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Piqué jogou com Cristiano Ronaldo no United, Messi no Barcelona e revela qual o melhor
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0Eduardo Dâmaso, cronista no diário desportivo Record, na sua mais recente publicação, abordou o tema da longevidade de Cristiano Ronaldo, craque português formado no Sporting. De modo a exemplificar a “dupla maldição” de CR7, o jornalista utilizou “O Retrato de Dorian Gray” de modo a ilustrar que “o seu poder físico não vai continuar, a sua história sim”.
“Wilde leva-nos pela mão e de forma sofisticada à velha constatação de que o tempo não volta para trás, mesmo quando vivemos uma vida coberta de glórias e bens materiais, e que não vale a pena esperar que o nosso próprio retrato envelheça, em vez de nós próprios. A maldição de Dorian Gray é uma metáfora poética mas brutal sobre o lado democrático da perda de fulgor físico: toca a todos, não poupa os deuses”, começou por escrever Dâmaso.
“Cristiano Ronaldo, o futebolista fenomenal que todos conhecemos, que cobriu este país de alegrias desportivas, que projeta a exemplaridade de uma invulgar ética do trabalho, que se transformou num dos poucos símbolos planetários de Portugal, enfrenta agora o seu retrato. Saberá que o envelhecimento do retrato é ficção, é um ensaio brilhante sobre a vida mas é ficção, e que a vida, ela própria, é implacável”, prosseguiu.
“As lágrimas do falhanço do penálti perante o gigante Oblak representam esse ato de recolhimento sobre si próprio, o seu símbolo, o seu génio mas também a sua dimensão humana, igual a qualquer um de nós. Por isso não conseguiu falar a quente, no fim do jogo, por isso confirmou que este seria o seu último Europeu”, acrescentou ainda.
Para terminar, Eduardo Dâmaso garante que “nesse preciso momento terá percebido que está na hora de escapar à sua maldição de Dorian Gray. O seu poder físico não vai continuar, a sua história sim. A sua potência futebolística não acabou, mas já não é a mesma. O seu fulgor não acabou e brilha em alguns momentos, mas não será um feixe de luz ao longo de 90 minutos”, rematou.