
Um pedaço de ouro no caminho das pedras do Sporting
Se há coisa que a vida nos ensina é que o que parece certo, adquirido, rapidamente se transforma num cenário diametralmente oposto.
07 Dez 2020 | 10:30
O futebol não é fácil e, tal como afirmei na crónica a seguir ao jogo com o Porto, cabe aos dirigentes antecipar problemas, exercendo ações e influência preventiva.
Na minha crónica da semana passada (1), escrevi “No dia 5 de Dezembro deslocar-nos-emos a Famalicão, devendo estar com o máximo foco e atenção, lembrando que o campeonato português é pródigo em situações caricatas. "Sobretudo para quem não se prepara, nem antecipa que a concorrência não anda a dormir”. A afirmação baseava-se na observação, ao longo de vários anos, de vários movimentos, intervenções e silêncios na “fauna” que é o futebol português. E, efetivamente, aconteceu… A equipa do Sporting, à imagem do seu treinador, é uma equipa jovem, com os defeitos e virtudes que dai advêm. No jogo do passado Sábado, não se soube interpretar os sinais que a envolvente do jogo transmitia. A agressividade e pendor quezilento dos jogadores do Famalicão, desde os primeiros momentos, deveria ter soado os alarmes nos jogadores, treinador e dirigentes do Sporting. É que este é o prelúdio de muitas esparrelas que armam ao clube, há vários anos. A picardia a que tentaram levar Nuno Santos, no fim da primeira parte, redundando num amarelo, era a confirmação. A equipa não teve a frieza emocional para fazer o que tinha a fazer: levar os três pontos do norte e frustrar os antagonistas das equipas adversárias. A lição que Amorim, bem como os seus jogadores, têm de levar deste jogo é que os jogos “têm de ser mortos” sem dó nem piedade, não falhando golos cantados nem penaltys. A gestão emocional, em conjunto com a dos cartões amarelos, não é despiciente na Liga NOS como se viu no lance de Pedro Gonçalves, debilitando a equipa nos últimos dez minutos de jogo, com um resultado de 1-2. Finda a jornada, a liderança mantem-se mas encurtou para apenas dois pontos. Nos pós jogo, pode ver-se Frederico Varandas no túnel de acesso ao balneário (2), interpelando a equipa de arbitragem, nas típicas cenas de confusão do futebol português. Duvido que Varandas traga sucesso ao Sporting por esta via. É que, mesmo sendo militar, não tem perfil para guarda Abel (3). Posteriormente, teceu declarações, junto ao relvado, clamando que o lance de Coates não seria revertido se fosse um jogador encarnado ou azul a marcar. Argumento já utilizado aquando da arbitragem de Luís Godinho contra o Porto, em Alvalade. Que em nada foi eficaz, como se viu sábado. Viu ainda serem refutadas as suas alegações, via imprensa, pelo conselho de arbitragem (4) que, de forma expedita, fez constar que considerava acertada a decisão do VAR, Artur Soares Dias. Varandas tentou repetir o “tiro” que fez no clássico, mas desta vez fez ricochete. Repito a minha afirmação da semana passada: “Sobretudo para quem não se prepara, nem antecipa que a concorrência não anda a dormir” (1). Talvez hoje se perceba os movimentos de Francisco J Marques, coordenados com os influencers azuis e brancos da “praça”, onde na semana passada passou a mensagem que o Sporting tinha já 4 pontos vindos da Cidade do Futebol (5). O futebol não é fácil e, tal como afirmei na crónica a seguir ao jogo com o Porto, cabe aos dirigentes antecipar problemas, exercendo ações e influência preventiva (6). Se por um lado, se se entende a frustração dos Sportinguistas, os mesmos deveriam refletir que tipo de mensagens devem publicar e replicar. Isto, porque o pior que podem fazer a uma equipa e treinador jovem é tudo desculpar com a arbitragem ou incentiva-los numa luta contra o sistema. A equipa, para desempenhar, precisa de foco e higiene mental, para fazer o que tem a fazer no campo. A luta fora dos relvados cabe aos dirigentes e adeptos. Somente. Varandas e seus pares, se estiverem totalmente focados para fazer do Sporting campeão, têm de refletir se devem continuar a alienar parte dos Sportinguistas, por sinal dos mais combativos, diminuindo o Clube perante rivais e interesses. A grandeza de alma encontra-se quando conseguimos enterrar machados de guerra em prol dum bem maior, como o Sporting nos merece. É que isto não vai lá só com hashtags!
Comentador Leonino
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