Começam a surgir as primeiras notícias sobre a adaptação dos clubes à nova realidade que se vive no mundo e, neste caso em particular, no futebol. É hoje notícia que o Sporting CP irá reduzir em cerca de 40% os vencimentos dos jogadores e em 50% os salários da administração. Este tem sido o destaque maior nas últimas horas, mas confesso que dei muito mais importância ao fato de se falar que os clubes, denominados grandes, se aliaram numa estratégica comum de forma a dar força às várias negociações que se avizinham.

Num período particularmente difícil para todos, e estando tudo suspenso a aguardar um milagre (sim, um milagre, pois sou daqueles que não acredito que o campeonato termine com todos os jogos realizados), seria muito importante que de uma vez por todas os grandes clubes de Portugal percebessem que só podemos colocar o nosso futebol num patamar superior se estiverem unidos. Unidos na estratégia e no negócio que a indústria do futebol movimenta e rivais no campo.  Só seguindo este caminho poderemos ambicionar ter condições financeiras para rivalizar minimamente com os poderosos clubes provenientes sobretudo das maiores ligas europeias como a inglesa, alemã, espanhola e italiana. Para que tal aconteça deixo uma parte ínfima do que se poderia fazer para que pudéssemos melhorar as receitas dos clubes em Portugal:

– Direitos televisivos negociados globalmente (como se faz em Inglaterra)

– Tornar os jogos seguros onde todos possam ir em segurança e onde se possa criar um verdadeiro espetáculo com as famílias presentes desde o mais velho ao mais novo.

– Que a verdade desportiva se sinta cada vez mais presente nos jogos criando condições para que as suspeitas se desvaneçam.

– Melhores árbitros.

– Formação específica para quem está no VAR pois um bom árbitro pode ser um mau arbitro na função do VAR.

– Premiar quem zela pelo fair play.

– Castigar de forma implacável quem apela à suspeita e faz pressão sobre os jogos.

Como referi poderia enumerar dezenas de medidas para que de facto pudéssemos levar o nosso futebol para outro patamar. Só assim poderemos ter os estádios cheios com vendas completamente diferentes das que temos hoje. Estou plenamente convencido que se trabalhássemos todos juntos nestes objetivos, teríamos receitas muito superiores às que existem hoje. Desde um número consideravelmente maior na venda de bilhetes, de merchandising, de novos sócios, de patrocínios, camarotes, etc. Foi preciso vivermos um momento particularmente difícil para que os clubes se unissem numa estratégia conjunta para conseguirem convencer os profissionais a aceitarem baixar os seus salários. Mas infelizmente não acredito que esta estratégia dure muito tempo. Infelizmente considero que este momento se deve apenas por estarem todos desesperados na sustentabilidade dos seus clubes. Gostaria neste momento de Páscoa, onde deveríamos refletir e pensar nos valores mais importantes da vida, que esta minha vontade se tornasse realidade…..

Independentemente do que aconteça desejo a todos os Sportinguistas uma Páscoa feliz e cheios de saúde.

Nota final: A decisão tomada pela Federação Portuguesa de Futebol em terminar com a Taça de Portugal de Futsal e não tomar a mesma medida para o futebol é um bom (mau) exemplo daquilo que digo sobre a falta de credibilidade que gira à volta do nosso futebol.