Sporting tem Wolverhampton à perna: Ingleses cobiçam talismã de Rui Borges

O Sporting está a trabalhar para acelerar a saída de Marcus Edwards já neste mercado de inverno. O jogador inglês, que tem demonstrado falta de compromisso com o grupo, foi afastado das opções de Rui Borges e a administração leonina está a procurar um extremo-esquerdo destro.

Esta estratégia retoma uma intenção da era de Ruben Amorim, que visava reforçar o ataque com um jogador para colmatar as ausências de Pedro Gonçalves. Agora, com a mudança de sistema para o 4x4x2 sob a orientação de Rui Borges, a necessidade de um substituto para o 'camisola 10' tornou-se prioritária.

O departamento de scouting do Sporting já identificou potenciais alvos e Hugo Viana está a preparar-se para avançar com negociações. Este reforço será o segundo para Rui Borges neste mercado, após a contratação do guarda-redes Rui Silva, que assinou até junho de 2028, vindo do Betis por 4,75 milhões de euros, mais 1 milhão em variáveis por objetivos.

Quanto a Edwards, a saída poderá ocorrer por empréstimo com opção de compra. O Besiktas já manifestou interesse e o Génova também está a ponderar a sua contratação. No entanto, o Sporting prefere uma saída definitiva por um valor na ordem dos 10 milhões de euros. 

O objetivo de trocar o canhoto inglês por um jogador destro passa por dar mais opções ao treinador verde e branco. Rui Borges quer um extremo que, à semelhança de Pote, possa pisar terrenos mais interiores e visar a baliza adversária com o pé preferencial.

Domingos Duarte, ex-jogador do Sporting - que vai defrontar o Leipzig e pode mudar de sistema -  e atualmente central do Getafe, tem sido uma peça fundamental na defesa da equipa espanhola. O internacional português foi desafiado a fazer uma antevisão do Benfica - Barcelona, uma vez que é profundo conhecedor da formação blaugrana.

"Quando o Barcelona perde a bola, a linha defensiva sobe muito rapidamente. Nesses momentos, com um passe para as costas da defesa, com alguma precisão, é possível colocar jogadores no um para um com o guarda-redes, que está, por vezes, muito saído da baliza. O Barcelona sabe adiantar a linha defensiva, o Benfica tem de explorar essa parte, a linha defensiva é muito suicida, cometem riscos grandes a subir a linha", disse, ao jornal O Jogo..

Domingos Duarte também apontou algumas das principais armas ofensivas do Benfica para explorar essas fraquezas dos catalães, destacando Ángel Di María, Akturkoglu e Schjelderup como jogadores que podem causar estragos na defesa adversária.

No aspeto defensivo, o defesa destaca a importância de limitar as ações individuais dos jogadores de ataque do Barcelona, como Lamine Yamal e Raphinha, dois dos principais desequilibradores da equipa catalã: "A fórmula é tentar que eles joguem o menos por dentro possível quando a bola chega a Raphinha e Yamal, tentámos ter sempre uma ajuda de um companheiro, esse tipo de jogadores pode decidir um jogo".

Por fim, Domingos Duarte - que esteve com pé e meio num regresso ao Sporting, mas foi riscado por Ruben Amorim - explicou que é "Pedri parece o motor da equipa, está sempre bem orientado e preparado para receber a bola, e conduz muito bem as transições ofensivas".

Rui Malheiro, analisou o Leipzig, próximo adversário do Sporting - que poderá surpreender e mudar o sistema - na Liga dos Campeões, destacando o momento difícil vivido pela equipa alemã e os pontos fracos que os leões podem explorar. Ao jornal Record, o analista recorda a campanha tenebrosa dos germânicos na prova, com zero pontos conquistados em seis jornadas.

Marco Rose, conhecido pela sua flexibilidade tática, tem apostado principalmente num 3x4x2x1, que em ataque se transforma em 3x2x5 ou em 3x2x1x4, dependendo das circunstâncias. O especialista refere ainda que "também pode recorrer ao 4x2x3x1 ou ao 3x5x2, alterando a abordagem conforme as necessidades do jogo", no qual aplica “pressão alta muito belicosa e coordenada”. No entanto, admite que "essas fragilidades podem ser bem exploradas por jogadores rápidos como Gyokeres, que têm capacidade para atacar os espaços e causar dificuldades à defesa adversária".

No ataque, o Leipzig utiliza a largura dada pelos alas, com David Raum a abrir na esquerda, mas também aposta na verticalidade de jogo. Rui Malheiro destaca “Simons, pela sua criatividade e capacidade de desequilibrar, Sesko, com grande poder físico e técnica refinada, e Openda, pela sua velocidade e profundidade".

Defensivamente, “o Leipzig tem patenteado, nos últimos embates, uma inconsistência esdrúxula em organização defensiva por falta de compactação, cedendo espaços – por vezes, crateras – entre a linha defensiva e a linha intermediária”, o que leva a “erros individuais do setor defensivo e falhas no controlo de cruzamentos e bolas paradas laterais”.

Por último, o estilo de jogo acelerado e com constante pressão alta resulta num elevado desgaste físico, o que provoca quebras de rendimento nas segundas partes. “Nos últimos jogos, tem sido notório um destempero a nível emocional e tático, especialmente na etapa complementar contra o Bochum”, concluiu Rui Malheiro.