Manchester United é “um risco enorme” para Amorim, treinador do Sporting

Jonathan Wilson escreveu, no jornal inglês ‘The Guardian’, um artigo onde analisa a possível troca de Rúben Amorim entre Alvalade e o Manchester United. O jornalista começa por destacar que o treinador português já foi ligado ao Manchester City, e também já tinha sido apontado ao Liverpool, antes de surgir o Manchester United. Fez, depois, a comparação com Cristiano Ronaldo: “Quando Ronaldo voltou em 2021, a sua carreira estava em queda (...) Amorim, por contraste, está em ascensão”.

Deixou, depois, algumas dúvidas em relação à mudança para o treinador que acabou com uma seca de campeonatos nacionais que durou 19 anos: “O idealismo saiu de moda entre os treinadores modernos, e há um claro pragmatismo em Amorim. Pode defender com um bloco mais baixo, mas a sua preferência é a pressão agressiva. Isto levanta questões sobre o que vai fazer no United. O Ten Hag chegou, também, com a reputação de pressionar alto”, mas, como sabemos agora, a história não acabou bem para o neerlandês.

Seguiram-se algumas considerações táticas, nomeadamente acerca da adaptação do modelo de jogo de Amorim, com o ‘seu’ 3-4-3, aos jogadores que terá disponíveis caso se mude para Manchester. Jonathan Wilson afirma que o português poderá até ter de repensar o seu modelo: “se Amorim ficasse com o trabalho, poderia ser forçado, no curto-termo, a procurar alternativas, como um 3-4-3 com um losango no meio campo”.

No entanto, segundo o jornal inglês, as maiores dificuldades passam por mudar a cultura num dos maiores clubes do mundo: “não é só o plantel incoerente, mas também um plantel que está habituado a trocar de treinadores, e que é resistente à imposição de autoridade. Há uma cultura que precisa de ser alterada”.

O artigo termina com aviso sério a Rúben Amorim: “Mudar o Manchester United é um trabalho gigantesco, e um que tem uma tendência de destruir treinadores. O United continua a ser o United, e há uma certa aura em talvez ser o homem que consegue que tudo funcione outra vez – mas para um treinador em ascensão é um risco enorme. Se Rúben Amorim tem outras opções, devia considerá-las muito seriamente”.