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DESPEDIDAS E “DESPEDIDOS”
Não deveria o Sporting ser um “porto de abrigo” dos seus? Nos momentos difíceis, não devia de ser o Clube uma malha protetora?
Imagem de destaque31 Out 2020, 09:21

Esta semana despedimo-nos de Vietto. Era inevitável face ao estado das Contas da SAD do Sporting. Mais teriam ido caso tivesse havido essa capacidade de atempadamente emagrecer o plantel. Mais irão no próximo mercado de inverno e provavelmente com grande impacto no desempenho desportivo, o que não foi o caso em concreto. Os desequilíbrios operacionais são por demais evidentes e urge acabar com os mesmos, temos uma massa salarial demasiado alta, um plantel demasiado extenso, para tão fraca prestação desportiva de alguns atletas e Vietto era claramente um desses casos. Demasiado caro para o que produzia.

No entanto, e assim é que deve ser, o atleta teve direito a uma bela despedida, com um vídeo bastante emocional dos últimos momentos vividos no nosso Clube. A verdade é que o jogador não tem culpa do ordenado principesco que lhe pagavam e por isso devemos tratar bem um atleta, que pelo que é público, respeitou a verde e branca.

O Sporting ao longo dos anos nem sempre tratou/trata bem quem vestiu as nossas cores. Um dos casos mais paradigmáticos foi o caso de Yordanov que teve de ir a tribunal para ver o Sporting cumprir uma cláusula que tinha no seu contrato. Essa cláusula era fazer um jogo de despedida no nosso Estádio a homenagear o jogador. É inacreditável e muitos já não se lembram disto, mas isto foi “só” vergonhoso.

Se a bitola mínima passar a ser a que foi aplicada a Vietto nada há a apontar, ficando apenas a nota e recordação que jogadores como Nani mereciam ter tido no mínimo a mesma consideração na despedida, e não a tiveram.

Esta semana também se falou de “despedidos”, ou pelo menos a sua tentativa, no caso de Miguel Albuquerque. Aqui devo referir que é muito estranho que a vida pessoal interfira na esfera profissional desta forma, e logo para justificar a tentativa de despedimento, pois Miguel Albuquerque foi condenado por um facto, grave sem dúvida, mas que nada tem a ver com as funções que desempenha.

Por exercício académico imaginemos que amanhã o Presidente do Sporting é condenado em Tribunal por difamação de um Presidente de um Clube rival, deve isso ser motivo para cessação antecipada do mandato? Ou por este precedente de Miguel Albuquerque, imaginemos que o Presidente é condenado em tribunal porque uma sua paciente se queixou de uma má prática médica e lhe foi dada razão? Deve ser demitido? Onde ficam as fronteiras?

Não deveria o Sporting ser um “porto de abrigo” dos seus? Nos momentos difíceis não devia de ser o Clube uma malha protetora? Não estaremos enquanto instituição a abrir feridas desnecessárias que só causam mágoa nos que nos servem/serviram de forma respeitosa?

Leonel Pontes veio mostrar aqui como estamos a ser dirigidos e o que vale a palavra de quem nos dirige (LER AQUI). As pessoas merecem ser tratadas com dignidade ainda para mais quando sempre demonstraram respeito pelo Clube e são Sportinguistas. É esse também o caso Carlos Galambas (LER AQUI), que demonstra um padrão de comportamento pelo(s) mesmo(s) de sempre.

Resta aos nossos dirigentes não encherem tanto a boca com a palavra “Valores” quando a sua prática demonstra precisamente o contrário, restando apenas a hipocrisia de se fazerem belas despedidas para uns e outros serem “despedidos” sem uma única palavra.

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