45 minutos por jogar, quando estávamos em vantagem. Jogando noutro dia, a dinâmica não seria a mesma. Por outro lado, ainda bem que continuámos”
No entanto, mesmo depois de conquistar a Taça de Portugal pelo Benfica, Mauro Airez partilhou um sentimento de tristeza em relação ao trágico dia: “Foi uma final triste porque não houve festa e não levantámos a taça no estádio. Podia ter corrido bem ou mal, se interrompessem”.
Apesar do momento que manchou a história do futebol português, o dia iniciou-se em clima de festa, tanto para Benfica como para Sporting, tal como recordou Airez: “O Jamor estava cheio, parecia uma bandeira portuguesa. Estava uma loucura. Quando colocámos a bola no meio-campo e eu olhei para a equipa do Sporting, eu senti uma confiança enorme”.
Em revelações exclusivas ao Leonino, o antigo médio formado na Academia de Alcochete falou dos momentos que mais o marcaram em Alvalade
|
André Martins falou de alguns dos temas que marcaram mais vincadamente o seu percurso no Sporting numa entrevista exclusiva concedida ao Leonino. Atuando como médio-centro, o antigo jogador foi formado na Academia de Alcochete, estreando-se no futebol sénior, por empréstimo, no Real Massamá na temporada 2009/10. Depois de novas cedências a Belenenses e Pinhalnovense, fez a sua primeira temporada ao serviço da equipa principal dos leões em 2011/12, onde ficou até 2015/16.
Certamente, a conquista da Taça de Portugal de 2015 perdura na memória dos Sportinguistas e com André Martins, a história não é diferente. Ao Leonino, partilhou as lembranças do dia em que o Clube conquistou a sua 16.ª prova rainha: “Foi um dia muito intenso e inesquecível para mim. Tínhamos dois golos de desvantagem, com um jogador a menos, ainda na primeira parte, e conseguimos dar a volta, vencendo nos penáltis. A forma como vencemos demonstrou a alma e a crença dessa equipa”.
Depois de três cedências nos seus primeiros anos enquanto jogador sénior, André Martins estreou-se, finalmente, na equipa principal do Sporting, numa partida contra o Vaslui a contar para a Liga Europa 2011/12, pelas mãos do treinador Domingos Paciência, sendo suplente utilizado e lançado no jogo aos 78 minutos.
Sobre esse dia e o que representava, André Martins partilha: “Foi um sonho tornado realidade. Quando saí de casa dos meus pais, com 12 anos, com o objetivo de representar o Sporting ao mais alto nível e tive a sorte de a minha estreia ter sido num jogo europeu”.
Mesmo sendo internacional ao serviço da seleção portuguesa e de representar o Comité Olímpico Português, a estreia na equipa principal do Sporting foi o momento de maior recompensa para André Martins: “Naquele momento, percebi que todos os sacrifícios que fiz e tudo aquilo por que lutei fizeram sentido".
Em relação ao que ficou por concretizar, o antigo atleta não conseguiu esconder o título que, por tantos anos, fugiu ao Sporting: Conquistar o campeonato pelo Clube do meu coração foi uma das coisas que me faltou”. Mas ainda assim, não é por isso que gosta menos da formação que o viu nascer para o mundo do futebol: “Guardo um carinho muito grande pelo Sporting e claro que estarei disposto a ajudar naquilo que precisarem”.
Depois de quatro anos ao serviço da equipa principal do Sporting, fora os anos que passou pela equipa de Alcochete, André Martins não consegue esconder o seu amor pelos leões e mostra-se grato pelos valores desportivos e pessoais que o Clube lhe transmitiu: “Tenho uma dívida de gratidão enorme por tudo aquilo que o Sporting me deu como atleta, porque foi onde me formei, e como pessoa, porque me incutiram os princípios e valores que levo para a vida”.