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0O pagamento prometido por Tânia Laranjo a Paulo Silva foi combinado com o advogado do denunciante, Carlos Macanjo, e incluía duas tranches de 20 e 10 mil euros, num total de 30 mil euros. Seria passado um recibo de serviços jurídicos, no qual se descontaria o valor do IRS e se incluiria o IVA. O Leonino teve acesso em exclusivo ao Apenso das Transcrições que está anexo ao processo Cashball, que contém informações explosivas.
Carlos Macanjo chamou a atenção ao seu cliente Paulo Silva. O valor que seria pago no Porto, onde está sedeado o advogado, teria de incluir o desconto do IRS, e no fim acrescentar os 23% de IVA. Isso mesmo se depreende na discussão por mensagem entre o jurista e o seu constituinte. “Falou-lhe (a Tânia Laranjo) de valores ou não? Não se esqueça que os valores em causa são contabilizados sem IVA e sem IRS. E isso não contabiliza o meu trabalho, o meu tempo, as minhas despesas”, explicou Carlos Macanjo, recebendo de volta um SMS de Paulo Silva com a sugestão de “cinco mil” euros pelo trabalho ‘jurídico’ deste acordo entre Tânia Laranjo e o denunciante.
O advogado, descontente com a proposta, replicou que pagaria “4.600 de IVA”, que são os 23% de 20 mil euros, que seria a tranche que a jornalista do Correio da Manhã pagaria se Paulo Silva falasse de futebol, em especial de André Geraldes, enquanto se falasse de andebol, pagaria 10 mil euros, o que de IVA dá “mais 2.500 euros na próxima tranche” (na verdade seriam 2.300 euros, mas Carlos Macanjo enganou-se na conta na mensagem que enviou).
Mensagens escrita entre Carlos Macanjo e Paulo Silva, 07/05/2018 entre as 11h43m e as 15h05m
Carlos Macanjo (CM): Falou-lhe de valores ou não? Não se esqueça que os valores em causa são contabilizados sem IVA e sem IRS. E isso não contabiliza o meu trabalho, o meu tempo, as minhas despesas.
Paulo Silva (PS): Não falei nada.
CM: Diga-me o que pensa fazer das questões que lhe coloquei.
PS: 5 mil.
CM: Está certamente a brincar…viu que pago 4.600 de IVA.
CM: Mais 2.500 na próxima tranche.
CM: Contabilize portagens gasóleo e desgaste do carro e acrescente o tempo perdido e o meu trabalho.
CM: Brincadeira.
CM: Só pode.
CM: Isto depois de lhe ter assegurado a ajuda pela sua louvável atitude parece-me muito pouco para quem lhe deu tanto.
CM: Não lhe mereço isso… e a ser assim… lamento mas não me parece que aceite andar um ano a correr para Lisboa para receber um valor que terei depois de pagar os impostos e deduzir as minhas despesas.
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